Quinta Noite

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Eram onze da noite quando finalmente as tropas conduzidas por Daniella chegaram na Romênia, após três duros dias de viagem. Vlad tinha acompanhado Daniella em dois dias, sendo que no inicio do terceiro, ele não havia se sentido muito bem e precisaram parar por quase duas horas. A febre ameaçava em abatê-lo novamente e a ferida em sua coxa havia sido aberta, mas ele não estava disposto a desistir da jornada. Assim que ele se sentiu melhor, depois de vomitar a única refeição que tinha em seu estômago adoecido, retomaram a viagem, para depois os dois se separarem como assim ditava o plano. Daniella chegaria em torno de uma hora mais cedo do que Vlad e seus homens que chegariam em torno da meia noite.

Eles passavam a adentrar na densa floresta que os levava em direção ao castelo. Daniella, desde criança, escutava histórias horríveis sobre aquela floresta, embora hoje acreditasse que eram contos para proibir as crianças de se aventurarem nas matas. Os romenos sempre foram supersticiosos e acreditavam piamente em poderes ocultos e maldições. Acreditavam que a floresta, durante a noite, era a residências de seres demôniacos. Vez ou outra, ela ouvia algum aldeão gritar que havia encontrado um homem morto na floresta. Pelas mordidas e arranhões, alguns diziam que havia sido atacado por um Lobisomem, embora a floresta era cercada por alcáteias de lobos famintos. Mas o povo insistia em acreditar no misticismo e, em consequência, no Diabo.

Quanto mais próximos do castelo, mais sentia a sensação de perigo e a adrenalina correndo em suas veias. Os homens de Casimir estavam atentos. Sabiam que a qualquer instante, seriam emboscados e suas vidas ceifadas. Os perigos eram muitos numa floresta escura e quase sem visibilidade.

Ela escutou então um gemido e o relincho desesperado de um cavalo. Um dos homens mais ao fundo havia sido atacado, mas antes que a mente humana de Daniella registrasse a direção precisa do ataque, ouviu outro gemido e o soldado caiu do cavalo próximo a ela. Um homem gritou a ela que estavam sendo atacados, no momento que Daniella se viu cercada de soldados romenos.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela resistia a aquela viagem como sempre havia resistido a qualquer outra que havia tomado desde pequena, porem daquela vez ela sabia que seria pega. Sabiam que não teriam muito tempo de liberdade, depois que adentrassem na floresta maldita. Sabia que seria perigoso e que sua vida poderia lhe ser tirada, mas ela, ao invés de medo, parecia ansiar pela existência de alguém que poderia lhe desafiar de tal forma, apesar de que ela estaria se deixando ser levada e não realmente sendo derrotada.

Ainda assim a adrenalina enchia suas veias e seu coração palpitava com força contra seu peito e contra as milhares de ataduras que usava em volta do corpo para manter os seios femininos escondidos. A inicio aquela técnica a deixava sem ar e com pouca resistência, porém, agora, depois de muitos anos ela estava acostumada a aquilo.

Quando escutou o primeiro gemido, seus olhos vermelhos brilharam de ansiedade, como se ela fosse o próprio demônio e aqueles fossem o sacrifício que lhe seria oferecido. Seu cavalo começou a ficar inquieto e ela procurava fingir surpresa, mesmo que seu rosto não pudesse ser visto, devido a capa que utilizava, e olhava ao redor, como quem se perguntava o que acontecia.

Quando finalmente parou de girar com o cavalo, se viu cercada junto a seus soldados e sem muitas chances de fugir. Deixava o anel de Vladislaus a amostra, para que a identificassem como sendo ele.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

O vento soprava mais forte agora, fustigando os galhos ressequidos, extraindo tétricas melodias das árvores que se envergavam sob o fardo dos pesados ventos. Na noite escura, tendo apenas um fino crescente de lua para dispersar a total escuridão, os adversários pareciam sombras móveis e lúgubres. Apesar de toda a coragem, os guerreiros que estavam sob as ordens de Daniell se encontravam na impossibilidade de resistir.

O cavaleiro que liderava as tropas inimigas a observava. Estudava seu rosto, o corpo, e os olhos flamejaram ao visualizar o anel que brilhava no dedo de Daniell, mesmo debaixo do véu de escuridão. Era como se o enigmático anel o atraísse, o chamasse. O anel da Ordem do Dragão.

- Entregue-se, Conde Vladislaus Tepes. Não há como escaparem. Estão cercados!

Alertas, os homens de Casimir se viam cercados de inimigos por todos os lados e sentiam a adrenalia penetrando suas carnes, ganhando suas medidas como tentáculos frígidos. O terror estava no ar, palpável e certo. Qualquer erro cometido, e tudo estaria acabado para Casimir, Daniell e Vlad. O melhor que puderam fazer era esperar que os inimigos mordessem a isca e que o disfarce de Daniell fosse tão convincente quanto Vlad prometia ser.

- O vosso plano falhou, Conde e terás de pagar pela ousadia de invadir as terras do nosso senhor sem seu consentimento. Nosso senhor Vladislav Danesti promete ser complacente, no entanto, se o Lorde e seus homens se entregarem sem prestar resistência.

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Daniell se remexia com o cavalo e via cada uma das pessoas caindo em suas devidas casas no tabuleiro, até que então, finalmente, o cavalo ficou na posição de xeque, porem ainda não sendo definitivo o mate naquele instante. O mate seria dado dentro dos castelos de Vladislav.

Ao escutar o cavalheiro a frente de si, ela parou seu cavalo, apesar de aparentar o estado de surpresa com tudo que acontecia. Olhou para os lados, como se analisasse a situação e logo levantou as mãos, deixando mais a mostra o anel. Não falou nada, mas procurava agir da melhor forma possível para que se convencessem de quem ele era.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Vendo seu líder rendido, os homens de Casimir imediatamente jogaram suas armas no chão, rendendo-se também. O cavaleiro sorriu. Aproximou-se do falso Conde com seu cavalo, ficando muito perto dele, o que não era um bom sinal. Ele estreitou seus olhos sobre Daniell antes de voltar para seus homens e gesticulou suavemente com a cabeça.

Uma mão agarrou com força o manto de Daniell e o puxou do cavalo, derrubando-o no chão sem qualquer delicadeza. O cavalo assustou-se e bateu com força as patas no chão. Antes que Daniell pudesse se erguer, sentiu o forte impacto de um cabo de espada contra sua têmpora.

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Vendo seu líder rendido, os homens de Casimir imediatamente jogaram suas armas no chão, rendendo-se também. O cavaleiro sorriu. Aproximou-se do falso Conde com seu cavalo, ficando muito perto dele, o que não era um bom sinal. Ele estreitou seus olhos sobre Daniell antes de voltar para seus homens e gesticulou suavemente com a cabeça.

Uma mão agarrou com força o manto de Daniell e o puxou do cavalo, derrubando-o no chão sem qualquer delicadeza. O cavalo assustou-se e bateu com força as patas no chão. Antes que Daniell pudesse se erguer, sentiu o forte impacto de um cabo de espada contra sua têmpora.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Três soldados conduziram Daniell semi-desperto para o interior da enorme sala do trono onde apenas as luzes das tochas penetravam, mas suficiente para lhe permitir distinguir o soberano assentado sobre o escuro trono.

Vladislav era uma espécie de usurpador. E um verdadeiro libertino. Chegou ao trono através de truques, mas era uma figura poderosa, nem um pouco tola, apesar de levar uma vida hedonista, vivendo em luxo e não dando a menor atenção à administração do país, à beira da ruína. Mircea, muitas vezes, tinha tentado derrubá-lo do poder, mas sem obter sucesso. Tal insolência, custou os olhos de seu pai.

Os Danesti e os Tepes faziam parte de uma mesma linhagem, contudo, eram inimigos mortais. Há três gerações lutavam entre si a posse do trono. Em dois séculos, mais de vinte princípes sentaram naquele trono e tiveram suas vidas ceifadas pelas constantes conspirações dos nobres.

Na mão direita, Vladislav segurava um chicote farpado. Daniell já havia testemunhado uma vez o rei ir ao comércio para chicotear um pobre mendigo em público apenas por está entediado. Divertia-o causar a dor alheia, ouvir os gritos e as implorações.

- Removam o capuz. – Vladislav ordenou.

Um dos soldados puxou o capuz de Daniell com rudeza. Os olhos de Vladislav brilharam.

- Como vai, Daniell?

Levantou o queixo e lançou outro olhar para a criatura simplória diante dele.

– Por um momento, pensei que meus homens tivessem o batido forte suficiente para que não despertasse mais, Daniell. Mas vejo que é arrogante demais para morrer tão cedo. Isso é bom. Quer dizer que tem grande resistência à dor e meu interrogatório poderá prolongar por horas sem interrupção.

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Daniell sentia a nuca dolorida graças a pancada que havia levado momentos mais cedo. Quando deu por si, viu que já estava no castelo e sabia quem aparecia mais a frente.

Quando ficou cara a cara com Vladislav Danesti ela sentiu-se sorrir. Aquele momento era o agora ou nunca. Talvez a matassem, se Vladislaus demorasse de mais, mas ela pelo menos se divertiria.

Quando removeram seu capuz, ela olhou-o e riu, divertido. Não resistiu, sabia que precisaria de toda sua força se uma hora precisasse escapar, e se pensassem que ele acreditava não ter saída, ou não ter forças para lutar, melhor.

- Vou bem, majestade, obrigado. –Riu.- Pelo visto você vem aumentando essa sua barriga gorda usando o dinheiro que deveria ir para o Reino. – Sorriu de canto.

Escutou-o e gargalhou, olhando-o com os olhos estreitos. O sorriso sarcástico não saia mais dos lábios e os olhos vermelhos brilhavam em diversão.

- Deveria se orgulhar, Vladislav... Você foi o primeiro que conseguiu capturar o Comandante Daniell Lourenth Suzano. – Riu com confiança. – Se acha que esse seu chicotinho de merda vai conseguir arrancar algo de mim alem de sangue e carne, vá em frente. Estou doido para ver quanto tempo vai levar para ficar desapontado.

Ela parecia se divertir. Não tinha por que preservar a própria figura e a expressão gorda e irritada do outro o divertia ainda mais. Se fosse morrer, deveria pelo menos se divertir... Principalmente se no processo descobrisse que o temido comandante era uma mulher.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Vladislav riu desdenhosamente dos comentários de Daniell.

– Você é um jovem insolente, Lourenth.

Levantou-se do trono, descendo as escadas, parando apenas quando ficou a centímetros de distância do belo cativo. Observou-o por alguns minutos em silêncio, como se fosse um tigre a espreitar a raposa abatida. Tocou os trajes que Daniell estava vestindo.

– Belos trajes. Roupas finas, tecido árabe... – falava, enquanto deslizava as pontas dos dedos pelo tecido. – Pena que ficaram um pouco folgadas em você.

Seus olhos de uma cor negra e profunda brilharam quando contemplaram o anel de Vlad. Agarrou o pulso de Daniell com força, removendo o anel com extrema facilidade do delicado dedo. Olhou para o emblema do anel mostrando alguns sinais de interesse.

– Resolveu passar para o lado dele, não foi? Vladislaus deve ter uma boa lábia para convencê-lo. Não só o convenceu, mas ao idiota do Raymond também. És um traidor, Lourenth e sabe muito bem o que nós fazemos com traidores. Você me decepciona. De comandante se tornou um bode expiatório. Esperava muito mais do grande comandante Daniell.

O soldado agarrou o cabelo de Daniell e puxou-o para trás, causando uma dor incomensurável. Daniell ouviu o som frio de uma espada a ser desembainhada, pouco antes da lâmina encostar em sua garganta.

– Fale, onde está aquele bastardo? Onde está meu primo, Daniell?

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela ficou a escutá-lo chamá-la de traidora e riu baixo, o olhar vermelho nunca levantando do homem que achava que ela era a presa, quando na realidade ele quem estava a poucos momentos de ser deposto, ou assim ela esperava.

Quando agarrou seu pulso, ela suprimiu um grunhido de dor e olhou-o pegar o anel, olhando-o com um brilho divertido no olhar, rindo levemente quando o chamou de traidor. Lambeu os lábios, umedecendo-os e depois soltando um riso alto.

- Traidor? Eu? Ora, Vladislav... Vejamos, eu continuou do lado da Romênia... Pena que não é nem nunca foi o seu lado. O traidor aqui é você, infeliz. – Sorriu em deboche. - Espera que eu trema só por que você me diz para fazê-lo? Não acha que esta sendo arrogante de mais? – Riu-se. – Boa parte de seus soldados... Não, todos , nenhum te respeita, Vladislav. Em quem você acha que esta intimidando? Eu? Daniell Lourenth Suzano? Ha! Olhe aonde estamos e como estou a me vestir. Se isso me intimidasse, com certeza, esta não seria a situação presente.

Quando seu cabelo foi puxado para trás, ele grunhiu, escutando a ameaça verbal, seguida da ameaça física e abriu um sorriso ainda maior.

- Mate-me agora, e nunca saberá onde está o próximo governante da Romênia. –Falou em tom de desafio. – Porem, darei uma dica: Já procurou atrás do trono ou debaixo do tapete vermelho? – Riu-se mais.

Olhava-os com os olhos vermelhos, procurando uma forma de conseguir escapar, se precisasse, no último instante. Provavelmente teria de fazer algum tipo de acrobacia, se fosse fugir daquela situação inteira, mas não achava ruim, somente mais divertido.

- Os senhores tem medo da morte?

Falou em tom de deboche, o sorriso arrogante no rosto.

-Não irá demorar até Radu vir tirá-lo do trono, Vladislav, ou acha que não? Um rei que só possui um pequeno exercito para protegê-lo e maltratar seu povo é alvo fácil de ser derrubado com uns dois mil ou mais soldados sarracenos.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Daniella sentiu sua face arder pelo forte tapa que recebia da mão grosseira do princípe. Os homens que a mantinham cativa a seguraram ainda mais firmes, quando Daniella quase perdeu o equilibrio. Ele a atingiu no mesmo local que Radu havia batido, fazendo o velho ferimento se abrir.

Vladislav estava cada vez mais irritado. E mais preocupado. Daniell não demonstrava o menor indício de receio por sua próprio vida - a um fio - seja pela certeza que Vladislaus concretizaria o seu plano, seja qual fosse, ou por ser arrogante demais para temer a foice da morte. Todos os homens tinham medo de morrer, por mais valentes ou tolos que fossem. Mas era a primeira vez que via um tão disposto a isso, como se nada tivesse para perder. Começou realmente a pensar se Vladislaus já não estava ali, atrás do trono ou debaixo do tapete, como Daniell instruiu.

- É um tolo se ainda não entendeu os planos de Vladislaus ou a armadilha que caíste, Lourenth. – disse, enquanto limpava a mão do sangue que havia arrancado do rosto de Daniell. – Vladislaus foi astuto em imaginar que não encontraria uma recepção calorosa quando viesse para a Romênia. Então escolheu você para ser capturado, ao invés dele. Um cordeiro a ser sacrificado, quando o lobo sai ileso. Não é diferente do pai que entregou dois filhos como tributos de lealdade.

O soberano calou-se, mordendo o interior da bochecha. Sim, o que o infeliz estava dizendo, era uma verdade. Radu representava um perigo real. Havia ouvido rumores de que o caçula dos Tepes era amante do Sultão. E conhecendo Mehmet, este não negaria em cumprir qualquer capricho de um menino belo e mimado.

- Quanto a Radu, eu lidarei com ele depois.

Com ferocidade, segurou-a pelo queixo com força, seus olhos mostrando a raiva que estava a sentir.

- Pela última vez, Daniell, onde está o desgraçado do filho de Dracul? Onde está ele, Daniell? Exijo uma resposta! Responda onde ele está e eu prometo que mostrarei alguma misericórdia por sua estupidez. Caso contrário, morrerá aqui e agora, como o cão que você é.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela sentiu o tapa e virou o rosto, aos poucos o liquido quente começando a escorrer pela face. Escutou-a começar a rir, como se tivesse achado graça no tapa que havia acabado de levar, a risada aos poucos virando uma gargalhada. Ela olhou para aquele homem, parecendo completamente insana.

Lambeu os lábios, sentindo o gosto do sangue que escorria por seu rosto e sorriu de canto. Tudo que aquele homem disse poderia ser verdade, claro que sim. Ela não acreditava em anjos ou pessoas puras que salvariam a Romênia, mas ela parecia se divertir e pagar o preço para ver se aquilo realmente aconteceria.

- É o que veremos, Vladislav... É o que veremos.

Olhou sua reação quando falou de Radu e acabou por rir, sorrindo de canto, achando-o um tolo.

- Comigo fora da jogada, as tropas de Mircea nunca conseguirão agüentar a invasão e você será esmagado como uma baratinha nojenta e gorda. Eu não diria que você conseguiria lidar com ele nem em um milhão de anos.

Sentiu seu queixo ser segurado e escutou as palavras ameaçadoras do homem. Riu-se ainda mais, demorando um pouco para responder e então Vladislav só conseguiu ver os lábios do homem se juntando e ele cuspindo em seu gosto, o sorriso arrogante nunca saindo dos lábios.

- Mate-me.

Falou e então já começava a arquitetar um modo de desviar do golpe do homem e soltar-se dos soltados que a seguravam, sabendo que as chances eram mínimas, mas teria de tentar se quisesse sobreviver.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Vladislav ficou rígido. O que aquele comandante decaído falava tinha um “que” de verdade. Assim como Daniell, Mircea lutava pela Romênia e não pelo seu Regente. Há alguns dias atrás, Mircea enviou uma mensagem a Daniell pedindo que retornasse. Suas tropas estavam cansadas e tinham sido praticamente dizimadas durante a última invasão.

Ele ainda não havia decaído, porque o rei Guilherme entrou na guerra. Talvez, o único homem que verdadeiramente lutava em Nome de Deus. Casimir também manteve bem os muçulmanos fora de seu território, embora Vladislav pouco confiasse nele. Além disso, os europeus ocidentais infestavam o Oriente como ratos barulhentos, mas bastante úteis. Porém, uma questão consumia o Regente. Até quando isso duraria?

Sua atenção novamente se voltou ao comandante subjugado.

– Não, Daniell. – Vladislav disse, sua expressão obscurendo-se. O guarda forçou a cabeça de Daniella para baixo, enquanto outro guarda levantava a espada preparando-se para decepá-la. – Você não verá.

No instante que o guarda desceria a espada para um golpe rápido e certeiro no pescoço de Daniella, ouviu-se uma balbúrdia do lado de fora do trono.

– Mas o que diabos está acontecendo? – O soberano resmungou, mais irritado do que nunca.

Vladislav desviou o olhar de Daniell para ver um homem apoiado no batente da porta. Ele parecia estar nos vinte, e tinha magníficos olhos azuis acinzentados, o cabelo negro penteado para trás e linhas de sorriso rodeavam suavemente sua boca. Os ombros, dentro de uma longa capa negra que vestia, eram largos. Parecia um anjo escuro.

Vladislav empalideceu, surpreso. Ele poderia reconhecer o dono daquele olhar, independente de tê-los visto apenas quando Vladislaus Tepes era ainda uma criança.

– Oh, Cristo... – Vladislav ofegou.

– Boa noite, primo. – Sua voz era profunda, agradável. – Desculpe me intrometer assim. Mas há assuntos a serem tratados que não podem esperar o alvorecer.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela escutou-o e apenas sorriu de canto, enquanto era preparada para a morte, porem, quando escutou algo mais, o sorriso de seus lábios aumentaram.

Levantou brevemente os olhos rubros e viu o medo no olhar daquele homem que até pouco tempo atrás tentava se passar por um homem confiante. Aproveitou a surpresa que os presentes na sala estavam e girou o corpo rapidamente para sair das mãos daqueles que a prendiam, usando suas pernas para chutá-los em partes desprotegidas e muito sensíveis ao corpo masculino, abrindo um sorriso confiante e feroz.

Se desse, no meio da confusão pegara uma das espadas, para poder se defender, afastando-se deles e passando a mão pelos cabelos loiros, jogando-os para trás.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Postarei um Off grandinho aqui só pq achei a musica da Danny de novo e quero compartilhar u.u

A poisoned apple, to those who stand in the way
It's the strategy, as promised
Betrayal and the like doesn't feel so wrong anymore
As the undead butterflies dance 'round with their black wings

Dance, you fools! In this banquet of massacres
Dance till your petals flutter away
In the sweet garden, staging the night of the samsara
Beckon the prey and drive 'em crazy oh sinful rose

Give mercy to the beasts
With a cleansing that would make even God suspicious
Your deceitful words are like a poisonous spider's trap
Aim for the little sheep with your illusions drenched in sin

Kiss the fallen angels with your corrupt lips
It's reality - no matter how unjust it is
Throw away the mask of common sense and enter the world of ecstasy
Choose the sacrifice for tonight oh sinful rose

While playing the twilight melody, "Rather than my crumbling destiny,
I just believe in only myself", that's the rose's truth

Dance, you fools! In this banquet of massacres
Dance till your petals flutter away
Throw away the mask of common sense and enter the world of ecstasy
The sacrifice for tomorrow)

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

(Off: Essa musica tem tudo haver com ela O_O Letra sensacional.)

Daniella conseguiu se libertar dos homens que a mantinham cativa. Um dos soldados caiu no chão, gemendo, enquanto tinha sua espada furtada por Daniell. Vladislav os observava, descorado, como se tivesse visto um fantasma.

Os dois soldados os atacaram. Um na direção de Daniell e outro na direção do Conde. Vladislaus desembainhou a espada, aparou o golpe do soldado e cravo a espada sem dó no meio do peito. Deixou o soldado cair agonizante no chão, com a espada ainda fincada no meio das costelas. Puxou a adaga presa na cintura, avançando em direção ao Princípe. Vladislav recuou dois passos para trás, os pés tropeçando nos degraus.

- Como entrou aqui? – Parecia desesperado. - O que você é? Um tipo de feiticeiro? Um bruxo?

O Conde continuou a caminhar, enquanto Vladislav prosseguia recuando, até cair sentado no trono.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela riu quando viu a expressão do homem, o sorriso quase maníaco, as sombras feitas pelos cabelos loiros em seu rosto escondendo parte da sua expressão e deixando somente visível seus olhos vermelhos brilhantes e o sorriso branco e insano.

Quando o soltado avançou contra si, ela olhou-o, aparando o ataque mal feito e chutando-o no tórax com força, para lhe quebrar as costelas, depois avançando contra ele e dando o golpe de misericórdia em seu pescoço, decapitando-o.

Olhou para Vlad e Vladislav e sorriu de canto, rindo e balançando a espada levemente, retirando o sangue acumulado e jogando-o pela sala Real.

- Parece que eu verei como tudo irá terminar, Vladislav... Pena que você não. Espero que os cães do inferno o recebam como merece.

Ela encostou-se na parede, os olhos vermelhos fitando Vladislav preste a dar seu último suspiro.

E com isso, viria também, a dar o último suspiro, seu pai. Seu destino já havia sido decidido, e ele morreria. Sua vingança iria ser completada e o mundo perderia um pedófilo, estuprador, alcoólatra. Não existiria nada melhor do que ver a cara o infeliz perder a cor e seus olhos perderem o foco...

Finalmente a vingança que ela planejava desde a infância seria realizada. Finalmente.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

O homem afundava no trono, o rosto branco como cera.

–Daniell, por favor... – O homem suplicava, a fera virando um gatinho. – Ajude-me!

Vladislaus subiu as escadas, os olhos flamejando sob as luzes das tochas.

– Eu te dou um título, Daniell! Te tornou um Barão... O que acha?

O Danesti estava apavorado.

– Uma vez meu pai disse-me que a ambição era uma força maior do que qualquer exército. Mas eu aprendi em meus anos no palácio do Sultão que há uma força ainda maior.

Vladislaus se apoiou com uma mão sobre volumoso ventre do princípe, inclinando-se para sussurrar rente ao seu ouvido.

– O medo.

E antes que Vladislav pudesse fazer ou falar qualquer coisa, Vladislaus fincou a adaga direto em seu abdômen. O Princípe decaído arregalou os olhos, sentindo todo o ar de seus pulmões se esvair e o sangue brotar em sua boca. Engasgado, ele não pôde gritar. Nem mesmo quando Vlad torceu a lâmina dentro de si, numa tortura meticulosa e cruel. Apenas ofegou como um peixe fora da água.

– E em nome do meu pai, reivindico o trono da Romênia.

O princípe segurou-se na capa de Vlad, até que seu corpo afundou no trono e os olhos reviraram, morto.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Daniella apenas assistia aquela cena, sorrindo de forma sarcástica e então passou a mão pelo rosto, passando pelo ferimento recém aberto e olhou o sangue.

- Jamais, Vladlislav. Você morrerá.

Falou com uma calma profunda na voz, voltando seus olhos vermelhos para o homem e riu quando viu Vlad perfurá-lo com a adaga, matando-o com crueldade. Bufou, sorrindo de canto.

- Agora me deve um favor, Vladislaus. Espero que não se esqueça disso.

Falou, aproximando-se dele e retirando o anel que usará para enganar os soldados de Danesti, entregando para ele novamente.

- Eu deveria virar o Santo das causas impossíveis. - Riu-se.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Vladislaus não pôde conter uma repentina risada, pela irreverência da fala de Daniell. Tomou o anel e o pôs em seu dedo longo com muita suavidade.

- Não com todos os pecados que tens. – Vladislaus respondeu sério, salvo o brilho zombador de seus olhos acizentados.

O Conde chutou o cádaver do ex-monarca, que rolou as escadas, parando só no último degrau, com a face eternizada numa expressão de puro terror. Sentou-se no trono, as sombras cobrindo parcialmente seu rosto. Vladislaus parecia malévolo sentado na escuridão. A capa negra caindo por todo o corpo, o cabelo negro e tão imponente, poderia ter sido mesmo Lúcifer sentado em seu trono.

- Considero duas coisas importantes, Daniell. Palavra e lealdade. Em uma semana ele estará morto. Você será avisado do dia de sua morte.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Escutou-o rir e sorriu de canto.

- É verdade... É verdade.
Olhou-o chutar o corpo do homem com quem Daniella vinha brincando nos últimos minutos e riu. Olhou-o sobre o trono e arqueou a sobrancelha. Escutou-o, curvando-se e depois se ajoelhando a sua frente, sorrindo maliciosamente.

- Agradeço, Majestade.

Levantou os olhos fitando-o e então levantou-se, passando a mão pelas roupas.

- Agora, se não se incomodar, eu pretendo trocar meus trajes. Essa roupa realmente é grande de mais para mim. – Riu-se.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ele sorriu maliciosamente quando Daniell se ajoelhou e ela podia pensar se não estava mesmo a barganhar com o próprio Diabo.

- Ainda faz questão destas vestes? – perguntou, abrindo um pouco a capa para revelar as fardagem de Daniell.

O soldado de Casimir entrou, as pressas.

- Senhor. – e vendo-o sobre o trono, reverênciou-o, corrigindo seu tratamento. – Majestade. Um exército se aproxima.

- Um exército? - Vladislaus indagou, admirado.

Olhou para Daniell e era vísivel que isso não fazia parte dos planos.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela olhou-o, sorrindo de canto. Passou os dedos por seus cabelos loiros, arrumando-os.

- Se não estiverem resgadas, eu agradecerei.

Quando o soldado entrou, Daniell olhou o homem, pensativa. Lembrava-se da carta de Mircea, talvez fosse ele, retornando.

- Não seria o Exercito de Mircea? Lembro-me de receber uma carta pedindo meu retorno, imagino que ele esteja fazendo mesmo.

Falou, ficando levemente séria.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Vladislaus ouviu as palavras de Daniell e a expressão tornou-se sombria. Virou-se para o soldado, que esperava ordens do novo Regente.

- Diga ao comandante desta armada que o voivode requer sua presença. Se ele indagar qualquer coisa, ignore-o. – instruiu.

O soldado obedeceu. A luz das tochas coloriu as faces de Vladislaus quando ele se virou para Daniell e começou a falar.

- Daniell, preciso que fique mais um pouco.

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Ela escutou-o e respirou fundo. Olhou para o lado, não tão à-vontade de ver o noivo naquele lugar, mas imaginava que ele não a reconheceria, como Vladislaus não a reconheceu, e como Radu demorou para reconhecê-la.

A última vez que haviam realmente se visto foi no dia do enterro de sua mãe, a garota vestindo completamente preto e com um véu sobre o rosto. Manteve a cabeça baixa durante todo o enterro e, após alguns meses, havia se espalhado a noticia sobre seu adoecimento e sobre ela ter mudado para o castelo da família de sua mãe e parecia não aceitar receber visitas, ou os médicos impediam que pessoas de fora se aproximassem da garota.

Suspirou, indo para um dos cantos da sala e ficando nas sombras, somente deixando os olhos vermelhos aparentes. Cruzou os braços, deixando os cabelos loiros caírem a frente do rosto. Fechou levemente a expressão, como se preferisse ir descansar naquele instante, porem iria obedecer ao pedido do outro, naquele instante.

- Certo. Esperarei pela presença de Mircea, porém eu não pretendo ficar aqui muito mais que isso.

Falou, sério.