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 Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições

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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyQui Jan 29, 2009 12:57 pm

(Off: Aloisio, poste suas ações aqui. Marys e Vanessa continuem a postar no tópico Primeira Tarde.)

Ação para Aloisio:

O Sol já tinha desaparecido quase inteiramente atrás das colinas e o anoitecer tingiu o céu de rosa e arroxeado. Certamente, chegariam somente à noite. O vádi já era próximo e ao atravessá-lo encontrariam-se as fronteiras do exército cristão. Seria no percurso do vádi, que eles se juntariam com o restante do exército que era comandado por Said.

A carroça de prisioneiros ia a frente, agrupada por um pelotão de trinta homens fortemente armados. Com os joelhos dobrados a frente do tórax, o corpo de Ezequiel balançava para frente e para trás pelo movimento da carroça. Sua pele estava com uma aparência terrivelmente pálida. A viagem já durava duas horas e levaria mais uma ou duas para terminar. À medida que a carruagem rodava, barulhenta, ao longo do terreno, a cabeça do menino doía mais e começava a sentir fortes sensações de enjôos. Seu estômago se contraria de tal forma que chegou a gemer.

Said, percebendo o mal estar do bonito rapaz, fez com que seu cavalo trotasse até a carroça. Ordenou para que um dos homens molhasse o cabelo e a nuca do rapaz, refrescando-o. Depois, Ezequiel sentiu que a água fresca chegava a seus lábios, bebendo com avidez. Precisavam do menino ainda vivo quando chegassem à fortaleza, livre dos problemas de insolação. Viu um dos guardas oferecerem a garrafa para que Hassan bebesse alguns goles.

- O garoto, sim. Ele, não. – Said disse, apontando para os prisioneiros. – O homem agüenta.

Os olhos de Said desviaram dos prisioneiros e avistaram mais a frente Ari e seu pequeno exército de sarracenos se aproximarem. O chefe da guarda vinha numa velocidade instruída, não tão veloz, as passadas de seu cavalo muito bem calculadas. O homem tinha o rosto encoberto de panos, deixando transparecer apenas os olhos chamativos. Mas os bons tecidos em que trajava, o fazia facilmente identificável.
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyQui Jan 29, 2009 7:11 pm

Hassan realmente aguentava. Estava acostumado a passar dias no deserto sem água e comida. Seu treinamento exigia isso. Enquanto descansava, seus pensamentos retornaram ao lugar. Ele não tinha, na verdade, porque temer. Um árabe não mostra seu rosto a outros que não sejam de sua linhagem. Durante a reunião que tivera com Vladislaus, Hassan não mostrou seu rosto. Somente seus olhos poderiam denunciá-lo, e isso era muito pouco. Sorriu, então, apesar de extremamente abatido. Estava meticulosamente guardando todas as suas forças para agir, e já sabia como. Fugir com Laila estava fora de questão, por causa da quantidade de homens que o cercavam. Porém, trazê-la para dentro da cidade na marra era uma opção. Ele se passaria facilmente por um francês. Haveria muito pouca chance de ser reconhecido como um árabe, ainda mais por um ato heróico e genuinamente "cristão" como aquele. Porém, havia uma ideia ainda melhor passando por sua cabeça. Se os cristãos resolvessem não devolver Laila, Hassan teria bons motivos para agarrar Ezequiel e entrar na marra, sob o pretexto de que devolveria o jovem como uma distração, objetivando realmente espionar a cidade, como já tinha falado a Mehmet e a Said. Seria o único jeito de se infiltrar sem levantar suspeitas dos cristãos, posando realmente de herói. Um muçulmano nunca salvaria um cristão, pensariam eles. E os árabes, por sua vez, saberiam que não havia outra maneira de Hassan cumprir sua difícil missão. Mehmet ficaria furioso, mas a culpa cairia sobre os cristãos, que não quiseram devolver Laila. Nem mesmo a negativa da oferta de água fez com que o sorriso deixasse o rosto de Hassan, que aproveitava o ensejo para encarar Ezequiel. Então, com a voz mais sincera do mundo, falou-lhe.

- Eu lhe juro, meu senhor, pelo Altíssimo... que não deixarei que façam nada ao senhor. O senhor estará dentro daqueles portões antes de a lua se pôr, ou eu estarei morto antes disso.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySex Jan 30, 2009 10:26 am

Ação para Aloisio:

Ezequiel nunca rezou tanto. Eram as horas mais longas e terríveis de toda a sua vida. Uma lágrima ameaçou escorrer por seu rosto. Respirou fundo, olhando para Hassan, negando com a cabeça.

- Não diga uma coisa dessas. Não diga que irá morrer. Nós dois estaremos do lado de dentro antes da lua se pôr, eu garanto. Deus não nos abandonou, Jean.

Ari se aproximou de Said, de cabeça erguida, com a fisionomia atenuada por admiração. As sobrancelhas grisalhas e lisas ficaram livres de qualquer franzido e os olhos, sombrios e vibrantes, espreitaram os olhos negros e insondáveis do comandante. Ari era sempre uma presença ardente, alguém com puro magnetismo sobre si. Estando próximo, Hassan poderia escutar a conversa em árabe.

- Então? – disse Said. – Eles aceitaram a troca?

Ari demorou seus olhos sobre a carroça de prisioneiros. Depois, voltou seus olhos a Said. Consentiu.

- O comandante cristão deseja ver os rostos dos prisioneiros antes. Talvez, ele queira uma prova de que são realmente os prisioneiros cristãos que dissemos e não impostores.

- Então não teremos problemas. Eles aceitaram o preço?

- Eles não possuem outra escolha. – Ari respondeu.

- Espero que sim, Ari. Tenho ordens de decapitá-los na frente dos cristãos, se acaso recusarem a troca.

Ari curvou a cabeça, baixando os olhos horrorizados como se fosse difícil suportar àquela idéia e, de repente, num movimento suave, virou o cavalo para passar a cavalgar ao lado de Said.

- Tem certeza que nenhum cristão o seguiu? – Said recomeçou.

Hassan podia perceber um discreto sorriso nos lábios de Ari, quando ele descobriu o rosto. Mas tão logo, ele ficou sério, o sorriso parecendo não mais que uma ilusão.

- Sim. Se eles tivessem me seguido, eu perceberia.

- Você demorou. Mais do que o previsto. O que houve? Era para você ter retornado antes de nossa partida.

- Pequenos contratempos durante a viagem, meu senhor. Um dos cavalos adoeceu. De onde eu vim, esses animais são sagrados. Precisei dá-lhe assistência, mas, infelizmente, foi necessário o sacrifício. E também as negociações com os cristãos demandaram um pouco mais de tempo do que o previsto.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySex Jan 30, 2009 3:02 pm

Hassan ouviu a tudo abismado e agradeceu a Allah por seu sexto sentido ser tão eficiente. Ele havia pressentido o que deveria fazer antes mesmo de saber exatamente o porquê. Então, Mehmet havia decidido sacrificar um sufi se a troca não desse certo! Um dos homens sagrados de Allah! Se Hassan quisesse doar sua vida a Allah, ele o faria legitimamente e espontaneamente, mas nenhum homem tinha o direito de tirá-la, muito menos um sanguinário como Said. E, é claro, ele nunca permitiria que matassem Ezequiel. Agora, ele tinha dois motivos para denunciar Mehmet. Como Said era tolo, em deixar que ele ouvisse tudo. E seus pensamentos se confirmaram mais ainda quando notou que Ari não compactuava em nada com a idéia. Era cristalino. Podia ler a expressão facial do incrível árabe e perceber tudo. Tudo o que ele fazia era a contragosto. Certamente ajudaria Hassan se tivesse a oportunidade. Então, respirando fundo, ficou mais confiante, embora seus olhos fingissem estar sem esperança. Ao checar o céu, notou que Yago estava mais à frente, e conduzia um vôo em um semiciclo. Estava quase atingindo o ponto em que retornaria e passaria novamente próximo a ele. Ele apenas esperava o momento certo. Mas, se tudo desse errado, ele precisava advertir o príncipe sobre o que fazer. Então, em sussurros franceses, ele confidenciou a Ezequiel, colocando as mãos para proteger a boca enquanto fitava Said e Ari, certo de que eles não tentariam escutar.

- Meu senhor... se os nossos por algum motivo se apiedarem da alma da pobre criatura sarracena e não aceitarem a troca... não saia de perto de mim. Eu darei um jeito de fugir no momento em que eles acreditarem que nos manterão prisioneiros. E caso troquem Laila, a única coisa que peço é que alerte a todos para manter os portões bem abertos e prepará-los para se fecharem assim que eu cruzá-los. Preciso de sua ajuda, meu senhor, ou nenhuma alma poderá ser salva hoje...
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySáb Jan 31, 2009 5:37 am

Ação para Aloisio:

Ezequiel ficou outra vez em silêncio e só se ouvia sua respiração calma, enquanto ouvia-o formar a idéia. Seus olhos percorreram aos homens discretamente, percebendo com alivio que nenhum deles parecia atento aos dois, naquele instante. Ficou muito impressionado com as coisas que Hassan dizia. Os planos de Jean pareciam bastante arriscados e ele podia notar pelo olhar do menino que ele sentia um misto de fascinação e receio. Entretanto, sabendo que Jean parecia se preocupar mais com a vida dele e da menina, do que a própria vida, passava a gostar mais dele por isso.

- Jean... eu falo mais a língua árabe, do que a entendo. Pareceu-me que eles disseram que iriam nos matar. – disse com calma, mesmo naquela situação. – Senhor Jean, seja como for, eu confio e ajudarei no que você estiver planejando para nós. É um plano arriscado que está a me dizer, mas vamos correr esse risco juntos. Nem se for para... morrermos essa mesma noite.

- O que é isso?

Said fez o cavalo trotar com mais velocidade. Ele aproximou-se do que parecia ter sido uma fogueira. Ainda havia um sinal de fumaça.

Ari aproximou-se de Said, num trote mais manso.

- Parece uma forma de mensagem, Said. Assim como alguns de nós utilizam aves, eles parecem ter achado uma forma de se comunicarem a longo alcance. Pelas aparências, deve ter sido feito em torno de uma hora atrás.

- Uma hora atrás, ainda estávamos longe, Ari. Eles não saberiam de nossa presença aqui. Estariam com as atenções voltadas para o exército maior, que está vindo do outro lado do vádi. Isso pode ter sido feito por um de nós. Há um traidor aqui e vamos saber quem é.

- Aposto que vamos descobrir antes do que imaginas, Said... - Ari sussurrou, atento de que Said não havia escutado.

O cavalo de Said trotou de volta para os soldados.

- Venha, vamos embora! Estamos perdendo tempo. Vocês dois, quero-os aqui na frente, para reforçar a guarda. Enfrentaremos uma jornada longa e perigosa, portanto, fiquem de olhos atentos à qualquer movimento.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySáb Jan 31, 2009 8:22 am

Hassan se reconfortou ao perceber que o rapaz estava totalmente entregue ao seu pretenso plano, mesmo sem o sabê-lo direito. O árabe acompanhava com os olhos tanto Ari quanto Said conversarem. Quando notou a fogueira ao longe, Hassan sorriu. Ari tinha demorado mais que o previsto, tinha sorrido quando Said questionara se nenhum cristão o havia seguido, e agora isto, a fogueira. Era óbvio que se houvesse um traidor, só poderia ser Ari. Ele tinha ido e voltado sozinho, e a fogueira realmente estava perto demais do acampamento dos árabes, como se indicando a direção a seguir. Apesar de se sentir mais confortável com a idéia de Ari ajudando-o a salvar Laila em um caso de necessidade, perguntava-se por quê exatamente ele faria isso. Certamente não seria por causa de Ezequiel. Apesar de parecer ser um homem mais gentil que os demais árabes - assim como Hassan - não era muito provável que Ari se arriscaria tanto por um infiel. Assim, só restava Laila. Será que Ari tinha facilitado a fuga de Laila quando da sua primeira tentativa, também? É quase impossível fugir do palácio de Mehmet. Entretanto, uma odalisca adolescente havia conseguido, e com um prisioneiro ferido! Isso tudo fazia sentido, em parte. Se assim o fosse, estaria sendo doloroso para Ari ter que ir propor esta troca. Se assim o fosse, Hassan tinha contribuído para sua dor, e ele agora estava tendo que se arriscar. Nesse momento, Hassan sentiu-se mal e balançou a cabeça, mas não era culpa sua. Ainda não sabia de tudo o que agora sabe, mas sentiu pesar mesmo assim. Mesmo assim, ainda persistia uma dúvida: Qual era o interesse de Ari em proteger Laila? Seria só a bondade de seu coração ou algo mais sério? Perdido nesses pensamentos, quase esqueceu de verificar a posição de Yago. Tudo estava indo de acordo com o que ele queria, e bastava que chegasse o momento derradeiro. Voltando as atenções a Ezequiel, finalmente respondeu-lhe, em francês.

- Obrigado, senhor. É bom saber que poderei contar convosco. Esteja certo que Deus nos acompanhará durante todo o nosso ordálio.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySáb Jan 31, 2009 4:28 pm

Ação para Aloisio e Vanessa:

Saíram da cidade no final tarde e cavalgaram durante uma hora até alcançarem a parte elevada do vádi. O local era um terreno arenoso, com um gramado ressecado por cima, e podia-se notar alguns buracos no chão, o que tornava um local perigoso para cavalgar. O Conde cavalgava na frente com presteza, seguido diretamente por Daniella. Mais atrás deles, eram seguidos pelos homens dela e os homens disponibilizados pelo Duque Casimir. A capa do Conde esvoaçava nas costas e sobre o cavalo negro, com o vento gelado que batia no deserto ao cair da noite.

Eles continuaram cavalgando em grande velocidade por algum tempo, e com muito esforço conseguiram chegarem ilesos num ponto próximo onde ela encontrou o Conde e a jovem Laila. Ele continuou a cavalgar mais para frente, a passos mais lentos.

- O batedor que seguiu Ari... – dizia, enquanto mantinha o ritmo. -... mandou uma mensagem de fumaça no final da tarde com a localização exata de um exército muçulmano atravessando o vádi. Entretanto, essa mensagem continha uma informação intrigante. Parece ser um exército de pequena proporção, muito menor do que o real exército, até mesmo menos de duzentos homens.

Tinhas as rédeas muito bem mantidas em sua mão direita protegida por uma sedosa luva negra. Ele parecia ministrar articulosamente o cavalo, de modo que suas palavras não fossem perdidas aos ouvidos de Daniella.

- É muito provável que este exército esteja escoltando alguém importante. Talvez seja uma caravana levando o Sultão, alguém da família real ou até mesmo os prisioneiros. Seja como for, parece que o objetivo principal é de passarem despercebidos. Viajar com cinco mil homens é mais suscetível à visibilidade e ataques, do que um exército pequeno viajando durante a noite.

Ele puxou as rédeas do cavalo, parando-o. Apontou com a cabeça para algo mais a frente.

- Veja ali. Um pequeno exército, como eu lhe dizia.

Ele desceu do cavalo, aproximando-se agachado na beira do vádi, até ficar atrás de uma pedra. Aguardou Daniella ficar ao seu lado. Encarando firmemente o exército que seguia logo abaixo deles, o conde prosseguiu:

- Aquele... – ele apontou com o dedo indicador. -... Montado em um cavalo castanho, é o comandante Said. Ele é um dos milhares de sobrinhos do soberano. Parece está conversando com Ari. Pela aglomeração de soldados naquela região, estão tentando proteger quem está dentro da carroça.

Vladislaus deitou o olhar sobre Daniella.

- Consegue identifica-los?

Ezequiel não tinha opções. Sabia que se eles não efetuassem a troca, morreriam. Tinha a certeza que os dois árabes conversavam sobre isso. Embora soubesse que Jean estava exausto e dolorido, confiava naquele homem como se o conhecesse há muito tempo. Imaginava que Jean sabia o que estava fazendo. O menino levantou a cabeça, olhando em direção onde o exército de cristãos estava, sem, contudo, vê-los. Tinha um ar nobre em sua expressão.

- Sim, Jean. Deus nos acompanha. E se hoje for o nosso dia de irmos de encontro a Ele, saiba que me sinto orgulhoso de você.

Ari também olhou de relance para cima, por onde os cristãos estavam, com a testa franzida. Mas como se não tivesse visto nada, voltou a olhar para frente, mantendo o ritmo do cavalo. Sua expressão estava suave, se não fosse uma pequena ruga de preocupação que se fazia presente em sua testa.

- Falta muito para nos encontrarmos com seu exército, Said? Estou preocupado. Essa viagem no vádi é perigosa.

- Dez minutos, no máximo. – Said respondeu.

Os olhos de Said também percorriam para cima e para os lados, como se ele esperasse serem emboscados. Aquela maldita fogueira, dizia-lhe que os cristãos armavam algo. Nada podia dá errado naquele instante, não quando tentavam viajarem tão invisíveis. Mas aquele silêncio, entretanto, estava sendo perturbador. O homem mantinha o ritmo do cavalo, um pouco mais apressado, a mão revestida de anéis segurando firmemente o cabo da cimitarra.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySáb Jan 31, 2009 8:53 pm

Daniella seguiu pelo caminho junto com o Conde, seus cabelos balançando de acordo com o vento, que agora ficava mais gélido pelo cair da noite. Ela aparentava séria, não mais brava como aparentava quando saíram do acampamento, mesmo assim o Conde Vladislaus não conseguia saber o que o jovem comandante pensava ou planejava em seu intimo, talvez somente o desejo puro de recuperar o que lhe foi roubado.

Seu rosto delicado era acariciado pelo vento, mas ela nem notava aquilo. Mesmo não transparecendo, ela estava preocupada com o garoto Ezequiel. Ele era sua responsabilidade e ela tinha que fazer algo para salvá-lo. Era seu dever fazer aquilo

Escutou-o falar o que o batedor havia conseguido encontrar, pensando naquilo e analisando tudo que poderia ser, concordando com a cabeça. Esperava que aquele pequeno grupo encontrado pelo Conde Vlad fosse o grupo que guardava o menino Ezequiel, assim poderia pedir desculpas por mandá-lo direto para o perigo.

Observou o grupo indicado por ele, descendo de seu cavalo e passando a mão em sua crina para que ele ficasse quieto, depois caminhando na direção dele e olhando na direção do grupo com mais atenção.

- Precisaremos fazer tudo o mais rápido possível, precisa ser um ataque surpresa para que eles não tenham tempo de se reorganizar e contra-atacar.

Esperava escutar alguma opinião do outro, entretanto se começassem o ataque ela correria na direção da carruagem primeiro. Caso o garoto estivesse lá, ela iria garantir sua segurança de qualquer modo.

(off: fiz um desenho da Danny numa roupa meio UA (já que ela esconde os seios 8'D) no Tegaki E ♥️Desenho Aqui♥️)


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:33 pm, editado 1 vez(es)
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 6:31 am

Hassan observava a apreensão de Said com um sorriso de vitória nos lábios. Sabia que estavam em um local perfeito para uma emboscada, e ele sabia que Ari também sabia disso. O momento estava tão próximo que Hassan podia sentí-lo no ar. E no ar também estava Yago, fazendo pequenos círculos no céu sobre o planalto, para onde Ari estava olhando. Então, Hassan comprimiu os olhos durante meio minuto e sua excelente visão permitiu-lhe perceber dois vultos no local onde os dois cristãos estavam. Era exatamente disso que ele precisava: de uma distração e, na melhor das hipóteses, de um transporte até a cidade. Se não houvesse sangue seria melhor ainda. Então, com um assobio inaudível, orientou Yago a parar de voar em círculos e se posicionasse exatamente acima dele, próximo a Said. O falcão entendeu que ele deveria se preparar para executar o melhor truque que possuía, o truque no qual Hassan o tinha treinado exaustivamente. A única vantagem da escruridão é que é mais difícil perceber criaturas no ar do que na terra. Voltando-se a Ezequiel quando escutou-o falar com ele, simplesmente baixou a cabeça e respondeu sussurrando em francês.

- Obrigado, senhor. O senhor não sabe como minha alma se regozija ao ouvir estas palavras. Senhor Ezequiel, por favor, esteja atento. Estamos em um local perigoso, e pode haver uma emboscada a qualquer momento. Então, esteja alerta e siga meus movimentos quando chegar a hora.

E Hassan voltou a observar o planalto. Não dava para perceber muitos detalhes, mas ao menos saberia quando os vultos se aproximassem, dando-lhe tempo de reação o bastante para fazer o que tinha de fazer.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 8:13 am

Laila sentia uma dor engraçada com o abraço e o olhar de Heitor. Não era só a dor física, causada pelo abraço bem apertado; era algo maior, quase como se a culpa a remoesse. Ela nada disse, e apenas afastou-se do Barão para rezar. Antes dele ir, porém, suas palavras foram frágeis e quase mudas:

- Eu lamento, senhor Heitor...mas não posso prometer isso. Nunca uma vida dependeu de minhas decisões para continuar existindo. Não falharei com quem me ajudou. Se fosse minha irmã, Hadja, também faria a troca sem hesitar.

E enfim, começou a orar. Com fervor, quase desespero, pedindo a Allah o retorno seguro dos presos e a vida salva deles. Após as orações, procurou pela tenda suas roupas antigas. As colocou no lugar das novas, e depois voltou avestir sua manta, tirada somente para a troca das vestes.

Ficaria ali, esperando e, em seu coração, aproveitando os breves momentos de liberdade. Sempre que estivesse triste, lembraria-se deles. E das pessoas que a acolheram...especialmente o Conde Vladislaus, por mais implicância que tivesse com ele.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 11:54 am

Ação para Aloisio e Vanessa:

O Conde tinha a respiração ofegante, as têmporas latejando com o calor seco, mas continuava lá, ainda espiando. Seu rosto estava molhado de suor. Como jóias, gotículas de transpiração aninhavam-se em suas sobrancelhas. Mais ainda deslizavam pelos músculos de seu pescoço e penetrava pela gola do traje.

Daniella podia vê-lo puxar algo preso na cintura. Era um frasco contendo água, que ele levou imediatamante aos lábios. Estava sedento o tempo todo. Seu frasco já estava quase vazio. Pelo olhar brilhoso, a febre estava surgindo novamente, lenta e impiedosa.

Com as palavras de Daniella, houve uma fagulha instantânea nos olhos de Vladislaus. Depois eles ficaram novamente opacos, voltados para o exército de muçulmanos que se moviam logo abaixo de onde estavam. Vladislaus assentiu.

- Sim, era por esse o motivo que insisti que viesse comigo. Quem melhor para executar essa tarefa do que uma raposa rápida, graciosa e rasteira. – Vladislaus respondeu, em voz fraca, distante como o vento.

O Conde afastou-se para lado como que para deixar Estevão ficar entre eles. O jovem ruivo estava lívido. Olhou para eles com toda atenção. Daniella podia ouvi-lo respirar. Um som curto, irritado.

- O exército do sultão se aproxima.

- Estão longe?

- Já não muito longe.

Estevão apontou para a direção de onde tinha visto o exército. O grupo era como uma mancha de tinta na areia do deserto, uma mancha que mudava de forma, alargando-se. Era uma cena no mínimo assustadora. Um grande exército se aproximava há poucos quilômetros mais afastados em direção a cidadela. E aquele não era nem um punhado de homens que Mehmet tinha em seu poder.

O Conde virou-se a Daniella.

- Tentarei atrasá-los o máximo que eu puder. Por isso, seguirei pelo mesmo trajeto que eles seguirão e levarei os homens de Casimir, para armamos a emboscada como planejamos. Mas, advirto-o. Você tem que ser rápido. Se não, correrá o risco de quando voltar à cidade, encontrar o exército inimigo o aguardando.

Vladislaus olhou para cima. Depois seu rosto ficou mais sério.

- Olhe para o céu. Parece que temos companhia.

E de fato, havia um vulto que os sobrevoava, para depois voar próximo a Said. Com a noite, se tornava difícil identificar a ave. Apenas um vulto que sobrevoava há alguns metros sobre suas cabeças.

- Bem, então creio que nos separamos aqui. Desejo-lhe boa sorte... – ele tocou no ombro de Daniella. -... e tome cuidado.

A mão esquerda que Ari passou pesadamente sobre a sobrancelha, tremia um pouco. Hassan pôde ver que ele não estava simulando, estava realmente perturbado. Ari endireitou-se na sela, fungou e suspirou acintosamente. Ele deu uma nova espiada para o alto do vádi. Foi então que ele percebeu vultos se mexerem na escuridão. Um sorriso interrompeu a intensa concentração de sua expressão. Sentia-se como um brinquedo servido para predadores.

À medida que caia a noite, estava ficando muito escuro para enxergar. A Lua estava quase em cima deles agora, brilhando ferozmente. Uma suave nevoa encobria o céu como um cobertor. Said aferrou a mão sobre o cabo da cimitarra até os dedos doerem.

O menino podia sentir as cordas ásperas se enterrando nas carnes dos pulsos, trazendo-lhe desconforto. Ele escutou as novas palavras de Hassan e sua pele tomou uma cor lívida. Seu peculiar estado emocional e sua estranhíssima sensação de exaustão faziam com que o menino aceitasse ser cúmplice dos planos de Hassan sem questionar. Ele movimentou-se nervosamente, olhando para cima, acompanhando o olhar de Hassan. Ele lhe dirigiu um olhar, então, confuso. Uma mecha de cabelo tinha caído sobre sua sobrancelha, que o vento a afastou.

- Está vendo algo lá em cima, Jean? – o menino sussurrou, no mesmo francês que Hassan falava.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 2:01 pm

Ação para Marys:

Ao cair da noite, no interior da tenda, Laila podia ouvir duas vozes do lado de fora. Ela os reconhece como sendo o Duque Raymond Casimir e o Barão Heitor de Ibelin. Achavam-se à porta da tenda e falavam em sussurros. No entanto, a voz do duque denunciava ansiedade.

- Ela não pertence aqui, Barão. Ela é dele. O que Vlad fez foi roubo.

- Daniell não é nenhum tolo, Duque Casimir. Ele venceu muitas batalhas. Inclusive, conquistou esta cidade. Eu acho que Daniell saberia atestar o caráter de qualquer um, mesmo em se tratando do filho do ex-monarca, Dracul.

- Sim, que Daniell tenha vencido. Tivera sorte.

- Sorte e competência.

- Tolice. E a vida de uma muçulmana vale arriscar as defesas desta cidade?

- Fale baixo, Casimir. Ela pode escutá-lo. Seguiremos as ordens de Daniell. Se ele disser que a manteremos...

- Barão, você não entende. Essa não é qualquer menina muçulmana. Essa é a esposa do Sultão. Uma favorecida, a tal ponto que o Sultão não mandou qualquer mensageiro. Mandou o chefe da guarda real, Ari. Isso pode arruinar qualquer tentativa diplomática. O Bispo não vai gostar nada de saber disso.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 2:27 pm

Quando preparava suas últimas e ínfimas coisas em sua simples bolsa - de couro curtido, sem enfeites, singela para passar a impressão real de sersó uma criada - ela ouviu vozes baioxas e ansiosas vindas do lado de fora da barraca.

Andou vagarosa e silenciosamente até o limite, a abertura da tenda que separava a odalisca dos cristãos. Escondeu-se atrás do pano, ouvindo tudo atentamente. Por mais que o Barão fosseum bom homem e tentasse defendê-la, o Duque Casimir dava a voz da razão ao homem mais velho.

No entanto, o que mais doeu em Laila foi uma das justificativas do Duque: "E a vida de uma muçulmana vale arriscar as defesas desta cidade?"

Ela sentiu como se tivessem lhe dado um forte tapa no rosto e um soco no estômago. Seu rosto demonstrou esta dor, ao perceber que cristãos como Casimir consideravam uma "vida muçulmana" menos importante do que qualquer outra. Finalmente, saiu da tenda, abraçando o próprio corpo, que tremia pela tristeza e pela raiva do Duque:

- Senhor Heitor...ele está certo. Eu...eu não velho todo esse sacrifício. Não vali por parte dos meus pais, não é mesmo? - sorriu amarga, encolhendo os ombros e o rosto ficando escondido entre os cabelos. Depois, olhou diretamente para Casimir, e foi a vez dele sentir como se lhe dessem socos na barriga - Só espero que saiba, Duque Casimir, que qualquer vida é importante. Do cavalo ao homem, inclusive a sua. E é por isso que aceito a troca por Ezequiel.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 4:12 pm

Ação para Marys:

Ouvindo as palavras de Laila e percebendo que ela havia escutado a conversa, por um momento, o coração de Casimir parou ou assim pareceu. A respiração congelou-se na garganta e ele precisou forçar a entrada de ar nos pulmões.

O barão virou-se para ela com veemência. Ela via seus olhos escuros outra vez, a lhe examinar o rosto. O rosto dela lhe pareceu tão suave, tão parecido com algo que podia se machucar, que ele se aproximou dela e lhe deu um beijo na testa.

Casimir olhou para ela, o rosto tomado por forçada concentração, na penumbra do ambiente.

- Estou certo que sim, querida... - Casimir respondeu. - ...mas, acho que fizemos tudo quando te era possível. Apesar disso, compreendo o que sente. Se é de seu desejo se entregar, faça como quiser, minha querida amiga...

- Trocá-la? – perguntou, com incredulidade. – Laila, por favor... Está tomando uma atitude, no mínimo, precipitada. Se for preciso, manter-me-ei ao seu lado, contra todos eles.

- Não seja insensato, Barão.

O barão deu um forte suspiro.

- Depois da morte de sua esposa, você se tornou um homem amargo, Casimir.

O Barão olhou para Casimir e viu raiva estampada em seu rosto.

- Minha mulher morreu há muito tempo. Não vamos falar sobre isso agora. Você está acabando com minha paciência.

- Os anos, contudo, o tornaram um monstro.

- O que pensa que eu deveria fazer? - indagou, com os dentes trincados. - Estou protegendo a vida do príncipe.

- Você então sabia...

- Sei de muitas coisas, Barão. – disse o duque, com um sussurro e erguendo muito as sobrancelhas. - Impossível eu não saber sobre a minha própria linhagem. Principalmente eu, que já fui rei e mentor do rei Guilherme.

Então, ele olhou para Laila com um sorriso presumido.

- Mas não se preocupe. Talvez, Vlad seja um feiticeiro assim como sua mãe. Quem sabe ele consiga fazer o que disse. Desaparecer com os muçulmanos.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 4:42 pm

Hassan respirou fundo antes de responder ao rapaz. Ele via perfeitamente que os vultos agora se agitavam, e percebia que Ari sabia. Percebia também que Yago provavelmente tinha sido avistado. Assim era melhor. Era bom que os pretensos vultos achassem que os árabes estavam preparados, assim viriam com mais cautela, que nem era tão necessária, apesar do exército muçulmano ser maior. Novamente em sussurros, Jean respondeu suavemente.

- Sim, senhor Ezequiel. Por favor, não demonstre surpresa, apenas mantenha-se tranquilo, como sempre. Parece que Deus nos ouviu e enviou alguns anjos... o que deve promover uma confusão. Quando isso acontecer, espere até que eu comece a correr e venha junto comigo, correndo na minha frente. Eu arquearei meu corpo para protegê-lo de qualquer tentativa de ferí-lo. Vamos apenas esperar... a paciência é a virtude dos justos.

Ele sabia que teria apenas uma chance. Apenas quando chegasse o momento certo, no qual haveria uma confusão. Yago e Hassan teriam que agir ao mesmo tempo para que funcionasse. Imediatamente, Hassan começou a olhar ao redor. Se os vultos desciam a oeste, era razoavelmente provável que os árabes se direcionariam a eles, deixando um "vazio" no flanco leste. E por ali escapariam.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyDom Fev 01, 2009 5:57 pm

Não deixou de notar como o homem a sua frente ainda tentava fazer tudo aquilo mesmo estando enfraquecido. Não sabia o por que, mas talvez ele também se achasse culpado pelo que acontecia ao jovem garoto, mesmo que não tive nada a ver com aquele incidente.

Escutou-o aprovar sua decisão, alem de tentar elogiá-la de modo sorrateiro. Sorriu um pouco e voltou a olhar a formação dos sarracenos, vendo seus pontos mais fracos e fáceis de se conseguir atacar, por onde conseguiria uma vitória mais fácil, até escutar a voz de Estevão perto de si, virando seus olhos rubros e ficando a fitá-lo e escutá-lo.

Seus olhos rubros fitaram o mar de soldados que o Sultão possuía. Tantos sarracenos acreditando que poderiam fazer algo contra ela, até se sentia lisonjeada por tal demonstração de medo, já que ela via aquele numero absurdo como sendo uma demonstração de medo e superestimação do Sultão para com ela.

Voltou a escutar a voz do Conde Vladislaus e concordou com a cabeça. Respirou fundo.

- Não pretendo demorar muito, irei salvar os prisioneiros, não precisamos de um massacre aqui. Já vamos ver bastante sangue na frente dos muros da cidadela.

Ela voltou a observar seu alvo, olhando para seu exercito de homens e começando a dar ordens, mostrando os pontos mais fracos e sendo por eles que iriam começar seus ataques, que seria com força total e rapidez extrema para que sarracenos não tivessem chance de se proteger.

Escutou o desejo de boa sorte de Vladislaus e concordou com a cabeça.

- Desejo-lhe o mesmo.

Assim que houve a primeira oportunidade, começou o ataque.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:35 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySeg Fev 02, 2009 6:34 am

Ação para Aloisio e Vanessa:

- Meu Deus. – disse Estevão. – Eles são tantos. E há mais vindo. Precisava mesmo de tantos homens para carregar dois prisioneiros?

O Conde riu aveludado pelo comentário do jovem cavaleiro.

- São muitos, sim. Mas nem todos são verdadeiros guerreiros. Embora estejam procurando proteger a carroça, não possuem uma formação de ataque ou defesa. Parecem mais como escudos humanos. O truque é espalhá-los. Para isso, um ataque forte e rápido, como seu comandante disse.

Ele apontou para uma região e complementou:

- Descendo pelo lado oeste, os pegaria de surpresa.

- Loucura. Nós somos poucos se comparados a eles.

- Medo de morrer?

- Eu... ainda não me confessei a Deus.

- Sou cristão. Confesse seus pecados e Deus o escutará através de mim.

- Sim. Ouça a minha confissão. Eu pequei. Menti. Coloquei meus desejos acima de minhas obrigações com Deus. Dispersei durante as rezas. Desejei o mesmo sexo. Tive medo de morrer em Nome de Deus.

- Arrepende-se?

- Sim.

- Deus lhe absolve.

O Conde fez o sinal da cruz na testa de Estevão e observou o jovem partir. Ele voltou-se a Daniella e riu.

- Certo. Eu menti. Não sou cristão. Só quis livrar o peso do coração do pobre rapaz.

O Conde ouviu os votos de boa sorte. Então, sentiu um sorriso aflorar a seus próprios lábios. Um sorriso tão leve, tão branco e frio, como a neve da Romênia. Vladislaus levantou-se, e com o corpo levemente curvado para não ser facilmente avistado, voltou ao seu cavalo, montando-o. Então, o Conde e os homens de Casimir retomaram a cavalgada e desapareceram na escuridão.

Ezequiel ergueu os olhos e começou a examinar cuidadosamente o alto do vádi, na direção onde Hassan tinha observado. Por fim, seus esforços foram recompensados. Conseguiu ver os vultos no meio da escuridão. Ezequiel dirigiu-lhe um olhar penetrante.

- Sim, tem razão. São anjos. Isso quer dizer que eles não vão nos trocar. Eles resolveram se arriscarem a vir aqui. Tenho certeza que é o nosso comandante Daniell. Estamos salvos, Jean. Prometo que farei o que puder para não sair de perto.

Mais alguns passos pelo vádi e Ari se encolheu todo, ao ouvir um grande barulho de desmoronamento. Ele virou a cabeça e olhou na direção onde o outro exército do sultão estava marchando. Por alguns instantes, uma nuvem escura subiu para os céus como se pedras tivessem despencado das paredes do vádi. Então uma faixa de claridade tingiu o céu a oeste. Uma chuva de flechas de fogo eram atiradas ao longe, forrando o céu negro como estrelas flamejantes.

- É agora. – disse Estevão à Daniella. – Vamos correr o mais rápido possível. – e quando Daniella deu autorização para o ataque, Estevão esporeou seu cavalo, o fazendo disparar em alta velocidade.

Neste instante, o grupo de Daniella retomou a cavalgada, correndo o máximo que podiam ao descer a passagem estreita do vádi. No instante que Said ia brandir a cimitarra, Ari segurou-o pela veste e o derrubou do cavalo. O comandante, pego de surpresa, caiu no chão. Ari desceu de seu cavalo e apontou a cimitarra no pescoço do sobrinho do soberano. Ao Said virar, ficando de costas no chão arenoso, sentiu a ponta da cimitarra picar a sua carne, o semblante se transformando em uma máscara desolada e incrédula.

- Você é o traidor...

Ao ver o rosto de Said mais alarmado que se tivesse visto diante de seus olhos um fantasma, Ari abriu um sorriso fraco e condescendente.

- Não, Said. Não. Seu tio quem me traiu depois de tantos anos.


Última edição por Conde Vladislaus Tepes em Seg Fev 02, 2009 8:56 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySeg Fev 02, 2009 8:24 am

laila cerrava os olhos, impaciente. Não, não era impaciência, e sim incredulidade com as palavras de Casimir. Afastou-se dele e, um dos últimos atos para tentar se proteger, colocou-se um pouco atrás de Heitor, porém ainda olhando fixamente o Duque, que pô de sentir a mágoa em cada palavra vinda daqueles lábios jovens, intocados, mas ainda assim cheios de volúpia:

- Não ouse me chamar de "amiga", senhor Duque. Não faço isso por você, pois não o merece. - e então vira-se para o barão, de quem recebeu um beijo na testa - Faço pelo senhor Heitor. E por Ezequiel. Tenho certeza de que eles se esforçaram para eu ficar aqui, ao contrário do senhor...Duque. - cospe as últimas palavras com ênfase e nojo, ajeitando a velha manta.

Enfim, afasta-se um pouco do Barão, que via os olhos brilhantes e marejados da garota, porém nenhuma lágrima caía - por enquanto:

- Não se arrisque por mim, senhor Heitor. Já tomei minha decisão, não posderei viver com a culpa da morte de Ezequiel. Pode me levar, por favor? Não temos muito tempo.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySeg Fev 02, 2009 9:48 am

Ação para Marys:

O barão a enlaçou com o braço, como se Laila precisasse dessa confirmação de segurança. Ele captou os sentimentos dela de imediato, olhando para Laila com doçura e depois voltando a atenção com sobriedade, por um bom tempo, para o enfurecido Duque.

- Faça-a parar, Barão. Eu não sou obrigado a ouvir isso.

O barão olhou para ela preocupado, mas com um gesto ele lhe disse para que não prestasse nenhuma atenção as palavras de Casimir. Escuta-la falar sobre a morte de Ezequiel, fez apenas sua aflição se aprofundar. Entretanto, ela parecia determinada a cumprir com seu destino, destino este que ela tentou em vão, mudar. Percebia como era firme, como era clara a sua voz. Como tinha certeza do que estava fazendo. Ele respirou fundo com amargor.

- Laila. – Heitor disse, com a maior delicadeza possível. - Não posso fazer isso, Laila. Daniell não me deu essa ordem. Nem Casimir pode fazer isso. Não me peça novamente fazer uma coisa que não posso cumprir sem sentir dor. Para onde o comandante foi?

- Não faço idéia. Talvez, tenha se atirado com Vlad no meio de cinco mil muçulmanos desejosos para verter nosso sangue.

O duque endireitou os trajes e fez menção de se despedir.

- Se me permitem, tenho o que fazer. Preciso ainda verificar as catapultas.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySeg Fev 02, 2009 1:25 pm

Daniella ficou somente escutando o jovem Estevão se confessar para o Conde, arqueando a sobrancelha pelo que ele disse. Talvez fosse por isso que Estevão não tivesse dito nada na sobre a hora que estava a abraçar o jovem principe.

Observou-o partir e escutou o Conde falar, balançando a cabeça negativamente, apesar da intessão foi boa.

- Se fosses cristão provavelmente teria muito pelo que pedir perdão, não?

Riu levemente, depois observou-o ir fazer sua parte da missão. Observou a nuvem de flechas chamejantes e escutou a voz do ruivo, concordando com a cabeça.

Começou a mover sua espada, eliminando as pessoas que estavam em seu caminho, correndo na direção da carruagem. Tomava cuidado para não ser acertada por aqueles homens inexperientes.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:36 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptySeg Fev 02, 2009 6:49 pm

(Pow, acabaram com o meu "clinch"... ^^)

- Senhor Ezequiel, prepare-se.

Hassan, percebendo que era o momento certo, assobiou de forma inaudível para Yago, que entendeu o comando e desceu a uma velocidade descomunal, arrancando a falcione da cintura de Said e deixando-a cair "descuidadamente" próxima a Hassan. Foi possível avistar apenas um vulto, pois estava muito escuro e a ave era muito rápida. Logo após, distraído, Said foi seguro por Ari, que revelava-se, finalmente. Embora estivesse curioso com o provável desenrolar daquela história, Hassan sabia que tinha que tirar Ezequiel dali. As flechas flamejantes já vinham com tudo, e tanto cristãos quanto árabes avançavam ao provável combate, deixando o flanco leste livre. Hassan, então, usou a lâmina da falcione para cortar suas cordas, colocando-a na cintura e, depois, pegando Ezequiel pelos braços antes de correr, a toda velocidade, a leste, fugindo daquele local que em breve se tornaria um sangrento campo de batalha.

- Não se preocupe, Ezequiel! Vou tirá-lo daqui!

Hassan sabia que agora não seria culpado, mas sim Ari. Era um disfarce perfeito para se aproximar de Laila, pois continuaria sendo o mesmo Jean de antes, mas agora mais infiltrado que nunca. Porém, não passaria suas informações para Mehmet, e até mesmo tentaria convencê-los a acolher Ari. Porém, tudo o que lhe importava agora era encontrar um planalto, de onde pudesse observar a batalha em segurança.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyTer Fev 03, 2009 8:28 am

(Off: Ah, sorry moço ó.ò num foi a intenção.)

Ação para Aloisio e Vanessa:

Com as palavras de Daniella, o Conde franziu as sobrancelhas, mas seu olhar traia certa faceirice. Vladislaus apertou os olhos para fita-la na penumbra, com um ar cortês. Não houve respostas, apenas a sombra de um sorriso malandro que respondia por si.

Ao ver os cristãos vindo em sua direção, os primeiros sarracenos tentaram recuar. Mesmo que conseguissem atrair os cristãos para o exército que vinha com uma quantia maior de homens, encontrariam apenas o caminho fechado pelo grupo do Conde Vladislaus.

Os sarracenos mais corajosos permaneceram onde estavam, brandindo suas cimitarras, mas os cavaleiros agrupados com seus cavalos pesados passaram por cima deles. Acima dos ruídos da batalha levantaram-se os primeiros gritos agudos dos feridos, sejam cristãos, sejam sarracenos. Estevão atacava furiosamente com a espada, sentindo-se plenamente vivo até a ponta da arma.

Daniella abria caminho entre os sarracenos, golpeando muitos que a olhavam surpresos. Enquanto tentava se aproximar da carroça, podia se ver cercada por um homem a sua direita que levantava um machado de cabo longo para golpeá-la, e o da esquerda que erguia uma cimitarra.

Said fitava Ari, incrédulo, enquanto a voz de Ari soava-lhe agradavelmente aos ouvidos, como o murmúrio de um ribeiro distante. Seja o que Ari lhe dizia, parecia fazer Said sentir os últimos segundos de sua vida cada vez mais próximos. O que era mais estranho, entretanto, é que nenhum dos homens intervinha entre eles.

Ezequiel virou o corpo, facilitando assim para que Hassan lhe cortasse as cordas. O menino não tinha entendido direito como o falcione havia parado nas mãos de Jean, mas não era uma questão a ser feita naquele instante.

- Obrigado, monsieur Jean.

Levantou-se, com a ajuda de Hassan. Ele saltou da carroça com agilidade e se colocou a correr rumo a leste, como Jean tinha instruído. Ouviu então o cavalgar de dois cavalos atrás deles. O menino olhou por cima do ombro, observando os dois sarracenos se aproximar a toda brida, brandindo cimitarras.

- Jean! – o menino o alertou.

Então um outro grito foi brandido, só que numa voz mais máscula e em árabe. Said tentou reagir contra Ari, mas Ari empurrou a espada com toda a força para dentro e para cima, até alcançar o coração de Said.

Said caiu, morto. Havia uma ponta de coragem, a sombra de um sorriso, antes que ele morresse. Num gesto que poderia ser interpretado até mesmo como sendo de carinho e respeito, Ari o colocou numa posição como se estivesse dormindo, fechando seus olhos com as pontas dos dedos.

- Salaam alaykum.

Ele então derrubou a cimitarra e se prostou no chão, com a testa tocando a areia, quando os cavaleiros cristãos se aproximaram e o acercaram.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyTer Fev 03, 2009 2:50 pm

Daniella fez seu caminho por entre os sarracenos, brandindo sua espada e fazendo mais gotas de sangue cairem em sua roupa, espada e cavalo. Fez o possivel apara se aproximar da carruagem, escutando a voz abafada do jovem principe, olhando na direção.

Foi, porem, impedida se continuar seu caminho por dois homens que lhe ameaçavam com armas. Ela fez seu cavalo impinar no momento que um se aproximou mais, ameçando cair com as patas sobre o rosto do homem, provavelmente assustado pelo movimento brusco, enquanto aproveitava o tempo para corta a garganta do outro que também estava por perto, depois passando por cima do que sobrou e voltando a correr com seu cavalo.

Aquilo já era movimentos pelo qual a jovem já estava acostumada, assim como o seu cavalo, que era bem treinado e obedecia sempre sua dona.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:38 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyTer Fev 03, 2009 3:16 pm

(OFF: Pow, sem crise... pelo menos você me deu um "bônus" pra ele mostrar o que sabe)

Finalmente, Hassan sentiu que era a hora de mostrar suas habilidades. Embora estivesse sendo perseguido por dois de sua raça e crença, eram infiéis dela, mesmo sem o saber. E por Allah, eles deveriam morrer, fosse nas mãos de Jean, fosse nas mãos de algum cristão. Por isso, Hassan achou que estava fazendo bem a eles, ao pelo menos deixá-los morrer pelas mãos de um puro. Quando percebeu que eles estavam perto o bastante, bradou a Ezequiel, em francês.

- O Senhor prometeu que não me questionaria, então, continue a correr e não olhe para trás!!!!!

Então, ele parou e girou seu corpo. Respirou e posicionou-se com a falcione, lembrando-se de seu extenso treinamento e experiência. Os homens estavam a cavalo, mas não eram bons o bastante para detê-lo. Assobiando novamente a Yago, Hassan viu quando o falcão desceu com um rasante e começou a rasgar o rosto do árabe que vinha no flanco direito, obrigando-o a parar o cavalo e tentar se livrar dele, dando-lhe algum tempo. Já o cavaleiro que vinha no flanco esquerdo de Hassan se aproximou. Hassan parecia um alvo fácil e imóvel, mas ao que a cimitarra do árabe ameaçou o pescoço de Hassan, este esperou que a distância fosse menos de dois metros para girar o corpo enquanto saltava com força, escapando do golpe e desferindo um golpe reverso tão potente que, pegando a partir da nuca, decapitou o pobre árabe, fazendo seu corpo cair ao solo e o cavalo desacelerar. Quando o outro conseguiu afastar Yago, no entanto sem ferí-lo, sentiu a mão de Hassan, que vinha correndo, puxá-lo para fora do cavalo com força tremenda. Ele bateu as costas contra o solo de modo violento, e conseguiu ouvir as últimas palavras em vida, antes de Hassan perfurar-lhe o coração com um golpe quase cerimonial, segurando a Falcione com as duas mãos.

- Curve-se e redima-se perante Allah quando em sua presença estiver.

Hassan, então, respirou fundo, embainhou a Falcione e, passando próximo ao corpo decapitado, fez um gesto de respeito e disse as mesmas palavras. Após esse episódio, assobiou para Yago subir bem alto e rodear a área, enquanto Jean corria em direção ao príncipe, tentando alcançá-lo.
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MensagemAssunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições   Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições EmptyTer Fev 03, 2009 6:54 pm

Ação para Aloisio e Vanessa:

Ezequiel fez um gesto de assentimento e obedeceu a ordem imperativa de Hassan. Ele quase podia ver a ironia disso. Ultimamente, estava correndo mais do que seria normal. Primeiro, na noite anterior quando descobriu que o comandante cristão era, na verdade, uma mulher. Precisou sair correndo da tenda e escapar de uma mulher furiosa com uma espada em punho. E neste instante, corria para não ser apanhado pelos seus raptadores muçulmanos. Seu tio gargalharia, se soubesse de suas desventuras.

Entretanto, não queria deixar Jean a própria sorte. Mas sabia que se não obedecesse, Jean se preocuparia em protegê-lo, o que atrapalharia a fuga de ambos.

Suas pernas já se encontravam doloridas de tanto correr. Sentia ferimentos se romperem no calcanhar direito, mas a meia macia, absorvente, protegia um pouco a carne viva. Tinha perdido a noção de para onde estava indo. Mas deixava que o destino o conduzisse. Afinal, estava nas mãos do destino.

Depois de um momento, ele desobedeceu Hassan. Ezequiel virou a cabeça para trás, diminuindo o ritmo da corrida. O que viu, surpreendeu-o. Viu Jean desferir um tremendo golpe de espada na cabeça de um dos mouros, derrubando-o do cavalo, a cabeça rolando por alguns metros de distância do corpo. Aquilo o fez voltar a correr com mais velocidade, como se fugisse do diabo, os pés escorregando sobre os pedregulhos do terreno irregular do vádi.

Pouco tempo depois, ouviu passos o seguirem. Olhou por cima do ombro, temeroso que fosse um dos perseguidores, mas viu que se tratava do cavaleiro francês, Jean. Tratou a correr com mais veemência, até que seus olhos percorreram para o alto do planalto.

- Jean, por ali.

O rapaz parou, quando viu um dos sarracenos, a pé, brandir uma cimitarra contra eles. Ezequiel conseguiu se esquivar do homem com a presteza de uma criança arteira, deixando para que Hassan cuidasse do mouro. Hassan podia perceber que este mouro tinha boa habilidade com a cimitarra e tentava desferi-lhe golpes.

Ezequiel começou a escalar o planalto, tentando encontrar um lugar por onde pudesse se esconder até o fim da batalha, mas estava tendo dificuldade de escalar. A areia se encontrava bastante solta e ele logo escorregava. Um dos sarracenos tentou segura-lo pelo calcanhar, mas o menino o chutou e conseguiu se livrar. Depois, com muito esforço, ele conseguiu escalar e se manteve atrás de uma pedra.

Sentou-se, respirando cansado. Estava horrivelmente abatido, o cabelo escorrendo-lhe pelo rosto. Os olhos estavam secos e terrosos. Ele esfregou os olhos com as mangas e os ergueu, observando a batalha até que chegasse a um fim.

Alguns cristãos se empenharam a ajudar Ari se levantar, enquanto mantinham-no rendido por espadas. Não o matariam, enquanto Daniella não desse suas ordens que selariam seu destino. Ezequiel viu Daniella tentando abrir caminho para chegar onde eles estavam. Mulheres como ela eram frequentemente subestimadas. Mas, por trás da fachada delicada, ele via que ela possuía força de caráter e capacidade de luta.

Os sarracenos, vendo que seus comandantes tinham sido subjugados e com os ataques violentos dos cristãos, se viram forçados a recuar. Alguns ainda prosseguiram no combate. Era perceptível a tremenda balbúrdia dos mouros, impotentes diante dos cristãos. Muitos cristãos e mouros jaziam mortos na terra.
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