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 Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.

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Conde Vladislaus Tepes
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Conde Vladislaus Tepes


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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 8:22 am

Ação para Vanessa:

Casimir seguiu-a, com seus escudeiros de mantos vermelhos sustentando o brasão de uma águia. Pouco tempo depois, os dois encontravam-se mais próximos do exército sarraceno, que vendo a aproximação dos cristãos, resolveram parar o avanço em direção à cidadela fortificada.

Daniella podia observar aquele homem - de nome Ari - em toda sua plenitude. Era um homem alto, de aspecto firme e autoritário, a cabeça grisalha erguida, pele bronzeada e olhos grandes e chamejantes, numa cor profundamente verde. O homem não abriu a boca, apenas encarava-a placidamente. Seus olhos esquadrinhavam o rosto de Daniell, notando que o comandante parecia ser um homem insondável, até mesmo para um experiente chefe da guarda.

Um instante depois, cavalgou em direção a ela, deixando o restante do exército para trás. Parou com o cavalo há poucos centímetros dela. Ari fez uma reverência com a cabeça, levando a mão ao peito. A voz que soou de seus lábios, poderia surpreender Daniella. Era uma voz imaculada e melodiosa, algo diferente que ela esperava vindo de um sarraceno.

- Saudações. Presumo que seja o comandante Daniell Lourenth Suzano e você, o Duque Raymond Casimir de Lusignan. Sinto-me honrado em conhecê-los e minha satisfação não é maior por serem momentos de guerra. Meu nome é Ari. Venho com essa comitiva para trazer uma mensagem de meu soberano, o sultão Mehmet. A Sombra de Deus solicita uma troca de prisioneiros que beneficiaria ambos os lados.

- Sem sombra de dúvida. – o duque respondeu. - O senhor deve nos dizer quem são os homens que estão retidos por vocês. Pode dizê-lo, Ari?

Ari olhou de relance para Casimir.

- Certamente que sim, Duque. O cavaleiro francês Jean Devereaux... – disse num sussurro. -... e uma criança, o filho do Barão de Ibelin, Ezequiel.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 9:36 am

(*Laila* Nossa, o Vladizinho parece tanto com o Louis de Entrevista com o Vampiro...*_* )

O aperto do coração de um pai. Laila já viu isso acontecer quando os pais perdiam os filhos para morte e pelas ordens do Sultão. Mas nunca teve a felicidade de saber se os pais se preocupavam com ela - o que ela tinha certeza de que não acontecia.

Por um momento, sentiu uma grande inveja de Ezequiel. Gostaria de estar no lugar dele, ao menos uma vez, e saber como era ser amada como filha. Se sentisse isso, talvez, em sua infância, não se improtasse com o próprio destino. Mas se importava, e muito.

Um momento de fraqueza passou pelo rosto de Laila, e o Barão pôde ver isso. Os olhos claros e incrivelmente verdes encheram-se de lágrimas. Sentindo isso, a odalisca abaixou a cabeça naquele mesmo instante, escondendo o rosto entre os cabelos já soltos. Seus ombros tremerem por alguns momentos, e depois ela passou uma das mãos no rosto, limpando-o da água salgada que caía por ele. Levantou-se quase que num salto, e seu sorriso contrastava com os olhos ligeiramente avermelhados pelo choro:

- Senhor Barão. O que eu puder fazer para ajudar, é só dizer!

Ela estava assim, tentando passar animação, até ouvir a última pergunta do Barão. O sorriso apagou-se, sendo substituído por uma carranca zangada e um bico birrento, e Laila finalmente mostrava o que sua idade dizia: era só uma garota:

- Sim, conversamos. E foi pitoresco saber do desejo que ele possui em profanar a própria religião, criando um harém para ele.
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Conde Vladislaus Tepes
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Conde Vladislaus Tepes


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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 11:00 am

(Off: Vai ver, Louis é o Drácula o_o *revelando o segredo de Anne Rice*)

Ação para Marys:

O rosto de Laila deixou subitamente transparecer toda a agonia que lhe afligia. O barão ficou a observá-la atentamente, aturdido pelo tormento que via no rosto de Laila. Sentia pena da menina. Ele fitou-a afetuosamente.

- O que foi, Laila? Está sentindo alguma coisa?

O barão pausou fitando diretamente nos olhos de Laila à espera de uma resposta. O conde aproximou-se da tenda do barão, até que parou, ouvindo a voz de Laila. Ele ficou ali, parado, escutando a conversa de ambos.

Vladislaus sorriu ao ouvi-la falar do harém, a luz do Sol da tarde incidindo em seu rosto. Do lado de fora da tenda, Vladislaus podia ver o rosto dela numa expressão irritada, como uma criança mimada e birrenta. Ah, tão inocente... Refletiu, rindo em silêncio. Pensou que tinha que zanga-la com mais freqüência. Era inegável que o rosto de bronze de Laila ficava ainda mais bonito e encantador quando aborrecida e brincar com ela lhe trouxe certo prazer.

Há muito tempo não conversava com uma mulher. O sultão apenas permitia-o observar suas odaliscas, mas nunca se aproximar, nunca tocar. A idéia de conversar com Laila tinha o seduzido. Ficou ali em silêncio, escutando-os conversarem, enquanto não notavam sua presença.

O barão a olhou com uma expressão atônita. Então riu feito uma criança, entre as lágrimas. Estava divertido tanto pela expressão que ela fazia, quanto pelas palavras dela. Finalmente recuperou o fôlego, respirando fundo e sorriu. Abanou energeticamente a cabeça.

- Desculpe. Bem, como posso dizer isso para você... Vladislaus não é católico. Ele passou metade de sua vida vivendo com a mãe cigana e a outra metade vivendo com os mouros. No que ele acredita, eu não sei. Mas acho que ele só falou do harém para aborrecê-la.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 11:47 am

Daniella se aproximou do outro grupo de soldados, parando a alguns metros e ordenando que seus homens ficassem somente um pouco atras. Olhou o homem que deveria ser o comandante, Ari, pensando que provavelmente era um homem esperiente em batalhas, pelo menos se portava como um e, segundo o Conde Vlad, ele era um dos homens que o Sultão mais confiava.

Olhou-o se aproximar, vendo que ele parecia respeitá-la o bastante para fazer a aproximação, já que era ele quem trazia as noticias e ele quem deveria começar a conversa. Não transpareceu quando ela escutou, mas ficou admirada com aquela voz, assim como ficou impressionada em como ele conseguia falar sua lingua parecendo não possuir dificuldades. Escutou suas palavras, ficando mais atenta a aquelas palavras, quando ele disse sobre a troca de prisioneiros.

Escutou-o falar o nome de um soldado que ela não conseguia lembrar o semblante, não dando muita atenção, mas quando ele falou o nome de Ezequiel o olho vermelho da garota reluzio, parecendo mais tranquila ao escutar o nome do garoto.

Então ele estava vivo... Menos mal. Mas agora precisava saber por quem eles queriam. Na verdade, ela não possuia duvidas de quem seria. Provavelmente a jovem muçulmana que veio com o Conde. Era uma garota bela e havia escutado que era uma das preferidas do Sultão.

- E quem vocês gostariam em troca dos dois jovens? Imagino que seja alguem de igual importancia, se não, não iriam oferecer essa troca.

E por ela saber quem eles queriam em troca, sabia também que o Conde não iria querer se separar da jovem. Ela precisaria conversar com a garota sem a interrupção de Vladislaus.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:49 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 2:19 pm

Ação para Vanessa:

Ari baixou a cabeça por instante, em estado de submissão. Parecia que as palavras custavam a sair de seus lábios. Ari sabia muito bem o porque. Falar sobre Laila, sempre lhe era muito doloroso.

- É de nosso conhecimento que vocês abrigam uma das meninas do harém de meu soberano. O nome dela é Laila. É uma das favorecidas. Meu senhor tem um grande carinho por essa menina. O Conde a seqüestrou na noite passada e o soberano exige-a de volta. Ele oferece o garoto de nome Ezequiel como à moeda de troca pela jóia do deserto, Laila.

Os olhos do duque brilharam com as palavras de Ari. Casimir sussurrou para somente Daniell escutar:

- Nós vamos ter problemas com o nosso querido amigo Conde...

Ari continuou:

- O outro cavaleiro terá que ser trocado por um de seus iguais, temos ciência disso. Entretanto, o soberano exige a devolução do Conde Vladislaus Tepes. O soberano se encontra bastante chateado pela má conduta de seu convidado e deseja puni-lo pessoalmente. Ele lhe oferta o cavaleiro e três meses de trégua, para que você possa fortalecer a sua cidade, em troca do tático. Ou, a troca pelo prisioneiro Farid Assaf, sem trato de trégua.

O sorriso do duque cresceu. Era um sorriso artificial e ele apresentava uma palidez lúgubre. Novamente, ele sussurrou para Daniell:

- Mais um bom motivo para termos problemas com o nosso amável amigo Conde...

Os olhos e pensamentos de Ari voltaram a se concentrar nela, com a gentileza habitual.

- O senhor sabe como sua cidade está debilitada e qualquer ataque será uma mortandade. Há um grande exército vindo nesta direção. Seu homem ofendeu a honra de meu soberano. Mantê-los em sua cidadela, fará com que você vire cúmplice desta ofensa.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 7:03 pm

Escutou-o falar sobre a garota, Laila, demonstrando um suspiro quando ele disse que a jovem foi raptada. Era obvio que eles preferiam achar isso, porem, pelo que ela viu, a jovem foi por muita vontade propria de encontro a eles. Escutou o comentário do Duque, o olhando com o canto dos olhos.

- Isso para mim não é novidade, não é como se não fosse algo previsto...

Murmurou para o outro, depois voltou a escutar o homem, prestando atenção em suas palavras. Três meses de tregua eram sim uma coisa bem convidativa, porem o Vladislaus era um Conde, ela não poderia entregá-lo por um simples soldado.

Escutou-o falar, vendo como eles estavam certos de que acabariam com seu exercito, sorrindo um pouco com o canto dos lábios.

- Ora, se estão tão certos de que irão vencer essa batalha e massacrar meu exercito, por que se dar ao trabalho da troca? Caso eu aceite essa troca, terei três meses para me preparar para uma batalha, mas vocês também terão, alem de possuir alguem que conheceu o estado de meus homens e de minha cidadela.

Aquilo era um fato que não iria deixar passar. Depois respirou fundo.

- De qualquer modo, as pessoas em questão precisam ser avisadas que são moedas de uma troca antes que realmente aconteça... Gostaria, porem, de ver o rosto dos dois homens que você diz possuir como reféns.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:50 pm, editado 1 vez(es)
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptySeg Jan 26, 2009 7:28 pm

(Off: o.o tsc tsc tsc... que feio moxa Vanessa... cheira a metajogo ^_^)

Hassan ouviu o menino, deixando-o falar à vontade. Ele demorou um momento para dar a resposta, como se estivesse formulando algo plausível em seus pensamentos para poder dizer ao rapaz. Era difícil manter o mesmo disfarce durante tanto tempo. Isso requeria muita concentração e foco em seu dever. Porém, sorriu ao ver que Yago sobrevoava o local. Então, ele assoviou numa freqüência inaudível aos seres humanos, mas perfeitamente compreensível ao pássaro, que entendeu o comando para sobrevoar o local e aguardar em um lugar seguro. Com um grande chiado, Yago confirmou ter entendido a mensagem de Hassan. Então, mostrando-se atento ao menino, respondeu.

- Não sei, senhor. Acredito que o informante deles possa ser até mesmo um de nós. Como o senhor disse, nem todos lutam por Cristo e decerto nem todos seguem fielmente sua lei. Pode haver um de nosso exército seduzido pelo ouro do sultão. Eu espero que eles nos levem logo, senhor. Mal posso aguardar a hora que terei de agir.

Hassan dizia com verdade em suas palavras o seu sentimento naquele momento. Ficar ali dentro estava se tornando sufocante. Desejava de todo coração poder agir logo, em nome de Allah. Porém, para suavizar a espera, decidiu orar e pedir a Allah que tudo desse certo.

- Senhor, eu peço sua licença para realizar o meu momento de oração silenciosa. Com sua licença...

O árabe, então, enrolou o rosário que Ezequiel lhe dera em seu pulso, ajoelhou-se e, juntando as mãos como um cristão, começou a orar. Porém, suas orações eram a Allah. Ele pedia silenciosamente perdão por tudo o que estava sendo compelido a fazer para manter seu disfarce, e reafirmou em seu íntimo que tudo teria sentido quando aquilo terminasse. Ele pedia orientação e mantinha-se em estado de contemplação e louvor silencioso e fervoroso, colocando ali sua fé.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyTer Jan 27, 2009 6:28 am

Ação para Vanessa:

Ari sorriu friamente, ouvindo-a falar sobre a preocupação com a troca.

- Por que os dois são preciosos à vista do soberano e esse é o motivo da troca. Sombra de Deus sabe que sua estimada criança Laila não possui significado a vocês e acha justo que a troca seja equivalente, oferecendo-lhe o filho de um nobre, de quem o soberano já ouviu falar muito bem: o Barão de Ibelin.

E numa voz delicada, complementou:

- Quanto ao Conde, ele foi dado como tributo de fidelidade de Conde Dracul a Mehmet. O rapaz pertence tanto a Mehmet, quanto faz a menina Laila. O senhor deve compreender como o soberano sente-se furioso com a fuga dele e se, não bastasse, levado sua jovem esposa. Seu orgulho ferido faz com que meu soberano aceite uma trégua de três meses e poupar a vida do jovem cavaleiro francês, se devolvê-lo para receber o castigo devido.

A luz aderia aos seus cílios como se fossem grãos de areia.

- É de nosso conhecimento que não é qualquer jovem cavaleiro. É um francês. Acho que isso deve significar algo para a diplomacia cristã.

Silenciosamente escutou o pedido de ver as faces dos prisioneiros. Ari limitou-se a sacudir a cabeça, e sorriu suavemente.

- Certamente, comandante. Os dois reféns serão trazidos com segurança ao cair da noite, junto com o exército, para ser concretizado a troca. Eu tenho algo para você...

Ari entregou um broche brilhante na mão de Daniell. Ela podia recordar-se da noite na tenda dela, que o menino usava aquele mesmo enfeite.

- É o broche que estava no manto do menino. Ele está bem. O sultão proibiu de qualquer um encostar um dedo nele. O jovem francês também, mas não sei o que eles serão capazes de fazer com eles se o senhor se recusar a essa troca. Não, nenhuma ameaça. Advirto-o mais como um amigo, do que um inimigo. – ele murmurou, sincero.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyTer Jan 27, 2009 10:11 am

Ação para Aloisio:

Ezequiel também não via a hora de voltar para os seus. Ele ficou olhando para Hassan por um longo tempo, seus belos e grandes olhos tranqüilos aparentando inocência e depois deixou escapar um pequeno suspiro. Então, ele pôs a mão no ombro de Hassan, por um momento, e permitiu que Hassan fizesse suas orações, afastando-se do homem e sentando lentamente no chão, com as pernas cruzadas. Permaneceu sentado com as costas na tenda, olhando para o teto.

Pouco tempo depois, o menino tinha sido abatido pelo cansaço e tinha se deixado levar pelo sono dos justos. A cabeça pendia frouxa para frente, o rosto um pouco corado como se estivesse febril devido ao calor sufocante daquela tarde. Entretanto, o rosto do jovem tinha uma expressão tranqüila, suas mãos cruzadas no peito silencioso.

À distância, Hassan via Said conversar com um dos guardas. Said era alto, com o rosto comprido, bonito e cabelos castanhos. O homem nunca parecia cansado ou miserável. Aqueles olhos escuros pareciam olhar a tudo, observando as coisas, mas nunca mudavam de expressão. Nunca havia ameaça em sua expressão, nem lasciva, sorriso maldoso ou desejos. Era alguém neutro, como uma esfinge que ocultava muito bem os seus próprios sentimentos.

Said apontou a tenda dos prisioneiros com a cabeça. Os homens consentiram, parecendo confirmar algo que o comandante lhes dissera. Said observou a tenda, o olhos semi-cerrados pela forte luz do Sol e começou a se aproximar, seguido por dois homens armados.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyTer Jan 27, 2009 3:12 pm

Escutou suas explicações sobre o porque da troca e sobre o Conde, arqueando a sobrancelha quando ele disse sobre o homem pertencer ao Sultão tanto quanto a garota, balançando a cabeça levemente, como se dissesse que aquilo não era o seu ponto de vista, mas não falou mais nada, escutando sobre o jovem frances.

Suspirou quando falaram o horário da troca, olhando-o com seus olhos vermellhos penetrante enquanto olhava a joia que Ezequiel usava no dia anterior. As apostas eram arriscadas de mais para pensar muito. Ela iria trazer Ezequiel de volta, afinal a jovem realmente não lhe era de importancia nenhuma, porem ela teria que pensar sobre o Conde.

O Conde era um homem valioso e habilidoso de mais para deixar nas mãos daqueles muçulmanos. Suspirou.

- Esperarei que cumpram sua palavra quando o momento for esperado. Nos veremos novamente no momento marcado, e espero que os dois prisioneiros estejam bem e saudaveis.

Olhou para o Duque.

- Converse com o seu amigo de infancia sobre essa troca. Depois venha falar comigo. Eu irei atras da garota sarracena.

Após aquilo ela se pos a voltar para o acampamento. Precisava procurar a garota para conversar com ela.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:50 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyTer Jan 27, 2009 5:45 pm

Hassan rezou até que percebesse que Ezequiel dormira. Então, largou o terço cuidadosamente e, ainda ajoelhado, prostrou-se em contemplação, venerando Allah. Ao menos um pouco, ele precisava purificar-se de tudo o que estava fazendo. Suas orações saíram em gemidos quase inaudíveis, para que o menino não acordasse. Após profunda contemplação, Hassan sentiu-se revigorado e renovado, pronto para executar a árdua missão que estava à sua frente. Não havia garantia de que sobreviveria. Se um dos homens de Daniell resolvesse combatê-lo, estaria em desvantagem, pois só ameaçaria, mas não mataria a sarracena. Ainda, ele poderia ser alvejado por flechas de ambos os lados, dependendo da reação. Mas estava preparado para a morte. E se Laila havia fugido, também estava. Então, em seu coração, ele sabia que seria o único que poderia, verdadeiramente, protegê-la, pois poderia reverter todo o jogo a seu favor se Mehmet estivesse em falta com Allah. Era o que ele esperava, pois era o que sentia. Ao olhar para o lado de fora, observou Said. O homem era impenetrável. O que estaria ele querendo com esta guerra? Sua face não lhe dizia muito, mas Hassan poderia apostar que Said era um homem mais razoável que Mehmet, embora não fosse muito gentil com seus prisioneiros. Perdido em pensamentos, percebeu que os homens de Said estavam vindo. Então, a hora de serem levados estava chegando finalmente. Seu coração palpitava e sua respiração tornava-se mais rápida. Estava tenso novamente. Pegando o rosárioo e enrolando-o em sua mão, foi até Ezequiel acordá-lo, sacudindo-o suavemente.

- Meu senhor... meu senhor, por favor, acorde. Eles estão vindo. A hora está chegando. O senhor já vai poder descansar em segurança, meu senhor.

Então, Jean Devereaux ficou de pé, como se estivesse protegendo Ezequiel de qualquer mal que aqueles homens pudessem querer causar a ele. Mantendo o semblante sério e de poucos amigos, ele ficou ali, como um muro à frente do príncipe, esperando a reação dos árabes.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyTer Jan 27, 2009 7:00 pm

Ação para Vanessa:

Ari ouviu cada palavra de Daniell com a atenção de um sábio. Primeiro, ele olhou para ela, depois baixou os olhos, consentindo. Ele cobriu o rosto com panos, deixando apenas seus olhos verdes à vista.

- Salaam Aleikum. – Ari despediu-se, virando o cavalo e aproximando de seu exército.

Pouco tempo depois, os sarracenos se afastavam da fortaleza, deixando uma nuvem de poeira para trás.

- Precisarei de um fígado novo. - o duque comentou. - Quando eu contar para nosso amigo sobre o preço que o Sultão colocou sobre ele, o Conde vai comer meu fígado com a mesma voracidade com que ele atacou meus pães.

Ela escutou um suspiro do Duque, enquanto cavalgavam de volta ao acampamento.

- Como você acha que eu deveria começar? Devo dizer que o Sultão sente saudades dele? Melhor ainda, que o Sultão deseja puni-lo por ter seduzido a pequena preciosa? Imagino o quanto ele se sentirá lisonjeado que a cabeça dele vale três meses de trégua. Quanto será que vale a sua, Daniell?

Depois de chegarem ao acampamento e os portões da cidade se fecharem, Daniell encontrou o Conde à frente da tenda do Barão. Percebendo a aproximação, o Conde voltou seus olhos a ela e ao Duque.

- Eu tomei a dianteira de pedir à seu cavaleiro Estevão para que selecionasse seus melhores homens. Também que desse a ordem de um batedor perseguir Ari, para descobrirmos a localização do exército muçulmano, de tal modo não sermos apanhados em nossa própria emboscada.

O Conde indicou a tenda com a cabeça.

- O Barão virá comigo, já que ele conhece seus homens tão bem quanto nos conhecemos. Tiraremos maior proveito se seus homens forem comandados por um homem conhecido, do que a mim.

Olhando de um para o outro, uma leve ruga se formou no meio dos olhos do futuro cunhado de Daniella. O vento soprou o cabelo sobre o rosto de Vladislaus. Ele o afastou para trás e prendeu atrás da orelha.

- E a mensagem de Ari?
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyTer Jan 27, 2009 8:04 pm

Corria com seu cavalo enquanto prestava atenção nas palavras do Duque, rindo um pouco. Não negava aquilo, mas sabia que se conversasse com a garota, seria muito mais facil fazê-la ir do que provocar uma briga interna naquele local, já o Conde ela trataria depois que tivesse terminado sua conversa.

Escutou-o perguntar quando seria sua propria cabeça para o exercito sarraceno e ela somente riu, olhando-o zombeiramente.

- Isso não é obvio, Duque Cassimir? Minha cabeça vale com muita facilidade cinco mil soldados desse homem.

Ela se aproximou do Conde, escutando suas estrategias enquanto descia de seu cavalo branco. Parou a frente dele, escutando suas palavras. Concordou com a cabeça.

- Otimo. É bom prepararmos tudo para essa noite, se possivel. Teremos grandes decisões para tomar ao cair da noite.

Escutou-o falar sobre a mensagem de Ari, respirando fundo. Olhou para o Duque, sorrindo um pouco.

- O Duque Cassimir poderá lhe informar do que aconteceu e sobre a mensagem. Agora, no entanto, preciso conversar a sós com a jovem garota, Laila.

Olhou para o Conde, séria.

- Onde ela está? É um assunto de importância e não aceitarei interrupções.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:52 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQua Jan 28, 2009 7:03 am

Ação para Aloisio:

Ezequiel recobrou a consciência. Os olhos do menino, olhos de gato, se abriram devagar. Olhou aturdido à sua volta, completamente perdido pelo ambiente que o acercava. Logo depois Ezequiel tomou consciência da aproximação dos sarracenos. Levantou-se, ficando atrás de Hassan. Enquanto os homens avançavam, sentia uma angustiante pressão no peito. Estava mais difícil respirar do que ele gostaria. Seu coração latejava. Imaginava que Hassan pudesse está certo que eles seriam devolvidos agora, mas também temia que o sultão tinha mudado seus planos. Pouco a pouco foi recuperando a calma.

Os soldados entraram junto com Said. Assim que Said atravessou a abertura da tenda, ele parou, hesitou por um momento para se orientar aos novos ambientes. Ele olhou por um instante os olhos de Hassan, e então voltou-se ao garoto. A expressão jovial e suave do jovem cristão desapareceu, dando vez a um rosto duro e intimidador.

- Vamos. – Said disse. – Vamos embora. Agora mesmo.

Hassan sabia que se partissem agora, só chegariam no final da tarde. O caminho não era longo, mas a subida no vádi deveria ser feita vagarosamente, para que os cavalos não pisassem em falso nos pedregulhos ou as catapultas e aríetes não quebrassem pelo caminho.

Ezequiel tornou a olhar de relance para Hassan, pouco antes de sentir um guarda agarrar seu braço e o puxar para o outro lado da tenda, afastando-os. O rapaz resistiu, lutando, mas foi suspenso pelos guardas, e era resolutamente arrastado. Outro guarda virou-se para Hassan e puxou com força seus pulsos. Com o menino eles eram um pouco mais delicados, o que chegava a ser irônico, uma vez que ele era o verdadeiro cristão. As mãos novamente foram amarradas às costas. Hassan sentiu uma mão empurra-lo para frente.

- Ande. – o guarda disse.

Fora da tenda, os cachorros latiam, e ouvia-se vozes rudes, tensas, já não tão distantes agora. Eram encaminhados para a mesma carroça que tinha os levado ali. O soberano também já se encontrava fora de sua tenda, com seus vassalos, eunucos e mamelucos a rodeá-lo e ajudando-o a se preparar.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQua Jan 28, 2009 9:52 am

Ação para Vanessa:

Vladislaus estava em pé, apoiado sobre os sacos de areia empilhados a frente da tenda do Barão. Tinha o rosto levemente iluminado por um foco de luz de Sol. Parecia um fantasma, o cabelo preto e liso flutuando em volta da cabeça, com um ar etéreo, e as sombras sob seus olhos eram quase convidativos e intrigantes.

- Essa noite? – ele olhou de relance para o Duque. – Então eles mudaram os planos. Não é bom. Dar-nos-á mais tempo, assim como para eles.

Casimir escutou-a falar que ele explicaria ao Conde sobre a mensagem de Ari. As faces do Duque ficaram vermelhas e ele tossiu.

- Isso. Jogue-me na fogueira. – sussurrou.

O conde ouviu-a preocupado, intuindo que Daniell lhe escondia alguma coisa, mas nada disse. Os olhos dele fitaram-na e depois o Duque, com a testa franzida. Vladislaus, de repente, sorriu, o que trouxe calafrios ao Duque. Era um sorriso sombrio e Casimir teve a certeza que perderia o fígado.

- Claro. Minha protegida está ali dentro... – ele indicou a tenda com a cabeça. – Espero que meu adorável amigo de infância, conte-me o que você não quis me contar.

Casimir tossiu novamente.

- Certamente, meu amigo. Então vamos para a minha tenda?

O Conde abriu passagem para ela passar, mas seus olhos cintilavam de encontro aos olhos de Daniell. Quando o comandante se atreveu a cruzar seu caminho, ela sentiu a mão de Vladislaus segurar seu braço. Ela podia sentir os ombros roçarem e o calor do hálito dele acariciar sua orelha. Quando falou novamente, era uma voz que certamente usaria na cama: grave, macia e intima.

- O que ela é para você? Uma boneca da coleção do Sultão? Uma órfã que teve um suspiro sôfrego de liberdade por um breve instante? Ou, simplesmente, nada? Simplesmente nada.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQua Jan 28, 2009 12:45 pm

Daniella continuou com a feição séria mesmo quando o Duque falou que estava o jogando a fogueira. De certo modo sim, ela estava, mas, ao mesmo tempo, se ela tivesse que lidar com o Conde ao mesmo tempo que a garota, certamente não chegaria a lugar algum.

Foi caminhar para dentro da tenda indicada, porem foi impedida pela mão do outro e ao escutar suas palavras, ele não pareceu muito surpreso. Olhou-o com o canto dos olhos rubros. Sorriu de canto, o olhando.

- O que uma garota que eu mal vi poderia ser para mim, Conde Vladislaus? Mas eu não a desconsidero. Acredito que, sendo ela quem lhe libertou e ajudou com a rota de fulga e ainda o manteve vivo nesse deserto, ela merece a chance de decidir o proprio futuro dela, por isso não irei aceitar interrupções.

Olhou-o agora de frente, sempre desafiadora, sorriu de canto, se soltando do homem.

- Acho que isso ficou bem claro, não? Agora você tem seus proprios assuntos para resolver e eu possuo os meus.

Caminhou para dentro da tenda, procurando pela garota muçulmana. Olhou o Barão, se curvando levemente.

- Prazer em revê-lo, senhor. Parece bem melhor agora.

Falou um pouco mais calma. Olhou para a garota, que parecia irritada com algo.

- Seu nome é Laila, não? Preciso conversar com você, preferiria á sós, se o Barão nos permitir.

Ela sabia que não poderia esconder o rapto de Ezequiel para sempre do Barão, mas não queria que as emoções dele também interferissem na conversa com a garota. Laila precisava decidir aquilo por ela, mesmo que Daniella tivesse que a precionar para tomar a decisão certa.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:53 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQua Jan 28, 2009 1:53 pm

Ação para Vanessa:

Vladislaus deu uma risada amarga.

- Laila já decidiu seu próprio futuro, garoto. Ela tem um plano todo formado. Acredito que tenha planejado ao longo de toda a sua curta vida. Mas ela ainda é uma criança. Embora seja uma criança inteligente, é imatura para tomar as próprias decisões.

Ele, de repente, olhou fundo nos olhos dela. Seus lábios estavam ressecados e rachados pelo deserto. A mão que segurava o braço de Daniell era tão fina que dava para ela ver as veias. Estava maltratado por anos de labuta.

- Conheço àquela raposa velha montada sobre um camelo, como se fosse meu próprio pai. Posso prever o que ele pensa, como ele age, como reage. Não estive em tantas batalhas quanto você esteve, mas conheço a natureza humana. Conheço-o tão bem a ponto de saber que ele perseguiria a criança muçulmana, não por está preocupado com o bem-estar dela, mas sim, puni-la. E que ele faria uma oferta irrecusável.

Daniella podia sentir a unha do dedo polegar do Conde pastar sobre o tecido da roupa de seu braço. Era quase uma carícia, mas havia perigo, como se à qualquer momento ele fosse rasgar a sua pele mesmo por debaixo das roupas.

- Mas deixe preveni-lo, meu bom amigo. Ela não é a sua prisioneira. É a minha acompanhante. Não quero vê-la intrometida em assuntos sobre à sua batalha. Sou muito cordial com meus amigos. Mas sei virar de anjo para demônio. Creio que isso ficou bem claro também, não?

Vladislaus soltou o braço de Daniell.

- Mas como lhe disse na tenda, sei que você é um homem diferente. Um homem com alma neste Inferno. E um homem com alma no Inferno, é um anjo caído. Tenho certeza que você vai negar qualquer que seja a oferta, ou posso está enganado e ter vendido a alma dela e a minha para um cristão trajado em boas roupas e com cara de anjo. Espero não me decepcionar. Seria muito rude. – seu sorriso se alargou. - Muito rude. – falou pausadamente.

O barão interrompeu a conversa que estava tendo com a criança, observando a entrada de Daniell. Ele deu um sorriso tranqüilo, embora não se sentisse assim.

- Muito melhor, meu comandante. – ele olhou para a menina e sorriu. - Laila ajudou-me no curativo, além de ter me entretido numa ótima conversa.

O nobre franziu a testa quando o comandante pediu a sua retirada. Ele consentiu com a cabeça.

- Claro, comandante. Eu irei me retirar. Mas antes...

Ele abaixou os olhos.

-...Antes, eu queria lhe fazer uma pergunta. Sobre Ezequiel, ele já deveria ter retornado.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQua Jan 28, 2009 4:44 pm

Escutou as palavras do Conde, sorrindo sarcasticamente enquanto ele parecia querer defender aquela garota com unhas e dentes. Soltou uma risada ao final de suas palavras, como se o que ele falasse fosse uma boa piada.

Os olhos da jovem agora o olhava com divertimento para o homem de cabelos negros que tentava lhe amedrontar, mas não sabia que aquilo não fazia qualquer ameaça a ela. Ele poderia falar que ela era livre e que era sua acompanhante, mas se Daniella não tivesse intervido sua vida teria se findado no momento em que ele chegou ao acampamento.

- Conde Vladislaus... Você deve estar me confundindo por alguem realmente melhor do que sou. (Sempre quis usar a fraze do Oswald *____*~) Eu acho que já tivemos essa conversa antes, porem não se preocupe. Farei o possivel para que a garota faça exatamente o que ela achar justo. Irei assegurar isso.

Sorriu de canto, como a rapoza esperta que era. Ela teria seus meios de conseguir o que queria, sempre teve. Não seria por um Conde e uma muçulmana que lhe impediriam.

Já dentro da tenda, ela olhou o Barão, escutando-o falar sobre Laila tê-lo ajudado e estar o ajudando a passar o tempo, se curvando a frente da garota, sorrindo docimente, como um verdadeiro cavalheiro.

- Eu agradeço a você por ter ajudado-o e estar fazendo-o compania.

Escutou-o então fazer a pergunta sobre o jovem Ezequiel, respirando fundo e ficando mais séria, caminhando até a entrada da tenda e a fechando para que ninguem interferisse. Talvez fosse preciso sim se utilizar das emoções do Barão, afinal, mesmo que fosse jogar muito baixo.

A garota parecia confortavel na presença dele, isso era um bom sinal.

- Eu sinto muito, Barão, mas os sarracenos destruiram a caravana em que ele ia e ele foi pego como prisioneiro. Eles me garantiram que o jovem está bem, mas exigem trocas.

Ela pegou o broche que Ari havia lhe entregado e o olhou mais uma vez, suspirando e entregando ao Barão.

- Desculpe-me, senhor. Não compri o que me era cabido, não pude protegê-lo como deveria.

Sinceramente ela gostaria que o Barão lhe gritasse e falasse que deveria ter agido de outra forma. Realmente esperava uma punição, pois ela mesma não poderia fazer a si mesma. Sabia que o que fazia, na frente daquela garota, provavelmente era algo horrivel e digno de repugnação, tentando forçar sua mente infantil a se entregar, mas se alguma coisa era completamente verdadeira, real, naquele momento, era o sentimento de impotencia que Daniella sentiu em não conseguir proteger o garoto.

E o fato de falar isso para o homem ao qual Ezequiel dizia ser como seu pai e que o considerava como um filho realmente estava requerindo mais coragem do que a garota se achava possivel de ter naquele momento.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:53 pm, editado 1 vez(es)
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQua Jan 28, 2009 7:28 pm

Hassan deixou que o guarda o puxasse, deixando seu corpo pender para frente enquanto sorria ao ver que o príncipe era mais bem-tratado que ele, encobrindo mais ainda o seu disfarce. Porém, o fato de que seria Said que iria levá-lo o deixou um pouco preocupado. Hassan sabia que tinha capacidade para vencer qualquer homem de Mehmet em combate, mas fazê-lo enquanto se tenta sequestrar alguém não é exatamente simples. Talvez tivesse que mudar um pouco seus planos. Sua fé ameaçava esmorecer. Era apenas um homem. Como lutaria contra Said, seus dois homens e, provavelmente, Ari? Ele lançou seu olhar uma última vez para Mehmet. Provavelmente nunca mais voltaria a vê-lo da mesma maneira, não como aliado, depois do que faria. Era massacrante o peso sobre Hassan nesse momento. Parecia que somente ele poderia resolver toda aquela situação sem deixar que as injustiças vencessem. Estava determinado. Se teria que morrer protegendo Laila de um destino negro, o faria. Ele não sossegaria enquanto não conseguisse conversar com ela a sós. Sua face se aliviou um pouco ao ver Yago se afastar do local, voando na direção da cidadela. Ele faria vôos circulares, esperando o comando de Hassan para atacar o alvo que ele olhasse. Apesar disso, Hassan pôde perceber que estava completamente sozinho em sua jornada. Somente Allah o acompanhava ou seguia os mesmos ideais. Não lutava pelos árabes ou pelos cristãos. Lutava por Allah. E, naquela guerra, ele parecia estar em um terceiro lado, e não havia aliados, soldados ou exércitos que o seguissem. Ele andava atrás dos guardas com a cabeça baixa, cansado. Não tinha dormido nada e estava exausto pelos castigos recebidos. Suas feridas ainda ardiam, doíam e sangravam, mas ele tentava se manter dignamente, sem reclamar de nada, nem mesmo com um gemido.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQui Jan 29, 2009 7:31 am

Ação para Marys e Vanessa:

Quando ela riu, podia notar os olhos do Conde estreitarem, as sobrancelhas erguidas. Era como se à qualquer segundo ele fosse levar as mãos em torno de seu pescoço para sufoca-la com a própria risada. Não havia qualquer graça para ele, nenhuma ironia, naquela situação. Então ela percebia que ele não estava sendo ameaçador, mas protetor.

Daniella podia perceber certa familiaridade com o Conde. Da mesma forma que ela protegia Ezequiel acima de qualquer coisa, Vladislaus parecia fazer o mesmo por Laila. Mas ele nada fez contra ela. Manteve a respiração controlada, a calma estampada na face, embora seus olhos demonstrassem impetuosos.

- Fará o possível... – o conde repetiu as palavras dela. - ... para que ela faça o que é justo. E o que você considera justo?

O conde não aguardou a resposta dela e já se afastava com Casimir, a capa dançando graciosamente logo acima dos calcanhares das botas. Ela podia ver o Duque colocar seu braço ao redor dos ombros do Conde. Embora parecessem em muitos momentos rivais, ela podia notar que um considerava o outro.

O barão tornou a se virar para ela, com os olhos cheios d´água, o rosto vermelho, os braços sobre o espaldar da cadeira. Seus lábios estremeceram, como se sussurrasse uma prece. O corpo dele tremia de apreensão e sentia uma terrível sensação que tentou igualmente dominar. Sentia o próprio coração martelando dentro da cabeça. Procurou respirar devagar, relaxar e não apertar as mãos. Conseguiu se controlar, com os olhos passeando pelo teto.

- Homem, pelo amor de Deus! – ele gritou. – Eles não podem ter apanhado Ezequiel. Que raios de troca é essa?

Sua voz não foi estridente nem raivosa. Não trazia acusações contra Daniella, mas havia um pouco de aspereza na voz. Para ele, Daniell não tinha culpa ou assim pensava. O barão tinha permitido que o menino fosse, pois também acreditava que aquela atitude fosse à correta. Não podia simplesmente lançar toda a culpa em Daniell, se era seu cúmplice, embora a vontade de jogar a culpa em alguém fosse tentador. Falava com sensatez e de uma tristeza cada vez maior.

- Daniell, não se aflija mais com isso. Você fez o que pensou que era certo para ele. Ezequiel me disse que você sabia... disse-me que você sabia quem ele era... Você sabe agora a gravidade desta situação. Ele não poderia ter caído nas mãos dos inimigos. Não ele.

O barão suspirou. Sua expressão era de uma tristeza indescritível.

- Eu luto contra Mehmet há muito tempo. Sei das crueldades que ele é capaz. É um demônio em forma de homem.

Ele abanou a cabeça. A cada minuto, estava ficando mais frágil.

- Eles entraram em contato? O que eles querem?
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQui Jan 29, 2009 8:23 am

Ela olhou a reação do homem, ficando estática, como se esperasse a qualquer momento por um soco ou um tapa que nunca veio. Seus olhos fitaram o chão quando ele gritou, mais por vergonha do que por outra coisa.

Voltou a olhá-lo quando falou para não se afingir, de certa forma a expressão feminina sobressautou sobre a mascara masculina que a garota sempre usava. Cruzou os braços não com impassiencia, mas sim em uma demonstração de que precisava de um pouco mais de coragem naquele momento.

- Ele falou que era vosso filho, Barão. Então eles não sabem o tesouro que tem na mão. Esse fato em si é bom o bastante para garantir a segurança dele até quando ele voltar para nós...

Escutou-o então perguntar e olhou para a garota muçulmana com certo pesar.

- Eles entraram em contato agora a pouco. O pedido deles foi a troca de Laila por Ezequiel.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:54 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQui Jan 29, 2009 9:49 am

Por mais que estivesse zangada, não deixou de acompanhar a risada do Barão, sentando-se ao lado dele. Ficou envergonhada por ter errado de forma tão evidente, mesmo sem saber o que o Conde era, na verdade:

- Então...ele não é cristão?...Bem, eu devia desconfiar, não é?! - ela riu um pouco mais, coçando a testa desajeitada - Os cristãos tem modos mais contidos, quase como se tivessem medo da vida! E o Conde Vladislaus não! Parece um moleque brincando num oásis e...

As palavras foram morrendo lentamente, quando ouviu um burburinho fora da barraca. A garota ficou de pé novamente, aproximando-se da luz que vinha do lado de fora e das vozes urgentes. Falavam de troca. Troca de que, afinal? Quando chegou somente um pouco mais perto, ouviu o nome de Ezequiel e seu sangue gelou. Nem mesmo sua pele morena escondeu a palidez do susto. Troca. Uma jóia por outra. Simples.

Laila afastou-se da entrada da tenda, e cambaleava. Seu coração disparava como se tivesse acabado de correr quilômetros, como se fosse o alazão que agora jazia somente em carcaças no deserto, no momento em que ele pulou no vale. Ela sabia qual era a moeda de troca antes mesmo de Daniell, aquele que ela tanto admirava mesmo quase sem ver, dizer. Seus olhos brilharam pelas lágrimas contidas, para tentar se manter forte.

Mesmo sabendo que ela própria era a condição da troca, sentiu como um soco no estômago quando Daniell disse o plano para o Barão. Aliás, teria doído menos se fosse um soco, de fato. Ela disse numa voz fina, quase sumida, olhando do Barão para o Comandante, buscando alguma caída:

- Não...não há outro jeito?...Infiltrar soldados no palácio...soldados morenos, para não serem identificados...eles poderiam resgatá-lo! - e depois abaixou a cabeça, abraçando os próprios joelhos e recostando o queixo neles - Não quero voltar para lá...vocês não fazem idéia de como é! Qualquer história que ouviram é branda perto da realidade...Tem que ter outro jeito...E Ezequiel não pode pagar por isso!
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQui Jan 29, 2009 11:16 am

Ela escutou a voz da garota, vendo sua respostas a suas palavras. Respirou fundo, balançando a cabeça negativamente. Via como ela não queria voltar, mas não a deixaria voltar por nada. A garota tentava fugir de seu destino, assim como ela propria, mas aquilo não poderia ser um impensilho para que salvasse o jovem principe.

- Receio que não, minha jovem. Infelizmente o exercito deste Sultão tem pelo menos cinco mil homens, no meio estão os prizioneiros... Não acredito que algum dos meus soldados tenha conhecimento para se infiltrar no meio de tantos sarracenos.

Ficou a olhá-la por um tempo, como se pensasse em algo.

- Eu não pretendo lhe mandar de volta para sua morte ou punição, se é isso que está pensando.

Olhou o corpo da garota para ver se a roupa que ela vestia conseguia esconder alguma coisa.

- De qualquer forma, acredito que a batalha aconteça essa noite. Teremos até lá para pensar em algo.

Suspirou, ela teria que convenser aquela garota de alguma forma. Mas precisava mostrar que não iria deixá-la ficar nas mãos de seu proprio povo por muito tempo.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:55 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQui Jan 29, 2009 2:12 pm

Ação para Marys e Vanessa:

Ouvindo Daniella comentar que Ezequiel disse aos muçulmanos que era seu filho, o barão levou a mão a boca e ela podia ver que ele estava chorando. Seu corpo tremia incontrolavelmente, como se tivesse sido retirado de uma água tão fria que quase congelara seu coração. Os olhos dele fitaram o rosário que estava sobre o travesseiro da cama do menino.

- Perdão, comandante. Perdão, Laila. Perdão. Foi a minha culpa. Eu deveria ter ido com ele, tê-lo protegido mais do que eu fiz, mas pensei que ele estaria protegido e que não haveria riscos de uma emboscada contra um exército de feridos. Como erramos, Daniell. Como erramos.

Ele olhou para Daniella.

- Talvez os muçulmanos desconfiavam que houvesse algo mais importante naquela exército. E tinha. Um princípe. Ou simplesmente, se tornaram mais selvagens e desumanos a ponto de não sentirem piedade por esses cavaleiros feridos. Indignos. Mas eles irão pagar por isso. Eles vão pagar.

A forte raiva que estava a sentir só foi abatida quando ela disse que o preço para devolver o jovem príncipe era Laila. Uma jóia preciosa em troca de outra.

Ele virou a cabeça para o teto, deslizando os dedos pelos cabelos. Ficava com pena da menina corajosa e desesperada. Escutava as lembranças dela sobre o lugar. A mão carinhosa do barão tocou a dela, acariciando as costas de sua mão.

- Minha querida criança. - disse com a voz doce. - Acalme-se. Daniell não pretende entregá-la de volta para os muçulmanos. Ninguém aqui irá fazer isso.

Gotas de suor escorriam na testa e no lábio superior do nobre. Seu cabelo estava úmido como se ele tivesse andado lá fora.

- Há algum plano? Não podemos entregar Laila para eles. Isso estaria fora de nossos ideais. Seriamos tão desumanos quanto eles são. Mas também não podemos deixar Ezequiel nas mãos daqueles selvagens. O Rei deve está para chegar. Disse que chegaria à tarde ou no inicio da noite.

Os olhos dele fitaram o tecido da tenda, por onde demonstrava uma sombra de um homem. Então, uma voz.

- Heitor. - Casimir chamou o barão. - Heitor. O Conde está de partida. Ele o chama.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 EmptyQui Jan 29, 2009 2:52 pm

Ela escutou as palavras do Barão, balançando a cabeça negativamente. Ela não poderia considerar aquilo culpa daquele homem. As ordens eram suas, não dele. Ela era o comandante e as responsabilidades caiam sobre seus ombros. Escutou suas suspeitas e a emboscada, mas ela acreditava que era mais um espião do que algum tipo de jogo de sorte onde os sarracenos tiraram o grande premio.

Olhou como aquele homem passou a se afeiçoar a aquela garota em tão pouco tempo. Respirando fundo. Ela tinha que continuar para que pudesse trazer o menino de volta. Escutou-o falar sobre algum plano, concordando com a cabeça.

- Sim, estou a pensar em algo. É arriscado, mas...

Escutou a voz de Cassimir, olhando na direção da entrada da tenda. Havia dito para não interromperem a conversa, porem ainda assim o faziam. Escutou-o falar que o Conde estava de partida, arregalando os olhos.

- Esse homem ainda acha que pode fazer o que quiser quando quiser quando estamos em um momento critico?!

Passou as mãos pelos fios loiros, ficando irritada com aquilo, olhando para a garota.

- Quero tentar planejar algo com você, se for possivel. Mas agora preciso resolver um assunto.

Suspirou, abrindo a tenda e saindo, olhando para Cassimir.

- Quantas surpresas ainda me aguardam nessa tarde?! O que disse a ele?!

Subiu sobre seu cavalo branco que estava parado a sombra da tenda, olhando Cassimir.

- Onde ele está?


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:56 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 3 Empty

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