|
| Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. | |
| | |
Autor | Mensagem |
---|
Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 9:31 am | |
| Ação para Aloisio:
Ezequiel ouviu o cavaleiro dizer, em meio a dor, a probabilidade de estarem sendo traídos. A expressão do rosto do garoto traia seu cansaço e sua angustia.
- Eu também tenho semelhante suspeita. – respondeu, suspirando. - Alguém deve ter mandado o alerta aos muçulmanos, pouco depois de nossa saída. Pode ser um espião muçulmano que não avistamos durante o percurso, ou na pior das hipóteses, pode ser um de nós. Se há algum esquema, o comandante tem que ser alertado sobre isso.
Respirou fundo, exausto. Era difícil acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Então, ouviu suas últimas palavras.
- Obrigado, cavaleiro. – ele sorriu, forçadamente. – Eu precisava mesmo ser reconfortado. Estou exausto e faminto. Deus, como eles podem ser cruéis? – indagou, em seguida. – A propósito, cavaleiro, gostaria de saber seu nome e de onde saúda.
Neste instante, a carroça parou e novamente o menino bateu contra Hassan. Em pouco tempo estavam no acampamento. Os dois prisioneiros tiveram as mãos amarradas atrás das costas e foram asperamente guiados para fora da carroça.
- Para onde estão nos levando? – o rapaz indagou.
Um dos sarracenos deteve o progresso de Ezequiel, para que agora removesse a venda de seus olhos. O menino deu um suspiro de alivio, e seus olhos abriram lentamente, acostumando-se novamente a forte luz do Sol, e então olhou nos olhos do falso cristão.
Os sarracenos os forçaram a caminharem próximos a uma fila de prisioneiros que seriam decapitados, a ponto de verem as cabeças dos cristãos caírem uma a uma. Era para o conde está ali, naquela mesma fila, mas o nobre tinha conseguido fugir de seu cárcere na noite anterior, e os árabes acreditavam na versão que pela extraordinária beleza e concubina favorita, a jovem odalisca Laila era uma presa valiosa.
Por todo lugar do acampamento, jaziam mortos muitos cristãos, jovens e velhos. Tinha ali estacas de madeira pontiagudas que empalavam algumas cabeças, geralmente de nobres cristãos importantes. Raiva aflorava nos olhos do menino, ao mesmo tempo em que, choque e temor. Fechou os olhos, por instantes, mas as lembranças dos crimes hediondos daqueles monstros árabes povoavam seu cérebro, martirizando-o.
Seus olhos percorreram a uma fila de jovens sentados sobre a areia. Jovens da mesma idade que ele ou ainda mais jovens, que teriam seus destinos como escravos. Não só seus membros estavam acorrentados, como também tinham seus pescoços presos por um grilhão.
Então a marcha parou, quando eles estavam a frente de uma grande tenda. Said adentrou, enquanto os guardas mantinham os dois prisioneiros do lado de fora. | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 10:21 am | |
| Quando a carroça fez a criança bater contra Hassan, este o segurou fortemente, aliviando o impacto. Ao ouvir a pergunta de Ezequiel, Hassan prontamente respondeu.
- Jean Devereaux, meu senhor. Fui enviado por nosso soberano, Louis XIV, para auxiliar a Igreja. Venho de Marselha, onde já servi com toda a minha fé por longos dez anos.
Hassan sabia que seria verdade sua identidade. Conhecera, certa vez, um homem com esse nome, e que vinha deste lugar. Se averiguassem os registros, não haveria dúvidas. Porém, esse homem havia desaparecido durante uma expedição à África, onde Hassan o encontrou. Ele deveria, nesse momento, estar sendo mantido sob cárcere em alguma província muçulmana. Quando o jovem voltou a indagá-lo, Hassan novamente respondeu, mantendo ainda o sotaque francês.
- Estamos em um acampamento de muçulmanos... estão... matando os prisioneiros cristãos... santo Deus...
Hassan realmente se espantou ao ver que todos estavam sendo decapitados e empalados. Não era isso que Allah desejava, decerto, mas era uma guerra. Contudo, ao ver crianças com grilhões em seus pescoços, sendo tratados como animais, Hassan chegou a suspirar fundo. Não poderia aceitar isso, mesmo vindo de seu povo, de sua crença! Há quanto tempo eles leram o Alcorão, se é que um dia já o leram? Hassan não iria ficar quieto e, mesmo sob uma voz fingida, faria um protesto legítimo, falando a Said em francês.
- Por Deus, homem! Matem-me, mas deixem as crianças em paz e livres. Elas não têm culpa do que seus pais e governantes decidiram para nossos povos. Tenho certeza de que seu Deus, Allah, também não ia querer isso! Nós lemos a Bíblia e vocês, o Alcorão, não é? Onde diz no Alcorão que crianças devem ser escravos!!!???
Hassan olhava-o de forma atenta, respirando forte, como se estivesse mesmo revoltado - e estava. Contudo, pareceria, naquela ocasião, um mero disfarce, devido aos planos traçados anteriormente. Mas esta era a única forma que ele tinha de expressar sua revolta. Alguma coisa estava muito errada. Ele tinha que falar com o alto sufi. Teria que passar anos em Ur se penitenciando por estar permitindo que aquilo tudo acontecesse. Enquanto esperava a certeira chibatada que receberia por sua afronta como "cristão", Hassan olhava nos olhos de Ezequiel, retribuindo-lhe o olhar e passando-lhe confiança. Por mais que lhe doesse, tinha que ganhar a confiança do menino a qualquer custo. Porém, começava a duvidar se estava mesmo do lado certo, ou se havia lado certo. Para poder julgar por si, deveria se inflitrar entre os cristãos e ver com seus próprios olhos se a realidade de ódio e loucura era a mesma que afligia seus irmãos de sangue. Ele apenas esperou que Said voltasse, para que o plano pudesse prosseguir. Certamente ele enviaria um mensageiro propondo a troca. Era apenas questão de tempo para que o ápice de seu plano fosse atingido, para o bem ou para o mal. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 10:49 am | |
| Ação para Vanessa:
O barão ficou apenas olhando para ela e sorriu.
- Não é fraqueza, mas humanidade. Abençoado seja seu coração, comandante.
Neste instante, o duque aproximou-se deles em seu cavalo. Desceu do lombo do animal, e virou-se a Daniella. Ele a olhou de frente, na expectativa.
- Comandante, eu preciso falar com o senhor. Não pode esperar.
Calado, ele esperava o barão deixa-los as sós. Desta vez, não havia o menor traço de sarcasmo na voz ou sinal de arrogância. Podia dizer, só pela expressão dele, que ele estava preocupado e ansioso. Quando o barão os reverenciou e se retirou, encaminhando-se para a sua tenda, Casimir esperou um pouco mais e depois falou com delicadeza, escolhendo cuidadosamente as palavras.
- Recebi uma mensagem de um de meus espiões. É sobre a pequena caravana de feridos que se encaminhava em direção ao acampamento do rei. Seguiu-se, então, uma batalha horrenda. Parece que todo o exército cristão foi dizimado. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 11:58 am | |
| Ela sorriu um pouco para o barão antes dele se afastar e olhou Cassimir, esperando que Cassimir falasse.
Quando ele finalmente falou, a sensação que Daniella teve foi como se uma pedra caisse pesadamente em seu estomago. Seu rosto empalideceu com aquela noticia. Fechou os punhos com força, controlando seu lado emocional o maximo que podia.
Deveria ter mandado mais pessoas com aquele moleque, mas ele falou que alguma seriam o bastante...
- Você tem certeza do que está me falando, Duque Cassimir...?
Falou com rispidez. Então era aquilo que ela havia sentido...? Ela conseguia controlar sua expressão para que continuasse séria, mas a fraquesa feminina se mostrava em seus olhos rubros.
O odio parecia crescer dentro dela, como se ela fosse explodir. Fechou seu punho em volta da bainha de sua espada preciosa. Eles haviam pedido por aquilo. Qualquer duvida que ela possuia sobre aquela batalha havia se acabado. Fatiaria cada muçulmano que entrasse a sua frente sem a menor dó e não deixaria que eles tivessem a menor possibilidade de serem reconhecidos após a batalha.
- Eles me pagam!
O odio visivel na voz. Se Cassimir já temia e procurava ficar no lado bom do comandante com ele sendo ironico e sarcastico com sua pessoa, agora ele provavelmente queria ser amigo de infancia e ser o membro mais confiavel daquele homem.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:33 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 7:15 pm | |
| Ação para Aloisio:
Said, trajando sua roupa negra, continuava caminhando lentamente para a tenda, com os braços para trás. Foi quando ele ouviu o desabafo indignado de Hassan. Said olhou diretamente nos olhos de Hassan. Então deu as costas, largando-os à própria sorte.
A chibatada que Hassan esperava não veio. Mas era certo que não tardaria. Eles fariam com que Hassan se atormentasse até o momento de sua penitência.
O corpo de Ezequiel estremeceu de leve, mas permaneceu imóvel. Estava apavorado, era inegável. As dúvidas enchiam os pensamentos da criança que via seu destino ser incerto. Sabia que os muçulmanos os fitavam e sentia o peso de seus olhos atingindo os seus. Ezequiel chegou a perder a noção do tempo em que ficou ali, estático, mantendo seus olhos fixos no outro cristão, procurando o olhar de consolo que Hassan lhe dirigia. Sentia a garganta seca e ferida.
Minutos depois, eles foram guiados para dentro da tenda. O vento vindo da direção leste fez com que Mehmet sentisse a aproximação dos prisioneiros, ao mesmo tempo em que começava a ouvir seus passos.
Radu, o irmão de Vlad, ao reconhecer Hassan por detrás das vestes cristãs, levantou-se e fez um gesto hesitante para a cimitarra presa em sua cintura, mas Mehmet percebeu o movimento e, tranquilamente, fez sinal com a mão que era para ficar quieto. Radu espremeu os olhos, a mão afastando-se do cabo da arma.
O sultão observou Hassan atentamente e suprimiu um sorriso, como se divertido com o disfarce, para depois fitar de forma curiosa o jovem escudeiro.
- Comentário espirituoso, rapaz. – o sultão disse, deitado nas almofadas, encarando Hassan. - E onde está escrito em sua bíblia que os cristãos devem matar os muçulmanos?
Com um movimento lento, pegou um pedaço de carne do cordeiro metido dentro do pão, cortou-o em dois pedaços, com o seu punhal, rústico, sem enfeites e, terrivelmente bem afiado, e com a ponta o punhal meteu a comida na boca.
- No alcorão está escrito: “qualquer um que agir de forma hostil ao profeta, depois da orientação haver-se manifestado nele, e seguir outro caminho que não seja o dos crentes, nós, os crentes, vamos tornar o infiel no que ele tornou a si mesmo e vamos fazê-lo entrar no inferno, um lugar de encontro do mal”.
Ele olhou para o jovem cristão que estava na companhia de Hassan. Era visível o interesse vivo no olhar do soberano sobre o jovem rapaz.
- Muitas daquelas crianças serão convertidas pelos ensinamentos do Profeta. O que farei, será salvar a alma daqueles anjinhos...
Levou um tempo comendo os pistaches embebidos de mel. Então o dedo indicador passou a enrolar indiferente o cabelo castanho em forma de pequenos cachos, olhando de um para o outro.
- Seus nomes? | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 7:51 pm | |
| Ação para Vanessa:
Casimir percebia que Daniella queria acreditar nele, mas não conseguia aceitar bem tudo o que ele dissera. Ele estava absorvendo tudo isso, sua preocupação, sua evidente falta de segurança. Observava atentamente essas nuances de seu comportamento, como se algum dia pudesse ser capaz de usar isso a seu favor.
Ele olhou diretamente para ela, enquanto prosseguia.
- Infelizmente, tenho a mais absoluta certeza. – o duque confirmou a respeito da mensagem.
Então estendeu para o comandante a bandeira do grupo de cruzados de Daniell, a mesma que Ezequiel provavelmente estava carregando em seu cavalo, à frente do grupo. O estandarte branco bordado em prata estava manchado de sangue e rasgado nas beiradas, sujo de areia.
- Isso atesta a fidelidade da informação e, desgraçadamente, a derrota cristã.
Quando ela pegou o estandarte santo, o duque afastou gentilmente a mão, sua expressão voltando a ser jovial. Tinha as faces queimadas pelo Sol.
Enquanto Daniell era pura ira, Casimir mostrava uma calma irritante. Mesmo sabendo nos cantos escuros de seu subconsciente que ficar próximo de Daniell naquele instante, aos quais tinha os olhos fulminados de ódio, era um momento perigoso.
Ele fez uma pausa e então prosseguiu.
- Vou enviar um grupo de homens até o local quando a batalha acabar. Não acho certo que nossos homens virem comida para animais. Eles devem receber um enterro cristão. | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 8:46 pm | |
| Hassan ouviu quieto todo o discurso de Mehmet. Ele sabia que essa era a passagem utilizada para justificar a guerra, da mesma forma que uma similar passagem da bíblia sobre Jesus expurgar o "mal" do mundo no Livro do Apocalipse os condenava ao embate sangrento. Porém, sabia também que ambas as passagens eram corrompidas por ambos os povos para justificar suas ações ímpias. A passagem do Alcorão não especifica que a passagem ao inferno se dará através da morte, mas sim através do desprezo, do reconhecimento do infiel como ímpio e pecador. Embora desejasse discutir com Mehmet sobre isso, não o faria sob um disfarce. Ao menos, tinha conseguido atrair parte da atenção para si, mas ao fitar Radu pensou que seu disfarce seria descoberto na primeira oportunidade que o jovem tivesse para delatá-lo. A pedido do sultão, apresentou seu nome falso.
- Jean... Devereaux... e o senhor deve ser... o sultão... presumo? Por favor, solte o jovem... levem a mim, mas deixem a pobre criança em paz... certamente Allah não precisa transformar crianças em escravos para convertê-los...
Era difícil precisar se o apelo era feito por Jean ou por Hassan, tal a emotividade presente em seu olhar e em suas palavras em francês. Mas decerto que esperava saber o nome do jovem que defendia. Seria um ás na manga quando ele realmente precisasse. Apesar disso, estava tenso. Aquele jogo estava se tornando perigoso demais. Radu agora estava envolvido. E se os cristãos não soubessem da notícia de que havia sobreviventes? Poderiam até mesmo matar os prisioneiros árabes que estivessem em seu poder, e seu plano falharia miseravelmente. Então, algo lhe ocorreu. Precisava alertar o mais rápido possível os cristãos. Hassan esperou que o jovem dissesse seu nome, para depois acrescentar:
- Por favor, senhor sultão... se o senhor não for nos matar... se quiser nos trocar por prisioneiros de seu povo entre os meus... que o faça rápido, com um mensageiro. Se meus homens pensarem que todos os cristãos foram mortos naquele campo de batalha, matarão todos os prisioneiros sarracenos, e não haverá troca!
Disse isso com urgência, para que o sultão percebesse que realizar a troca era necessário e iminente. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Dom Jan 18, 2009 9:53 pm | |
| Escutou-o confirmar seu termor, pegando a bandeira que provavelmente Ezequiel levava consigo naquela viagem.
Ela o mandou para fora para que ficasse seguro, mas ela havia selado o destino do garoto. E agora ele estava morto. Tudo por ter acreditado que estava fazendo o melhor para ele.
Olhou para o Duque, olhar passando do odio para o mais completo frio olhar, como se já tivesse terminado de digerir aquilo e agora estivesse pronta para agir.
- Existe um espião aqui, minhas ordens não deveriam ter ido parar nas mãos daqueles Muçulmanos malditos. Se quer se fazer util agora, procure-o!
Falou com a voz ficando extremamente calma. Colocou-se a caminhar, subindo em seu cavalo e escutando-o falar sobre visitar o local onde estariam os corpos.
- Faremos melhor, traremos a essas almas a paz, matando seus executores. Eu quero a cabeça de cada um daqueles muçulmanos rolando até o fim do dia.
Falou com o olhar quase congelante, controlando seu cavalo e saindo correndo daquele local. Seus olhos só demonstraram a verdaderia tristesa quando chegou a sua barraca, fechando-a para que ninguem a interrompesse e a pegasse naquele momento.
Olhou novamente para a bandeira, colocando-a sobre uma das comodas e indo até o alcool, colocando em um copo e virando com tudo.
Sentiu como se aquela fosse sua primeira derrota. Como se aquilo fosse seu primeiro erro. Primeiro e ultimo.
- Maldita raça imunda. - falou com odio.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:34 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Seg Jan 19, 2009 5:57 am | |
| (mamuska fritou o dedo i,i também, colocando as coisas na frigideira SEM GARFO! u,u/)
Laila ainda dava ordens e, quando o óleo caiu nos sarracenos, foi como se os portões do Inferno fossem abertos. Gritos e mais gritos de agonia e alguns nem tiveram oportunidade de expressar a dor; o óleo caiu direto por suas bocas abertas de espanto por verem os cristãos usarem as táticas que o Sultão apreciava, e tiveram seus corpos cozidos - por dentro e por fora.
Quando Laila falou de seu temor em voltar para os braços do Sultão, foi acalmada pelo Conde. De início o sorriso fez-se na jovem, e ela sentiu-se aliviada pela proposta dele em levá-la para a Europa. Mas a alegria se foi, com os novos comentários dele.
A odalisca afastou-se lentamente, apenas dois passos e fitando Vladislaus com os olhos cerrados, quase como um felino pronto para atacar. Ela disse numa voz firme, porém carregada de raiva e rancor:
- Não. Você não fará um novo harém. Não comigo na sua coleção. Não fugi de um inferno para cair em outro.
Vira-se de costas, continuando a dar ordens a Estevão com relação ao óleo fervente e às pedras que eram mergulhadas nele:
- Se insistir, vou aceitar o convite do Barão e ir com ele. Ao menos lá, serei tratada como uma pessoa, e não como um brinquedo. Como você foi em sete anos com o Sultão...senhor.
Olha-o de soslaio, e não havia mais traço de sorriso na garota. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Seg Jan 19, 2009 11:06 am | |
| Ação para Aloisio:
Radu escutava com toda a atenção a conversa que se estabelecia entre o falso cristão e o sultão. Era difícil Radu perceber até que ponto fazia parte da farsa, e o que era real.
- Jean Devereaux... – o sultão disse, parecendo pensar.
Os dedos alisavam o cabelo, num gesto suave e indiferente.
- Não haveria a necessidade da escravidão, isso é verdade. – o sultão respondeu suave. – Mas seu povo já implantou a semente do mal dentro dos corações daqueles anjos. A conversão para o islamismo será dura, mas não impossível. Encare a escravidão como uma forma de se instruir e educar essas crianças.
O sultão voltou-se ao jovem escudeiro.
- Como é seu nome?
Para tal pergunta, o sultão não teve qualquer resposta. Num movimento rápido, Radu golpeou Hassan pelas costas com toda a sua força, e tudo o que Hassan podia fazer era cair de joelhos. Neste instante, Hassan sentia a afiada lâmina da cimitarra de Radu encostar-se a seu pescoço.
Hassan podia ver um pequeno sorriso amargo na boca de Radu, que abaixou a cabeça para sussurrar-lhe ao pé do ouvido.
- Não é preciso agradecer, Hassan. – disse Radu, num tom desdenhoso.
Ezequiel virou a cabeça bruscamente na direção de Hassan. Gritou, enquanto se debateu contra os guardas que o seguravam com as mãos firmes e apertadas, os cabelos balançando de um lado para o outro.
- Miseráveis! – rosnou. - Miseráveis! Deixe-o em paz! – disse, numa voz a um tempo doce e incisiva. - Ezequiel. Meu nome é Ezequiel.
Omitiu o sobrenome, porém. Mas era certo que eles arrancariam a confissão da criança, a força.
- Ótimo, Ezequiel. Faz parte da nobreza?
O menino olhou para Hassan, depois se voltou ao sultão, consentindo com a cabeça.
- Sim, majestade.
- É filho de algum duque, conde...
- Barão, senhor. Filho do Barão de Ibelin. – mentiu.
- Não usa nenhum anel ou emblema para comprovar... a não ser as vestes?
- Perdi-o durante a viagem, majestade. Talvez, quando fui capturado.
O sultão acenou com a cabeça.
- Vou confiar em sua palavra, então.
Ele virou-se a Hassan.
- Vou enviar um mensageiro para ofertar a troca de vocês dois por prisioneiros. – o sultão disse, num tom confidencial. – Só espero que para o bem de vocês, seu povo aceite esta barganha.
Ele olhou de um rapaz a outro.
- Mas antes, eu gostaria de obter mais algumas informações sobre o acampamento. Espero que o rapaz preze por sua vida, Jean. Pois se ele negar a responder ou eu notar que está mentindo, você verá seu Criador mais cedo do que imaginas.
Hassan já podia sentir a lâmina da cimitarra cortar-lhe superficialmente a carne de seu pescoço. Radu mantinha a mão sobre seu cabelo de forma rude. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Seg Jan 19, 2009 1:48 pm | |
| Ação para Vanessa:
Casimir não se mexeu da posição em que estava de pé, nem mesmo quando ela citou sobre a probabilidade de um espião. Ouviu-a então pedir para que o procurasse. Suas faces ficaram vermelhas e seu cabelo loiro caiu sobre o rosto, ferido com o pouco interesse que Daniell ainda lhe mostrava.
- Reconhecê-lo entre mil soldados, Daniell? – continuou... – Como vamos fazer isso? Reflita, comandante, a coisa é materialmente impossível.
Os olhos luminosos do duque bailavam a sua frente.
- Que seja feito então como deseja. Mas me diga de quem suspeita, quem acredita que pode ter informado os muçulmanos sobre a pequena caravana.
Casimir pausou e, à medida que se concentrava, Daniella o via empalidecer. Depois de quase um minuto abriu a boca novamente, complementando num tom que mostrava a importância do que diria a seguir.
- Quem estava com você no momento que deu as suas ordens? Pode ser importante que lembre, embora seja apenas uma especulação.
Ouvindo sobre a vingança que ela planejava contra os executores dos cristãos, ele meneou a cabeça, no mais plácido dos gestos, mas com uma expressão lívida e amargurada, porém conformada.
- Sim, eu também acho isso...
Ele assistiu o comandante cavalgar apressado de volta a sua tenda. Deixaria que Daniell ficasse com os muçulmanos. Seus interesses ainda eram voltados para a região onde a caravana tinha sido emboscada. Ele ordenou para que um dos homens se aproximasse. Tinha outros planos. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Seg Jan 19, 2009 2:35 pm | |
| Ela o escutou falar, respirando fundo. Ficou algum tempo parada, pensando em quem mais estava na hora da conversa.
- As unicas pessoas presentes naquele momento, Cassimir, eram o escudeiro que foi na caravana, para quem eu dei as ordens, Estevão e o Conde Tepes, porem não acredito que nenhum deles tenha escutado minha conversa.
Pensou um pouco, respirando fundo.
- A não ser que o espião foi junto da caravana e já retornou para o meio daqueles muçulmanos imundos...
Em sua tenda Daniell ficou sentado em sua cadeira, bebendo mais um pouco do alcool e olhando para a bandeira que o garoto deveria ter levado. Agora aquilo era pessoal.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:35 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Seg Jan 19, 2009 5:19 pm | |
| Ação para Marys:
Vladislaus a escutou por instantes, tentando se ajustar a situação imprevista. Laila podia notar confusão no olhar do Conde, como se ele não entendesse o motivo daquela reação inesperada. Parecia não esperar que um simples júbilo de sua parte, pudesse causar tantos transtornos a jovem odalisca.
Depois olhou para os olhos de Laila e lhe tocou os lábios com as pontas dos dedos, num sinal claro para ficar calada.
- Ah, Laila. Ciúmes, tão já?
Laila podia sentir arrepios. Era como se o próprio diabo estivesse a olhando. Seus olhos cinzentos ainda estavam avermelhados, e apesar daqueles olhos assustadores, demoníacos, seu rosto estava tranqüilo, uma docilidade, bonito de se olhar e suave ao toque. Laila podia sentir um misto de pavor e fascinação.
O conde riu suavemente.
- Eu estava apenas gracejando, querida. Não era meu intento querer causar um infortúnio a você. Eu não poderia criar um harém, nem se eu desejasse. Na Europa, não existe mulheres de ventre descobertos. E muito menos é permissível um homem possuir cinqüenta ou cem esposas.
Ele estendeu a mão, colocando-a no pescoço de Laila, deslizando os dedos e afagando delicadamente sua pele. Era um toque tão delicado e tão diferente do que Laila alguma vez havia sentido, capaz de reascender as chamas do desejo em que ela sentia.
- E acredito que nenhuma européia aceitaria ter que dividir o próprio marido dela.
Suavemente, a mão dele afastou de sua pele macia e quente.
- Discutiremos sobre isso, depois.
Ele disse, vendo a aproximação de Casimir. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 12:07 pm | |
| Ação para Vanessa:
Estevão observava atentamente o comandante na entrada da tenda. Viu-o entornar mais um copo de bebida, o que fez o ruivo balançar a cabeça. Ele se aproximou mais, olhando para seus ombros, observando os movimentos de Daniella, e depois olhando em seus olhos, sem saber se ela tinha o notado ali.
- Beber assim, não irá trazer o garoto de volta.
O jovem cavaleiro estava pálido, e tinha suas vestimentas sujas e manchadas de sangue. Ao redor de seu pescoço alvo, um crucifixo dourado fazia o perfeito contraste com os sinais visíveis de guerra.
- Não foi a sua culpa, senhor. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 12:22 pm | |
| Levantou os olhos vermelhos na direção do soldado, notando o sangue que o encobria e a cruz pendente. Respirou fundo, bebendo mais um pouco do alcool e deixando o copo sobre a mesa e escutando-o falar que beber não iria trazer Ezequiel de volta. Suspirou.
- Eu sei disso... Mas isso não tira a culpa que eu sindo, Estevão.
Escutou-o falar que aquilo não era sua culpa e ela riu, uma risada amarga. Os olhos vermelhos passeando lentamente pelas feições palidas daquele homem ruivo. Se levantou.
- Como não é minha culpa? Eu tentei tirá-lo de uma batalha para que sobrevivesse e ele acabou morto. Talvez tivesse sido mais seguro mantê-lo aqui.
Respirou fundo, passando os dedos pelos cabelos loiros lentamente. Olhou para o lado MOE com recentimento, sua franja loira voltando a cair sobre os olhos rubros.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:38 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 12:52 pm | |
| Hassan ouviu de modo silencioso todo o restante da conversa, percebendo como era difícil servir a Allah quando não se tinha a autoridade de estado exatamente a seu lado. Sua tranquilidade durou até a hora em que fora surpreendido por Radu, que lhe golpeava e obrigava-o a ficar de joelhos. A dor lancinante pegou-o de surpresa, fazendo com que ele deixasse escapar um gemido de dor. Ele já esperava por algo assim. Os árabes não eram famosos por tratar seus prisioneiros com gentileza, embora a boa parte dos religiosos insistisse que toda vida deveria ser respeitada. Ele ouviu as palavras de Radu e fechou os olhos, deixando a cabeça pender levemente, fazendo com que o pescoço encostasse mais ainda da lâmina fria de Radu. Talvez fosse uma forma secreta de Radu vingar-se, mesmo que indiretamente, pelo que já havia passado um dia. Um dia ele fora prisioneiro, e também fora torturado. Agora, ele era o carcereiro e carrasco, e deveria estar saboreando este momento. Porém, Hassan entendia o que o sultão fazia. Ele utilizava o bom disfarce do árabe a seu favor, pressionando o menino a dar-lhe informações preciosas antes de trocá-lo, aproveitando-se que o rapaz já se afeiçoara ao falso cristão. Não importava. Se Hassan vivesse, poderia continuar e cumprir sua missão. Se morresse pela espada, morreria a serviço de Allah, e talvez sua morte precoce impugnasse seus pecados recentes. Ele não encarou Mehmet quando este lançou um olhar sobre ele, ficando de cabeça baixa, ouvindo tudo o que ele falava. Quando sentiu a espada começar a ferí-lo, continuou com o disfarce, balbuciando, em francês, enquanto olhava para Ezequiel.
- S...senhor... não... n-não lhes diga nada... não me importo... de morrer... servindo... ahhh... servindo àquele que está no alto... - Hassan aproveitava e, mais uma vez, iniciava um discurso de duplo sentido. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 2:19 pm | |
| Ação para Vanessa:
Ouviu o comandante soltar uma risada amarga, e Estevão suspirou, sabendo que ela estava a sentir uma dor lancinante. Cada palavra dela era como um punhal que ela mesma enfiava no seu próprio peito.
Estevão balançou a cabeça.
- Para o teu próprio bem, comandante, é melhor parar de beber e se culpar. O senhor só pensou o que seria melhor para esta criança. Tenho certeza disso.
Timidamente, Estevão aproximou-se do comandante e pelas costas, tocou-lhe o ombro.
- Ouça – Estevão sussurrou, com a voz desfalecida. – O caminho que tens pela frente é árduo. A verdadeira luta contra o sultão e seu exército ainda está por vir. Você perdeu uma batalha, mas a guerra continua.
Estevão silenciou por um momento, respirando mais fundo.
- Conduza-nos a vitória pela memória do menino. Pela memória dos cavaleiros que foram mortos. Por Deus, que os recebe de braços abertos. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 2:52 pm | |
| Ele voltou a olhá-lo com seus olhos rubros. Escutou suas palavras e sentia como se elas estivessem realmente fazendo algum efeito nela.
Suspirou, não sabia quando havia ficado tão emotiva, mas provavelmente era culpa daquele garoto. Suspirou, passando a mão pelo rosto para limpá-lo, sentindo os dedos do outro em seus ombros pequenos para um homem. Provavelmente ninguem negaria que Daniell era um homem de aparencia delicada, mas ninguem ali gostaria de brigar com alguem agil como ele.
Escutou-o falar sobre a proxima batalha, fechando os punhos. Respirou fundo.
- Maldito sejam esses muçulmanos. Espero ter a cabeça daquele homem até o final do dia. Acabarei com ele com tudo que tiver. Não deixarei que esse dia acabe sem que ele tenha perdido sangue.
Falou séria, virando um pouco o rosto, fitando o ruivo com seus cabelos lorios deixando transparecer um pouco de seus olhos, lábios e nariz.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:39 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 3:58 pm | |
| Ação para Aloisio:
Quando Hassan proferiu seu discurso, a sede em Radu cresceu com mais violência ainda, puxando o cabelo de Hassan para trás de modo que seu pescoço ficasse bem esticado e exposto. O cabelo preto e grosso de Radu escorregava sobre um dos ombros de Hassan.
Radu tinha chegado ao palácio como prisioneiro aos dez anos de idade. Era uma criança bonita e assustada. Agora era um homem alto, belo e mais perigoso do que parecia. Ele havia tido um tratamento diferente do irmão mais velho, também trazido na mesma época. Enquanto Vlad era tratado a maior parte do tempo como prisioneiro de guerra, Radu vivia nas aconchegantes paredes do harém.
Ezequiel estava petrificado. Ele tentava lutar contra as próprias lágrimas, que já marejavam seus olhos azuis. Sua cabeça pendia para baixo, ouvindo as palavras de Jean. Então, Ezequiel falou com uma voz baixa e respeitosa.
- Eu responderei as suas questões, majestade. – Ezequiel deu-se por vencido. Enxugou o rosto com o ombro e olhou com ódio para o sultão.
- É um bom garoto, Jean. – o sultão disse com um meio sorriso. – Ele não suportaria a dor e a culpa de vê-lo morrer.
O sultão sentou-se, olhando com interesse para o jovem loiro.
- É de meu conhecimento, rapaz, que há outro exército ajudando o comandante Daniell Lourenth Suzano. Quem está com ele?
- O Duque Raymond Casimir de Lusignan.
- E quem mais?
- Conde Vladislaus Tepes.
Hassan podia sentir a espada arrancar um filete de sangue de seu pescoço, quando Radu ouviu o nome de seu irmão.
- Ah, o Conde Vladislaus. – o sultão disse, mostrando um pedaço de papel entre os dedos. - Ele me deixou um bilhete, muito gentil e até certo ponto singular, em que me agradecia pela hospitalidade e dizia para que eu ficasse na paz de Cristo. Ele levou uma menina de meu harém. Ele está com ela?
Ari entrou neste momento e ao ver a situação, pausou seus passos a frente da tenda. Ezequiel fez que sim com cabeça, deixando que ela pendesse para baixo, os cabelos loiros escondendo a face. Ari estremeceu. Laila havia conseguido escapar e estava agora com os cristãos.
- Ari. Aproxime-se. – o sultão pediu com um gesto.
Ari assim o fez, mas ao reconhecer Hassan, seus olhos mostraram choque. Ele tentou disfarçar a surpresa, baixando o olhar rapidamente e se aproximando do sultão, fazendo uma profunda reverência.
- Convocou-me, Sombra de Deus?
O sultão gesticulou para que ele se aproximasse e lhe sussurrou algo no ouvido, olhando vez ou outra aos dois prisioneiros cristãos. Ari concordou, afastando a orelha da boca do soberano, e observou por instante os dois prisioneiros, antes de se retirar. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 6:31 pm | |
| Ação para Vanessa:
Estevão olhou-a com condolência, com uma luz suave nos olhos. Sabia o que era sentir aquela dor da perda de alguém. Já havia perdido um homem muito querido para ele naquelas batalhas ordinárias. Mas ele sabia que ela não precisava de sua compreensão. De certo modo, era uma das pessoas mais fortes que ele encontrara em toda a sua vida.
Quando ela virou-se quase de perfil num gesto sabiamente calculado e proferiu suas palavras, Estevão se arrepiou. Sabia, em sua experiência naquelas cruzadas, que Daniell não descumpria suas promessas. Ela arrancaria sangue do sultão.
- Por falar nisso, o Duque Casimir pediu sua presença e a do Conde Vladislaus para repassar as estratégias que serão usadas nesta batalha. Ele disse que assim que estiver pronto, que o procure na tenda.
Ele olhou-a em silêncio, por mais um instante, antes de soltar numa voz lacônica.
- O barão ainda não sabe sobre o menino e acho melhor que seja assim. | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 7:54 pm | |
| Hassan podia sentir a espada arrancar um filete de sangue de seu pescoço, quando Radu ouviu o nome de seu irmão.
Ele sentiu Radu puxar sua cabeça. Já esperava por isso. A espada, contudo, começava a incomodar Hassan, e ele conteve um gemido de dor ao sentir o filete de sangue sendo tirado de seu pescoço. Então, Tepes estava mesmo protegendo Laila. Tudo era estranho demais, parecia com um sonho. Não parecia ser real, e essa foi a mesma sensação que Ari sentiu ao ver Hassan ali, como prisioneiro. Porém, Hassan agora praticamente garantia seu disfarce. A menos, é claro, que o conde Tepes se lembrasse dele. Ele rezava e pedia a Allah silenciosamente que ele não o permitisse. Hassan, então, começou a pensar em quão pitoresca era esta situação. Com sua habilidade de combate, poderia facilmente desarmar Radu e, com a própria espada, degolá-lo. Sentiu uma ponta de vontade de fazer isso, já que a raiva que Radu estava descontando em Hassan não era culpa sua. Mas, ao mesmo tempo, ele entendia, e deixou bem claro ao sussurrar em francês, apenas para que Radu ouvisse.
- Eu o perdôo...
Então, Hassan passou a observar o que o sultão falava ao ouvido de Ari. Logo entendeu que Ari seria aquele que os conduziria até os cristãos para a troca. Mehmet realmente era uma raposa. Quando Laila visse que o mensageiro era Ari, certamente iria conter-se. E até mesmo os cristãos mais revoltados pensariam duas vezes antes de assassinar um assecla direto do sultão. Sem ter como fazer mais nada a não ser esperar, ele virou seus olhos para Ezequiel, balbuciando, em francês, um agradecimento por terem-lhe poupado a vida.
- Obrigado, meu senhor... | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Ter Jan 20, 2009 10:23 pm | |
| Daniella ficou um bom tempo pensando no que faria agora. Respirou fundo, ainda olhando Estevão e escutando suas palavras.
- O Duque nunca para de me surpriender... Certo, estou indo.
Olhou séria para frente, caminhando para fora da tenda e então escutou-o falar sobre o barão. Parou, olhando-o novamente.
- Por favor... Não fale... É melhor.
Suspirou, voltando a caminhar e saindo da tenda, montando e seu cavalo e indo se encontrou com os outros dois nobres.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:40 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Qua Jan 21, 2009 8:44 am | |
| Ciúmes?? Não, de forma alguma. Não sentia ciúmes de ninguém, pois o ciúme era sentido por quem estava apaixonado ou amava alguém além de si próprio.
Laila não tinha isso. O que sentiam por ela era somente desejo. E sim, ela desejava o Conde, o mesmo desejo que sentia pela liberdade longe das mãos imundas do Sultão. No entanto, como ela própria disse, não saiu de um harém para cair em outro.
As leves carícias de Vladislaus chegaram a apagar um poucop da chama de raiva que havia no olhar da odalisca - porém não completamente. Que espécie de comportamento era aquele, que a fazia detestar e sentir tanto desejo pelo homem - e ao mesmo tempo?
Agora a revcolta não era somente com Vladislaus - era consigo. Afastou-se dele com um sonoro tapa na mão que afagava seu rosto, virando-se de costas e verificando a armadilha e pedindo informações de quantos conseguiram abater com o óleo. Num dado momento, falou para o Conde, amargurada e até magoada com a situação:
- Que bom que é crime no local de onde vem, senhor Conde. Gostaria que fosse assim aqui também. Mas ficarei muito feliz em ser uma das empregadas do Barão e aceitarei o convite dele. Não sou um punhado de areia que você ou o Sultão podem manipular aqualquer minuto. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Qua Jan 21, 2009 9:48 am | |
| Ação para Aloisio:
Radu então sorriu discretamente, mas estava ansioso. As três palavras de Hassan o feriram em cheio numa ferida antiga e profunda. Um riso suave foi o suficiente para chamar a atenção do sultão sobre os dois homens. Radu não acreditava que Hassan fosse tão insolente para achar que tinha o direito de perdoá-lo.
Inclinou-se por cima dos ombros dele, e Hassan podia-o vê-lo fitar em seus olhos, enquanto os lábios encostavam-se a sua orelha. A proximidade era tanta, que Hassan podia ver as pupilas de seu jovem carrasco, por onde ardia um brilho intenso.
- Eu o perdôo também, Hassan. Como prova de minhas palavras, deixarei passar esse insulto. – Radu sussurrou.
Embora Radu discursasse em seu ouvido de forma calma e até mesmo fria, uma ou outra vez poderia Hassan ter notado certo tremor em sua voz, mas era fácil perceber que se tratava apenas de uma irritação contida.
O sultão manteve-se muito quieto quando observava-os. Sentou-se nas almofadas espalhadas pelo chão de modo a olhar para o menino de baixo para cima. O sultão tinha um dos joelhos flexionados, o casaco negro aberto, descuidadamente, o rosto muito pálido, mas radiante.
- Olhe para mim, criança.
Ezequiel ergueu a cabeça, olhando-o.
- Há quanto tempo estão neste deserto? – perguntou.
- Quarenta dias.
- Foi me dito que você era o mensageiro. Para quem era a mensagem?
- Ao rei Guilherme...
- Ele está aqui, então. Pensei que ele estivesse apodrecendo numa cama. Foi me falado que a saúde de seu rei é bastante delicada. Um cadáver que ainda não foi enterrado. E que mensagem você levava a seu rei, meu menino?
- Era de nosso conhecimento que o rei chegaria ao acampamento essa tarde.
- Com uma tropa armada, presumo.
O sultão franziu um pouco a testa, pensativo. Nessa forma, seu rosto não conseguia aparentar fúria ou se deformar com alguma emoção desagradável. Era certo que os cristãos estavam armando um contra-ataque. Um plano engenhoso.
Ezequiel olhou fundo nos olhos de Hassan. O jovem árabe podia ver precisamente o medo mais profundo no olhar da criança. Ele apenas abaixou a cabeça novamente, quando Hassan o agradeceu. Sentia um gosto salgado subir-lhe a boca.
O sultão continuou a observar Ezequiel, e após uma breve análise, despachou o menino. Radu retirou a cimitarra do pescoço de Hassan, afastando-se um pouco.
- Sua atuação foi impecável, meu amigo. - O soberano sorriu. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. Qua Jan 21, 2009 4:07 pm | |
| Ação para Marys e Vanessa:
Vladislaus afastou a mão esbofeteada, sentindo ardência. Esfregou a mão, estalando os nós dos longos dedos muito brancos. Uma placidez inefável tomou conta de seu rosto, e principalmente de seus olhos, que contemplavam agora as próprias juntas dos dedos.
- Por que me diz isto? – o conde indagou. – Por que a faz pensar que desejo manietá-la como se fosse meu brinquedo?
Ele trocou o peso do corpo, o queixo aristocrático levantado suavemente, a fim de melhor observa-la. Havia nos olhos dela alguma coisa que o sobrepujava.
- Viver com o barão é o que deseja? – murmurou. – É isto que quer? Então, aceite o convite amável do barão. Você não precisa me dizer isso duas vezes. Sei que ele não se negaria em lhe prestar este favor.
O duque aproximou-se. O loiro mantinha o queixo voluntarioso erguido e desafiador, e seus olhos pouco se preocuparam em fitar Laila, desprezando-a. Casimir encheu os pulmões de ar antes de dirigir-se ao conde.
- Teremos que repassar as estratégias, Draculea. Mandei convocarem o comandante.
- Irei me reunir com vocês. - ele disse, olhando para a menina. - Minha conversa com minha salvadora findou.
Com uma inclinação de cabeça, o duque afastou seus olhos do conde, fitando Daniella.
- Como eu estava dizendo ao Conde, devemos repassar as estratégias. Se mantivermos a mesma, nós estaremos perdidos. | |
| | | Conteúdo patrocinado
| Assunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. | |
| |
| | | | Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. | |
|
| Permissões neste sub-fórum | Não podes responder a tópicos
| |
| |
| |