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 Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.

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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQua Jan 21, 2009 5:39 pm

Ela olhou a muçulmana e o Conde. O olhar não mais tão amigavel dirigido a Laila. Respirou fundo, escutando Duque Cassimir e concordando com a cabeça.

- Obvio. Tem algo a sugerir, Duque...?

Arqueou a sobrancelha, a mão sobre o cabo de sua espada, uma figura imponete apesar de ser a menor entre os homens ali.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:41 pm, editado 1 vez(es)
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQua Jan 21, 2009 8:18 pm

Hassan apenas ouvia tudo em silêncio. Então, Hassan não apenas avisou sobre o pequeno exército que seguia com feridos, mas também evitou que uma mensagem tática chegasse ao inimigo. Somente por isso, ele já seria condecorado e exaltado quando tudo isso acabasse, mas ele não tinha mais certeza se isso lhe importava. Queria mesmo era assegurar que a criança chegaria com vida no acampamento. Ao menos, se ele conseguisse evitar a morte desse jovem, tinha certeza de que Allah o perdoaria. E ainda tinha a odalisca, Laila. Hassan estava ávido para ver a criança e lhe questionar o porquê de sua fuga. Não fazia sentido. As muçulmanas eram criadas desde cedo para aceitar seus destinos, e era até mesmo um privilégio ser a concubina do sultão – em vez de ser a concubina de alguém com menos importância. No entanto, nem mesmo ele estava certo do que deveria fazer em seguida. Apesar de tudo, não deixou que isso transparecesse em seus olhos um instante sequer. Escutou a tudo e sentiu a raiva de Radu. Uma raiva da qual ele não era culpado, ao menos não diretamente. Quando Radu se afastou, Hassan respirou fundo e, ao ouvir as palavras do sultão, e certo de que Ezequiel já tinha se afastado, respondeu-lhe, fazendo uma profunda reverência.

- Não fiz nada além de cumprir com o meu dever, ó grande soberano. Porém, ainda tenho muito a fazer. Se eu conseguir me inflitrar, descobriremos rapidamente quais os planos exatos da ofensiva inimiga, e o senhor terá tempo para planejar o que faremos. Eu não falharei.

Hassan dizia, mas por dentro estava inseguro. Não saberia o que fazer ao cruzar com Laila. Deixaria ele que a odalisca fosse entregue ao sultão, sedento por vingança? Permitiria que mais uma criança fosse maltratada por homens enraivecidos? A ele só cabia esperar. Então, levantando-se, estendeu as mãos para poder ser levado, da mesma forma que Ezequiel, ainda passando-se por prisioneiro europeu.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQui Jan 22, 2009 6:39 am

(Off: Marys, pode responder normalmente a sua ação anterior. Só estou adiantando o jogo para a Vá.)

Ação para Vanessa:

A tenda do duque recebia no momento, de esguelha, os raios do sol da tarde. Era muito simples, nada de decorações, uma grande mesa no centro, com mapas e documentos e uma linha de cadeiras.

O manto branco de Casimir estava jogado sobre uma das cadeiras, mas, ao entrar, Casimir foi buscar o seu manto e com alguns nós o amarrou à volta do pescoço. Sentou-se na cadeira, encostando-se então para trás e puxou o manto que acomodou à volta do corpo e fez sinal autorizando para que se sentassem.

Abriu a garrafa e serviu vinho sobre três cálices.

- Temos que planejar o que faremos a seguir. Mas acho também, que devemos conhecer nossos inimigos. E Vlad parece conhecer, realmente, vários infiéis, mais do que nós conhecemos. Dos planos, também. Uma vez, que nosso adorado nobre, ajudou os muçulmanos a arquitetar estes planos contra nós.

O conde estava sentado na outra ponta da mesa, de modo que só era possível vê-lo como uma sombra. Seus olhos ainda estavam vermelhos por falta de sono e esfregava as mãos, uma na outra, mas ainda assim aparentemente tranqüilo.

- O erro da maioria de vocês é não conhecer nada do Alcorão e ainda menos entender de sarracenos. Se os fizessem, saberiam pensar como eles. Ficaria mais fácil prever como eles agem. Mas alguns, conhecem perfeitamente os sarracenos, pelos meios mais dúbio e vulgar...

Vlad levantou o cálice de vinho na sua frente e na direção do duque Raymond, falou na língua dos sarracenos para ele. Seja o que o Conde dizia com fluência aprendida durante seus sete anos de cárceres, o Duque parecia empalidecer, como se estivesse entendendo cada palavra, e receasse-as que o Conde as falasse em francês ou romeno.

Seja o que tivesse acontecido, Vlad parecia satisfeito. Parecia que tinha encostado Casimir na parede, como se soubesse de um grande segredo. O duque pigarreou, fingindo nada ter entendido uma palavra.

- Quantos homens você acha que virão, Vlad?

- Cinco mil homens. No mínimo.

- Isso vai ser um massacre.

Vlad bebeu lentamente de seu vinho, recolocou com cautela o seu copo na mesa e olhou para o duque, sem desviar o olhar.

- É esse o objetivo de Mehmet. Ser um massacre. O alvo principal é o garoto ali. – ele apontou para Daniell. – Daniell tem sido uma rocha em seu caminho, não somente uma pedra. Ele deseja se livrar de um inimigo potencial, antes que o garoto ganhe um pouco mais de altura. Sem ofensas, Daniell.

- Um exército como esse é impossível de abater em campo aberto.

- Sim, de fato. – Vlad respondeu, tranqüilo. - É como num jogo de shantraj. Uma partida pode levar apenas horas, ou dias para acabar. E, assim, a situação pode prolongar-se por uma eternidade.

Casimir voltou-se a Daniell.

- Gostaria de ouvir o que nosso comandante tem a dizer.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQui Jan 22, 2009 9:27 am

Ação para Aloisio:

Um sorriso momentâneo brilhou nos lábios do sultão.

- Esteja certo que não somente eu, mas Allah, também saberá prestigia-lo com os bons serviços que está a prestar a nossa causa, Hassan.

Radu examinou-lhe as costas.

- De fato. – disse Radu. – Mas você não pode se esquecer que meu irmão está lá. Ele pode ser tudo, menos um tolo. Vlad pode a vir reconhecê-lo.

O sultão pareceu pensativo.

- Sim, Radu, tem razão. E acredito que Hassan já deve ter pensado sobre isso. O homem tem que ser vigiado. Principalmente se ele resolver se aliar a Daniell. Mas o futuro o aguarda terríveis surpresas.

Hassan foi guiado para fora por três guardas. Ao sair, viu que o menino o aguardava fora da tenda, também detido por alguns guardas.

Nesse instante, um estranho e mau pressentimento espalhou-se no coração do jovem princípe, quando viu aquele francês desconhecido, cujo nome soava estranho e mesmo assim familiar, ser posicionado a sua frente pelos guardas. O menino o olhou firmemente nos olhos. Na sua testa havia uma suave ruga que somente aparecia quando ele estava realmente preocupado com alguma coisa.

Seu pressentimento foi comprovado quando dois guardas seguraram os braços de Hassan, um de cada lado. Depois o despiram de qualquer tecido em suas costas. Quando essas primeiras ofensivas contra o falso prisioneiro cristão iniciaram, o menino rosnou enfurecido, logo sendo segurado pelos ombros e, mesmo tendo os cabelos puxados e o rosto arranhado, procurava forças para se soltar e impedir a agressiva. Para sufocar o grito da criança, os guardas tamparam a boca asperamente com a mão.

Hassan sentia então as chibatadas, lentas e violentas. Os olhos da criança se fecharam e a palidez cobriu sua pele. No som apenas dos golpes, Hassan podia ouvir o respirar difícil do garoto. O estremecer das pálpebras, ainda que imperceptível, indicava que a consciência não o deixara ainda e que ele sentia na alma cada golpe que o falso cavaleiro francês recebia.

Quando terminaram, empurraram Hassan para o interior de uma tenda escura, e fizeram o mesmo com Ezequiel.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQui Jan 22, 2009 12:38 pm

Daniel acompanhou-os até a tenda onde do Duque ficava, olhando os detalhes daquela tenda com pouco interesse. Esperou que o Duque lhe desse permissão para se sentar e assim o fez, olhando para os dois enquanto sorvia alguns goles do vinho oferecido.

Escutou a conversa começar, escutando cada um falar, os braços descansando no colo do suposto homem enquanto a conversa se desenrolava.

Quando escutou o Conde Tepes falar a lingua dos sarracenos, estreitando o olhar e notando como o Duque se comportava perante aquelas palavras. Era obvio que ele entendia o que o outro queria dizer, mesmo fazendo de conta que não entendia.

Precisava investigar aquilo. Era algo que ela realmente precisava saber para ter controle total sobre aquele homem como o Conde parecia ter naquele momento.

Escutou-o então falar sobre a quantitade dos inimigos e respirou fundo, depois abrindo um sorriso sarcastico quando ele falou do objetivo do Sultão. Achava graça naquele tipo de pensamento. O que aconteceria se soubesse que o suposto homem que era a pedra em seus sapatos era na verdade uma mulher? Talvez morrer sendo descoberta como uma mulher depois de todos os seus feitos fosse ser seu maior prazer depois de tudo.

Mas ela não poderia realizar esse prazer, ela precisava vingar a morte da criança, nem que morresse com sua espada cravada no coração daquele homem impuro. O faria de qualquer modo.

- Não me ofendo com a verdade, Conde.

Sorriu, olhando para queles homens enquanto eles conversavam e então escutou-o perguntar o que pensava. Respirou fundo.

- O que tenho a dizer, hm...?

Olhou-os, sorrindo um pouco.

- Se não podemos vencê-los por número, vencer-los-ei por estrategia. Precisamos de um mapa desta cidade. Ela é grande e com várias casas. Precisamos é que eles entrem em lugares onde nem todos seus homens conseguirão lutar.

Respirou fundo.

- Quando eles estiverem a vista começaremos com a mesma estrategia de antes, como se quisessemos mantê-los longe das muralhas frageis, apos se aproximarem, derrubaremo-as sobre suas cabeças. Elas irão cair de qualquer modo, melhor que leve com sigo seus construtores. - Sorriu de canto. - Após a entrada deles, precisamos de pequenas emboscadas onde um grupo de 5 consiga lutar facilmente com 15, para isso eles não podem ficar cercados, mas precisa de um lugar estreito....


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:42 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQui Jan 22, 2009 3:34 pm

Ao passo que Radu falava da possibilidade de Vlad reconhecê-lo, Hassan meneou positivamente com a cabeça, quase ao mesmo tempo que o sultão afirmava que ele já havia pensado naquilo. Escutou em silêncio o restante da conversa e preparou-se para receber seu castigo. Ele conhecia as leis muçulmanas o suficiente para saber que seria chicoteado por desafiar o sultão, mesmo que sob o pretexto de ser um falso cristão. Quando foi levado à presença de Ezequiel, Hassan olhou-o com gentileza, sussurrando em francês, quase que apenas num movimento labial.

- Não se preocupe, meu senhor. O Altíssimo está comigo.

E era verdade. Allah estava com Hassan naquele momento. Fechando os olhos e começando a respirar mais pausadamente, o árabe iniciou uma meditação, que o ajudou a suportar a dor das chibatadas como se tivesse recebido nada mais que leves tapas. A dor, decerto, era sentida, mas Hassan fazia questão de nem mesmo mudar sua expressão facial, suportando o ordálio com uma dignidade que chegava a irritar. Ao que colocaram os dois na mesma tenda, Hassan respirou mais fundo ainda, deixando um gemido baixo escapar, ao finalmente deixar-se dominar um pouco pela dor, balbuciando em francês.

- O senhor está bem? Eu posso suportar... se o senhor estiver bem... senhor Ezequiel.

Ele recostou-se contra a tenda. Decerto, só fariam a troca quando a noite chegasse. Até lá, Hassan tinha que decidir o que faria. De repente, teve vontade de contar tudo a Ezequiel e pedir que ele cooperasse com seu plano louco, mas sabia que era mais arriscado ainda envolver a pobre criança no desenrolar de sua idéia. Era melhor deixar que ele fosse trocado por Laila e, assim, ficasse em segurança. Cabia a Hassan tomar conta de Laila, e era o que ele faria.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQui Jan 22, 2009 6:25 pm

Ação para Vanessa:

- Excelente estratégia, comandante. Excelente. Espero, um dia, poder contar isso aos meus netos. – Casimir articulou, insincero.

Então beliscou um pedaço de pão, molhando-o no vinho. Vladislaus sentou imóvel, observando as sombras se moverem no rosto fino de Casimir. Numa cena pitoresca, quando Casimir ia pegar mais um pedaço de seu pão, teve-o furtado da mesa por Vladislaus, que o cortava agora em pequenos pedaços e molhava-o no próprio vinho.

As sobrancelhas de Casimir se ergueram até a testa.

- Se estava com fome, poderia ter me falado.

Vladislaus desviou seu olhar de Casimir.

- Concordo com sua estratégia. – Vladislaus disse para Daniell. – Manteremos a mesma tática de defesa, é o ideal a fazer. Nós temos um pequeno número de homens se comparado ao exército do sultão, então sua tática em formar grupos e buscar lugares mais estreitos, é perfeita. Poderemos manter as muralhas, entretanto. Reforça-las, se tivermos tempo. De modo que, os muçulmanos só terão o portão da cidade para adentrarem. Como a passagem é estreita, somente conseguirá passar de cinco a seis sarracenos por vez. Então seus homens cristãos terão uma vantagem numérica contra os invasores, por instantes. Quando a maior parte do exército sarraceno estiver em sua cidade, as muralhas fornecerão pouca ou nenhuma proteção.

Vladislaus devorava os últimos pedaços de pão. Casimir o observava com diversão. O nobre parecia um morto de fome.

- A sarracena me recordou de um entretenimento que o sultão mantinha com seus prisioneiros, de frita-los com óleo e azeite fervente. - o conde recomeçou, limpando os lábios com as pontas dos dedos.

O duque riu.

- Não vai me dizer que prepararam caldeirões para serem derramados sobre os homens que se encontram mais próximos das muralhas.

Ele olhou para Casimir, com seus olhos azuis acinzentados, em seu rosto havia algo vivo.

- A sopa está pronta. É só servir aos convidados de honra.

Casimir bufou.

- Estamos nos tornando selvagens.

Vladislaus virou-se, apontando a faca na direção de Casimir, não de uma maneira ofensiva, mas como se lhe quisesse mostrar algo. Entretanto, o duque quase sobressaltou da cadeira, como se pensasse que Vladislaus fosse enfiar a faca em seu pescoço.

- Os sarracenos montaram um acampamento próximo ao vádi. – ele indicou a localização do acampamento no mapa com a ponta da faca. - Eles vêm de uma recente batalha contra um exército francês. Certamente estão aguardando as noticias da batalha, já esperando uma derrota do exército vindo do norte. Mas também esperando que tenham nos enfraquecidos.

- Quantos quilômetros?

- Uns trezentos quilômetros. À cavalo, deve cobrir o percurso em quatro ou cinco horas. O estranho, é que eles deveriam já está aqui. Algo aconteceu.

Casimir encostou-se na cadeira, a perna suavemente sobre a mesa.

- Houve uma emboscada contra o exército de Daniell na direção Sul. Todos mortos. – ele olhou de soslaio para Daniell. – Talvez, alguns prisioneiros.

Os olhos de Vladislaus estreitaram-se levemente.

- Uma emboscada?

Vladislaus olhou para Daniell, procurando uma resposta.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyQui Jan 22, 2009 10:24 pm

Ela olhou para Cassimir quando ele falou, arqueando a sobrancelha, como se o convidasse a pensar em alguma coisa.

Olhou então para a disputa de comida entre o Duque e o Conde, achando aquilo uma atitude um tanto quando infantil, mas acabando por deixar de lado por achar mais interessante escutar as estrategias para a proxima batalha.

Batalha que ela precisava vencer de qualquer modo.

Escutou-o fala sobre as muralhas, pensando um pouco sobre o assunto.

- Acha que teremos tempo para tentar reforçar as muralhas? Acredito que seja uma boa estrategia, mas o tempo que temos é fundamental agora, é a nossa unica ajuda no momento...

Escutou então Vladislaus falar sobre as ideias da jovem muçulmana, pensando sobre aquilo. Torceu um pouco o nariz por ser uma ideia vinda de uma mulher ao qual o povo havia matado o principe, mas ela não podia negar que aquela ideia era boa.

Escutou o outro falar sobre estarem virando selvagens, rindo.

- Já viramos a muito tempo, Conde Cassimir, só os tolos não percebem o quão selvagem são as batalhas, tendo elas estrategias ou não.

Olhou a ação do Conde para indicar a localização dos sarracenos e a reação exagerada de Cassimir, arqueando a sobrancelha. Recebeu o olhar questionador de Vlad, respirando fundo.

- Infelizmente houve... Não sei como souberam de minhas ordens. Provavelmente um espião em minhas tropas... Que acho mais provável ter retornado aos muçulmanos do que ainda estar arriscando o pescoço por aqui depois disso tudo.

Falou sério, seus olhos passando pelo local onde eles provavelmente estavam.

- Por que, é claro, todos sabem a minha fama.

Sorriu um pouco.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:43 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySex Jan 23, 2009 2:42 am

Laila simplesmente não podia acreditar no nível de cinismo de Vladislaus. Estreitou os olhos, negando com a cabeça algumas vezes e depois falando numa voz diferente, mais rouca e cheia de mágoa:

- Porque está óbvio que seu desejo é fazer isso. E os meus desejos que envolvem sua pessoas são totalmente diferentes.

Desabafa enfim, virando-se e começcando a andar. Sabia agora que os soldados conseguiriam usar as armas que Laila falou sem problemas, então não tinha mais utilidade ali. E queria se afastar de Vladislaus.

A verdade era que os dois sempre seriam grandes teimosos e cada um, à sua maneira, tinha razão. A jovem odalisca andou e andou, à procura do Barão. Depois de cansar do "passeio", achou o nobre. Pediu licença com todo cuidado, para ter permissão de falar com ele. Laila nunca foi assim. Mas o Barão a tratava bem, e ele merecia respeito:

- O incomoda se eu ficar um pouco aqui?...Detesto esses sons provindos de uma guerra...

Falou numa voz tímida, depois perguntando ao acaso:

- Teve notícias do garoto Ezequiel? - ao acaso, na verdade, não era. Mas simpatizou com o menino, e gostaria de pensar nele como um irmão.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySex Jan 23, 2009 6:27 pm

Ação para Aloisio:

Quando Ezequiel foi lançado para dentro da tenda, ele caiu para frente sobre o chão. O menino tinha sangue no rosto e uma mancha pegajosa alastrando-se pelo ombro do manto. Tinha as mãos e o rosto arranhados por unhas. Os punhos estavam desamarrados, assim como estavam os punhos de Hassan.

Tornou a sentar, recostando-se na tenda. Sentia um ligeiro suor que começava a brotar de sua testa e acima do lábio superior. Ele continuou em silencio, sentado em um retângulo de luz de Sol, olhando pela fresta da tenda. Ezequiel assistia a fileira de crianças escravas caminharem, com as roupas enlameadas e magras como cabras. Hassan podia ver que os olhos do menino estavam sem brilho, com um ar ausente.

Um dos escravos, da mesma idade que Ezequiel, percebendo o olhar que lhe era dirigido, parou a frente da tenda e, por instantes, olhou nos olhos do príncipe. Era uma cena cheia de contrastes. Uma criança miserável olho a olho com uma criança da realeza. Não havia distinção entre eles naquele lugar, sendo os dois prisioneiros de um exército inimigo, exceto pelas roupas que mesmo puídas, não escondiam suas classes.

Ele virou-se novamente para Hassan, escutando as palavras que lhe eram balbuciadas. Sua boca se contorceu fazendo algo que, supostamente, pretendia ser um sorriso tranqüilizador.

- Eu estou bem. – Ezequiel disse, tentando não olhar para as feridas nas costas de Hassan. – Eles perceberam que você me protege e contam que eu seja alguém importante. Não me tocarão, enquanto não fizerem à troca de prisioneiros. Penso que eles me acham valioso.

O menino rastejou-se em direção a Hassan.

- Você deveria tentar dormir um pouco. Para recuperar as forças.

Foi então que o menino fez um gesto simples, mas que poderia impressionar Hassan. Ele retirou um crucifixo de ouro de seu pescoço e o colocou ao redor do pescoço de Hassan.

- Cristo irá protegê-lo.

E segurou a mão do homem.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySex Jan 23, 2009 6:37 pm

Ação para Vanessa:

O conde achava-se sentado numa cadeira de espaldar alto, frescamente ataviada, as mãos plácidas sobre o colo, os olhos a perscrutar o rosto impenetrável do comandante que tinha à sua frente. Vladislaus engolia cada palavra sobre a emboscada, digerindo-as em segredo e mantendo os ouvidos abertos às vozes que zumbiam como abelhas. Vladislaus afastou a cadeira e levantou-se. Colocou uma mão sobre a quina da outra mesa onde Casimir mantinha as garrafas de bebidas e havia uma entonação nova em sua voz clara e precisa.

- Ou um espião não humano. Os árabes utilizam aves como espiões. Uma destas aves pode ter avistado o exército de cristãos e resolveram interceder.

Casimir pôs-se a brincar com a taça de vinho, girando-a entre os dedos longos, sensíveis, e a observar a refração da luz, através do liquido vermelho, sobre a alva toalha da mesa. E disse, pesando as palavras:

- Pode ser que esteja certo, Conde. Mas minha intuição me diz que devemos investigar animais mais racionais.

O conde olhou para o outro nobre.

- Você não deveria se colocar fora de suspeitas.

- O que você insinua com....

Vladislaus interrompeu.

- As muralhas desta cidade são feitas de pedras. – respondeu a Daniell, calmamente. – É certo que os muçulmanos trarão aríetes, para derrubar essas paredes. Se for tempo que precisa, eu posso lhe fornecer.

Colocou uma mão no ombro de Daniell e falou em uma voz como a de um barítono.

- Com sessenta homens em meu poder, posso reduzir o exército inimigo para três mil e destruir os aríetes.

- Por acaso é feiticeiro?

Isso provocou um sorriso caustico.

- Talvez.

- Você bebeu demais, Vlad.

Vlad caminhou em direção de Casimir, ainda com a faca em mão. Passou o braço em torno do duque e recostou a cabeça em seu ombro. O gesto fez o duque paralisar, como um homem apanhado por uma píton, a mão com a faca caída sobre o ombro do loiro com mera casualidade. A sombra de um sorriso perpassou pelos lábios contraídos de Vlad.

- Não está assustado, está, Casimir?

Os olhos do duque fitaram a lâmina da faca.

- Quer fazer o favor de guardar isso, pelo amor de Deus!
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySex Jan 23, 2009 6:47 pm

Ação para Marys:

O conde não pôde deixar de rir, encolhendo os ombros. Ele voltou os olhos para ela.

- Se soubesse o que realmente desejo, você estaria na minha cama agora, nua. – soltou.

E antes que Laila pudesse retrucar as palavras do conde, já o via se afastando com o outro nobre e o comandante.

O barão estava sentado na cama, enrolando uma longa faixa branca em seu braço ferido. Ouvindo a voz dela, o barão sorriu, virando-se para ela.

- Não, criança. É claro que não me incomoda. De modo algum. Entre. Estou precisando realmente de ajuda com os curativos. Pegue para mim aquela tesoura.

Com a pergunta da menina, o nobre sentiu um medo e pânico. Seus olhos grandes e negros pareceram mais tristes e caídos do que antes. Pensou nas coisas mais terríveis, até mesmo na morte do rapaz. Depois, enfiou a unha no dedo médio na ferida para se punir por tal pensamento. Emitiu um ruído.

- Não, nenhuma noticia. Ezequiel deveria já está de volta, junto com o rei e a sua tropa. – murmurou, sentindo a pressão de seu medo. – Estou com um mau pressentimento de que alguma coisa aconteceu.

Inseguro, levantou-se e foi buscar uma toalha de linho que molhou na água fria numa bacia sobre a mesa. Em seguida, molhou a testa e o rosto, limpando-se da sujeira e do sangue. Sobre a mesa, um crucifixo de prata trabalhada.

- Eu sei. Ezequiel não é mais nenhuma criança. Ele tem treze anos, quase um homem feito. Essa não é a primeira vez que nos separamos. Eu confio nele, mas essa guerra não é mais a mesma. Não sei se essa guerra é ainda em Nome de Deus.

O barão sentiu-se imediatamente aliviado pelo fato de poder confessar tudo aquilo. Respirou fundo, olhando para a própria imagem refletida na água da bacia.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySex Jan 23, 2009 9:06 pm

Os olhos rubros de Daniella ficaram a observar as movimentações dos dois homens pela pequena sala, parecendo observar e guardar cada uma das reações que tinham com cada novo fato apresentado. Pareceu um pouco surpresa, porem quando o Conde disse que poderiam ter usado animais ao invés de um humano para descobrirem seus planos.

Soltou um leve suspiros, achando aquilo interessante, mas ainda assim não era o bastante para que ela se sentisse satisfeita. Provavelmente havia SIM um humano como espião, não poderia considerar que a vida de um jovem como Ezequiel havia sido retirada por um passaro.

Escutou os dois começarem novamente a discutir, respirando fundo e iria interrompeu até que Vladislaus resolveu fazê-lo por si, voltando a tratar da proxima batalha, o unico assunto que ainda a fazia parar de pensar na morte daquele garoto.

Escutou-o falar sobre entregá-lo sessenta homens e sua suposta magica de desaparecer com dois mil homens das frentes de batalha do sultão. Estava tão desconfiada quanto Cassimir quanto a aquele assunto, porem ela precisava arriscar certas peças brancas se quisesse dar o cheque-mate no Rei das peças negras.

- Pegue seus sessenta homens, Conde. Espero que faça um bom uso deles, são homens preciosos ao meu batalhão.

Sorriu, olhando-o com um pouco de ironia nos olhos vermelhos. Principalmente sabendo que aquilo iria idignar também Cassimir. Parecia uma brincadeira a parte sua, um modo de retirar seu estresse e jogá-lo para outra pessoa.

Viu que o Conde Tepes parecia ainda mais interessado que ela em brincar com o Duque medroso, Sorrindo de canto, seus cabelos loiros escorrendo por seus rosto fino e delicado de mais para um homem enquando seus olhos logo voltaram a analizar o mapa.

- Chega de brincar, crianças. Ainda não terminamos... Ou será que sim?

Riu-se, olhando novamente na direção dos dois.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:44 pm, editado 1 vez(es)
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySex Jan 23, 2009 9:08 pm

Hassan não pôde deixar aquele olhar sem brilho passar incólume. Não conseguia ignorar o príncipe. A pureza daquela alma jovial... tudo era tão errado. Certamente, não era essa a vontade de Mohammed. Então, ao ver a cena de Ezequiel olhando para o menino escravo, Hassan sentiu uma dor pior que a das chibatadas que recebera há pouco. Por que crianças tinham de ser submetidas àquilo? Não podia permitir, mas não havia outra maneira, por enquanto. Ele deveria começar a pensar na estratégia para conseguir ficar a sós com Laila. Ele precisava conversar com ela e descobrir qual o motivo da fuga. Se fosse forte o bastante, poderia instigar o Islã contra Mehmet e talvez até provocar um levante contra o soberano. Ao ver de perto tanta crueldade, sua alma nobre começou a desejar lentamente aquilo. A guerra era necessária, ao menos por enquanto, ao menos enquanto os cristãos a quisessem, mas não o que estava acontecendo. Meditando sobre tudo, Hassan viu, não obstante, que a maioria de seu povo era realmente selvagem. Homens com pouca ou nenhuma instrução, que dão pouquíssimo valor à vida de outros. Mas Hassan não era assim. E, por ser diferente, tinha dificuldades para se encaixar naquela sociedade que, um dia, ele achara tão normal. Mas Meca muda qualquer sufi. Agora ele entende porque a maioria nunca deixou a cidade sagrada. Ao ouvir que Ezequiel estava bem, Hassan voltou ao seu disfarce plácido. Logo acabaria tudo para Ezequiel, ele tinha certeza e, com um pouco de sorte, ele talvez escapasse para longe da guerra e vivesse. Ele ouviu quieto tudo o que Ezequiel disse, limitando-se a sorrir timidamente, tentando passar confiança ao garoto. Quando ele foi até Hassan e colocou o crucifixo ao redor do pescoço do árabe, Hassan não fez menção de recusar. Admirava a fé pura do jovem, tão pura quanto a sua própria. Como o grande Saladino, Hassan respeitava a religião cristã, apesar de não concordar com ela ou acreditar em Cristo como seu salvador. Mas reconhecia a fé genuína quando a via, e esse era o caso.

- Eu sempre o protegerei, senhor. E não, eu não posso dormir. Ficarei de guarda para que nenhum cão imundo venha se aproveitar de você enquanto estivermos aqui. E eu agradeço pelo crucifixo. Tenho certeza de que Ele está comigo. Eu... tenho algo a lhe dizer.

Quando Ezequiel provavelmente parecia atento o bastante para ouví-lo, Hassan baixou dramaticamente o tom de voz, garantindo que só o príncipe ouvisse o que eles conversariam agora.

- Enquanto eu estava lá, com os árabes – disse Hassan, com dificuldade, em francês – ouvi algo sobre uma escrava muçulmana que está sob poder dos cristãos. Parece que querem trocá-lo por ela. Sabe de alguém que possa estar na cidadela que dominamos?

Hassan apenas esperou que o príncipe se pronunciasse, para continuar.

- Senhor, pelo que ouvi, ela é apenas uma criança. Temos que fazer algo por ela. Se ela for entregue ao sultão, provavelmente será estuprada ou morta! Senhor, me ofereço a um sacrifício: assim que o senhor for trocado com a sarracena, eu forjarei um seqüestro e a levarei comigo. Se eu puder fugir com ela, o sultão não a terá de volta e, então, não poderá fazer nada a ela. Mas eu tenho que garantir que o senhor confiará em mim quando eu o fizer, e que estará a salvo, longe o bastante da confusão que será gerada. Pode fazer isso, senhor? Eu quero tanto salvar essa pobre alma quanto desejo proteger o senhor. É a vontade de Cristo proteger os inocentes e há várias maneiras de se lutar numa guerra. Nesse caso, lutarei contra a injustiça e a tortura de uma jovem indefesa. O que acha, senhor?

Hassan queria a cooperação do príncipe. Mais do que isso, ele queria que o príncipe não se metesse. Se isso acontecesse, ele se sentiria mais à vontade para finalmente revelar todas as suas habilidades. A essa altura, seu falcão já devia estar procurando por ele e, quando o achasse, passaria a seguí-lo. A respeito do camelo não havia muito o que fazer, mas o desejo de Hassan era conseguir que Ari o auxiliasse, “deixando” que Hassan seqüestre Laila. O plano de Hassan era simples: Ari e mais um árabe provavelmente iriam conduzindo uma pequena carroça, com provavelmente dois cavalos. A idéia era subitamente derrubar o outro árabe do cavalo e seqüestrar Laila, fugindo para o noroeste, em direção à fronteira com a Romênia. Lá ele decidiria o que fazer. Seu falcão, obviamente, teria um papel importantíssimo, e Hassan aguardava ansiosamente que seu falcão enviasse um chiado avisando-o de sua presença.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySáb Jan 24, 2009 9:41 am

- Cópia de Mehmet...

Foi tudo o que Laila respondeu, mas com a voz baixa, enquanto andava à procura do Barão. Simplesmente não entendia os homens: tinham o que pudessem pegar, e ainda queriam mais. Simplesmente inaceitável.

Suspirou cansada ao chegar ao encontrar o barão. Queria dormir um pouco, mas o nervosismo e o medo de mais uma batalha não a deixavam pregar os olhos. Mesmo assim, sorriu serena ao homem, pegando a tesoura que ele indicou na mesa. Quando virou-se, viu-o cutucar o ferimento com a unha, o que a fez ficar alarmada. Andou rapidamente até ele, afastando-lhe a mão do ferimento:

- Não faça isso, está louco?? Pode piorar! Deixe-me limpar, fique quieto por um momento.

Falava com autoridade, como se já fosse uma mulher feita. Pegou um pano limpo que havia ma mesinha, passando-o delicadamente no ferimento do Barão. A resposta sobre Ezequiel a fez ficar um pouco mais pálida - mas era difícil ver, por sua pele amorenada - e a voz sumir lentamente. Após terminar o que estava fazendo, entregou a tesoura para o Barão, sentando-se ao lado dele. Encolheu as pernas, abraçando-as e recostando a cabeça nos joelhos:

- Senhor Barão...nenhuma guerra é por Allah. Ou Deus, como vocês cristãos costumam dizer. Se a ordem é acabar com pessoas, por que nós nascemos, então? Não seria mais fácil simplesmente não existir?

Pergunta intrigada, ainda sem olhar o nobre. Inocente, mas com muita coerência, era a pergunta de Laila.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySáb Jan 24, 2009 12:24 pm

Ação para Vanessa:

Ao ouvi-la chamá-los de crianças, os dois a olharam. Casimir suspirou.

- Daniell e Vlad... só posso está vivendo um pesadelo... – O duque disse para si.

Vlad sorriu para ela.

- Garoto, eu acho você inteligente e bastante sensível e realista. Darei o tempo que você precisa para armar belas armadilhas em sua cidadela. Se eu conseguir destruir os aríetes, não precisaremos nos preocupar com as muralhas. Entretanto, eu vou precisar de seus homens mais ágeis. E os cavalos mais velozes. Se tudo ocorrer bem, verá um sinal de fumaça.

Casimir tinha os ombros relaxados, os cotovelos nos braços da cadeira, queixo para baixo e as pernas abertas. Observando o jeito com que o cabelo loiro caia sobre a face delicada de Daniell, por um motivo estranho o fez pensar em sua falecida mulher. Casimir possuía uma filha deste matrimônio, de nome Elizabeth. Ela era apenas uma criança de doze anos ainda, mas ele via que ao crescer, ela teria a mesma beleza de sua mãe. Já podia vê-lo em seus cachos dourados e em seus olhos azuis diáfanos àquele mesmo olhar inteligente, mas docil.

Ele bebeu mais um copo.

- Acha que sessenta homens irão detê-los? – indagou. – Ou será que Vlad tem algum tipo de poder especial...? – ele olhou para Daniell. – Você está dando a ele o às e o rei.

- Pretendo emboscá-los no vádi. - O conde disse. - Precisarei apenas de soldados armados de arcos, alavancas e archotes. Retornaremos antes mesmo dos sarracenos atacarem aqui.

Casimir roia a unha, enquanto ouvia-o falar.

- Muito bem, vamos fazer o que precisa ser feito. – disse o duque. – Leve os sessenta homens de Daniell e eu lhe forneço mais sessenta. Mas deve tomar cuidado. Se você achar que estão sendo seguidos, não devem vir aqui.

- Eu sei, eu sei. Não se preocupe.

Casimir voltou-se a Daniell.

- Você vai ter que dá um jeito de apanhar o comandante deles. Se o tiver em poder, é meia vitória garantida. Os peões não têm força se comparado ao cavaleiro.

O conde olhou para Daniell.

- Daniell pode atrair o comandante deles para uma rua isolada de sua cidade. Lá, você pode manter alguns lanceiros escondidos.

- Quando o comandante deles o perseguir à cavalo, os lanceiros empalam o cavalo dele. – o duque completou, como se entendendo onde o conde queria chegar.

Vlad virou-se a ele.

- Exatamente, Casimir. E o que farão com a questão do traidor?

Casimir encostou-se no espaldar.

- Eu acredito que possa haver dicas sobre o traidor. Não posso entrar em detalhes no momento, mas tenho as minhas razões.

Casimir olhou para à entrada da tenda, vendo Estevão.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySáb Jan 24, 2009 12:51 pm

Podiam ver nos olhos de Daniell como ele parecia se divertir quando ambos o olharam com certa indgnação por tê-los chamado de crianças, mesmo eles sendo anos mais velhos do que ela. Segurou o riso quando o Duque Cassimir falou que deveria estar vivendo um pesadelo, mas deixando o sorriso zombeiro ficar em seus lábios bem definido e delicados, belos e chamatimos de mais para um simples homem.

- Todos vivemos em um pesadelo, pesadelo este que somente irá acabar quando matarmos esses muçulmanos.

Ele escutou então Vlad falar, olhando e escutando suas palavras com atenção, concordando com a cabeça. Cavalos poderiam ser melhor utilizados por ele, já que dentro de uma cidade como aquela, dependeriam de outras estrategias, concordando também em entregar seus homens mais ageis.

Seus olhos voltaram ao mapa enquanto os outros dois homens continuavam a conversar sobre suas estrategias, os olhos percorrendo cada uma das marcas de conquista que havia conseguido até aquele momento. O que ela faria depois de tudo aquilo...? Ela não sabia ao certo. Morreria ou voltaria para sua casa onde voltaria a sua identidade feminina e fazendo Daniell desaparecer por algum tempo.

Escutou então Cassimir voltar a falar com ela, levantando os olhos rubros lentamente a eles e escutando-os falar sobre uma estrategia para ele se utilizar e acabar com o comandante dos sarracenos, concordando com a cabeça e se levantando, já escutando sobre a suspeita sobre o soldado ruivo.

- Saberemos sobre isso tudo no momento certo. Agora acredito que cada um aqui possua seus assuntos para resolver.

Arrumou seus cabelos loiros, colocando-os atras da orelha, fitando-os novamente.

- Precisam de mais algo?


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:45 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySáb Jan 24, 2009 6:45 pm

Ação para Aloisio:

O céu estava claro, e o raio de Sol que atravessava a abertura da tenda aquecia a costa do pescoço do escudeiro. Ele fechou os olhos e fez que sim com a cabeça, os cabelos despenteados balançando, quando Hassan disse que continuaria protegê-lo de quaisquer más intenções de seus seqüestradores. Sabia o quanto Hassan deveria está cansado e dolorido, muito mais do que ele próprio estava, mas aquelas palavras de Hassan o fizeram sentir-se um pouco melhor para a sua própria surpresa.

- Eles agem como fazem porque são tempos de guerra. – o menino comentou. – Mas eles parecem ter se esquecido que a guerra exige decência, muito mais que os tempos de paz.

Ezequiel tirou suas mãos miúdas de sua mão e ficou olhando para Hassan em um profundo silêncio, enquanto ouvia com atenção sua confidencia. Sua expressão não escondia a curiosidade que sentia. Inclinou-se para frente, abraçando os joelhos. Uma expressão pensativa surgiu no rosto cândido de Ezequiel. Claro, ele pensou. Era bem provável que Daniell aceitasse a troca, não por insensibilidade ou ódio pelos sarracenos, mas por saber agora que ele era o legitimo herdeiro do trono, filho da irmã do rei e não o filho de um barão. O príncipe engoliu em seco, sentindo a garganta doer.

- Sim. O nome dela é Laila. Parece que, durante a madrugada, o Duque Casimir a encontrou do outro lado do vádi. Ela foi achada junto com o Conde Tepes, ambos desacordados e bastante feridos. O comandante Daniell os refugiou em sua cidade e está os mantendo lá. Ela está sendo cuidada agora pelo Barão de Ibelin. Parecia assustada, mas feliz.

Ezequiel franziu as sobrancelhas enquanto se esforçava para concatenar as idéias, enquanto ouvia as palavras de Hassan. Fitou-o com uma expressão horrorizada e, depois, com um lampejo de reconhecimento quando ele disse sobre a odalisca ser estuprada e morta, se acaso ela fosse devolvida para as mãos do soberano. Era jovem, mas não desatento das crueldades impostas pelos inimigos e aliados durante a guerra. Se Laila fosse devolvida para as mãos do sultão, certamente sofreria as mais diversas humilhações antes de sua morte.

Quando Hassan explicou seus planos de seqüestrar a jovem Laila, Hassan podia ver que o menino estava impressionado, os olhos brilhando surpresos. À medida que Hassan continuou, o rosto dele estava agora mais suave do que meia hora antes e ele ponderava as palavras de seu protetor. Não sabia ainda o que Hassan faria para levar a menina; só tinha a certeza de que faria isso, ou morreria tentando. Era esta a sua natureza. Mesmo que o levasse a morte. Ezequiel falava macio, mas o seu tom era confiante.

- É uma missão perigosa, senhor. É quase o desejo sincero de fazer-se um mártir. Mas entendo sua atitude. O senhor é um homem surpreendente, cavaleiro. – a voz de Ezequiel se suavizou. – Você parece um homem santo, que procura agir pelo que acha correto. Pelo que acha que é o bem. Poucos homens em sua posição se importariam com uma muçulmana, mesmo sendo esta uma criança.

Ezequiel esboçou um sorriso e enxugou o suor dos lábios nas costas da mão. O menino abanou a cabeça, obstinado.

- Sim, eu gostaria de ajudá-lo, senhor Jean. Conte comigo. Cumprirei a minha parte, para que cumpra com a sua. Mas preciso saber para onde você irá levá-la. O barão exigirá saber e eu tenho certeza que o conde e o comandante também. E prometa-me que não se arriscará tanto, que só fará se perceber que realmente há alguma chance para você e a jovem.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptySáb Jan 24, 2009 7:40 pm

Ação para Marys:

Ouvindo a reprimenda de Laila, o barão assentiu, com uma careta, deixando que ela cuidasse de seus ferimentos. Ele riu, mas nada disse.

O Barão pôs o pano na mesa e sentou-se ao lado dela, saboreando o jeito como Laila falava a respeito daquela guerra, de uma forma tão madura, que o impressionou. Era quase como ouvir Ezequiel discursar, mas o menino era instruído em filosofia, militarismo, e línguas estrangeiras antes mesmo de sair das fraldas. Laila não. Era uma mulher muçulmana apenas instruída para vir, por ventura, a se tornar a esposa de um Sultão.

Mas ao ouvir sua opinião sobre aquela fática guerra entre mouros e cristãos, ele não pode deixar de sorrir. Era tão tranqüilizador ouvi-la dizer aquilo assim, num tom espontâneo, natural.

- Quem somos nós para entender os desígnios de Deus? Ele criou a vida, mas também criou a morte. Os dois tem seu significado. Talvez, somos seus anjos da morte.

Ele apertou o canto interno dos olhos com o polegar e o indicador. Neste instante, Laila podia perceber que o Barão utilizava o mesmo anel que o Conde mantinha em seu dedo.

- Mas não sou tolo em pensar que essas cruzadas são apenas feitas em Nome de Deus. Poder e terra são o que a maioria verdadeiramente cobiça, de ambos os lados.

Ele a fitou com olhos bondosos.

- Eu luto porque acredito que os cristãos deveriam afiançar o sepulcro santo, a relíquia mais cobiçada de todo o mundo cristão, mas que se encontra em posse de muçulmanos que não acreditam em seu verdadeiro significado. E também para impedir a invasão do Islã em terras romenas.

Então um sorriso.

- Conversou com Vlad?
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyDom Jan 25, 2009 6:51 am

Ação para Vanessa:

Quando Daniell indagou se precisavam de mais algo, por um momento, os dois homens ficaram a se olhar.

- Não... – Casimir afundou na cadeira e gesticulou para Daniell. - Pode levantar o rabo desta cadeira.

O conde riu ligeiramente, olhando para o jovem comandante.

- Então viveremos num pesadelo eterno. – respondeu Vladislaus. – Mate vinte mil muçulmanos, e aparecerão o dobro. Mas eu tenho outro ponto de vista...

Vladislaus trocou o peso do corpo.

- No shantraj são necessários dois jogadores, ou não é possível jogar. E, da mesma forma, são necessários dois lados para haver uma guerra. Se jogamos num tabuleiro de peças infinitas, então essa guerra só terminará quando o Papa assim quiser...

-... ou os muçulmanos criarem uma trégua que nos favoreça. – o duque completou.

Vladislaus mostrou um sorriso debochado e olhou para as mãos, que repousavam sobre a quina da mesa manchada de bebida. Casimir assistiu os dedos longos e delicados de Vladislaus furtarem mais um pão do cesto.

- Vlad, por Deus! Esse pão era para meu desjejum de amanhã. Você não está na tenda de Daniell? Então pegue a comida dele.

Casimir deu um suspiro exagerado e recostou-se no espaldar.

- Seu pai ficará horrorizado quando descobrir que seu filho se tornou um ladrão de pão.

Aquelas palavras pareciam surtir um efeito inesperado no Conde.

- Meu pai? Meu pai está vivo?

- Vivo é um ponto de vista. Na verdade, vista ele já não tem.

- Você quer dizer que meu pai está cego?

- Queimaram os olhos dele com ferro quente.

Os olhos do Conde mostraram choque, antes de amenizar para tristeza.

- Quem fez isso?

- Ninguém sabe. Seu pai não conta a ninguém, se é que ele sabe.

- Meu irmão Mircea está cuidando dele?

Casimir olhou atentamente para Vladislaus.

- Seu irmão está cuidando da própria vida. Ele está empreendido em proteger a Romênia. Dizem que futuramente ele irá se casar com a filha do Conde Albert Zaphir.

Os olhos do Conde passearam ao redor da tenda. Ele parecia desnorteado.

- Meu pai está sozinho?

- Seu pai se casou logo que você passou férias no palácio de Mehmet.

- O que? Isso é um absurdo. Com quem ele se casou?

- O nome dela é Catherine Deneuve. É viúva. Mulher muito bonita, diga-se de passagem.

- Sete anos que ele está casado...

- Eles tiveram um filho.

Casimir assistiu o Conde bater com tanta força a taça sobre a mesa que chegou a partir.

- Vlad! Essa taça era boa... – disse, com condolência.

Casimir fez sinal para que Estevão se aproximasse.

- O que aconteceu? – Casimir indagou.

Os olhos de Estevão percorreram aos três homens presentes.

- Os vigilantes informaram que um exército de pouco mais de trinta sarracenos se aproxima. Eles trazem uma mensagem.
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Hassan Kabuk Saladino

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyDom Jan 25, 2009 8:07 am

Hassan ouvia a todas as palavras do príncipe atentamente. Como era instruído e educado o jovem rapaz! Se Hassan não fosse quem fosse, certamente se orgulharia em ser um cavaleiro e defendê-lo. Ao ouvir o questionamento, Hassan não conseguiu conter um sorriso, falando baixo enquanto se aproximava de Ezequiel.

- Certamente, senhor. Fico feliz que concorde com minha legítima disposição para ajudar uma pobre menina. Eu pretendo levá-la a noroeste, até a fronteira com a Romênia. Pelo pouco que conheço da região, há um complexo de cavernas ali, e pretendo abrigá-la temporariamente. Dali, a levarei para a Romênia. Pretendo vestí-la como européia e disfarçá-la para podermos nos abrigar desta terrível guerra. Assim que eu conseguir um abrigo decente para Laila, eu juro, meu senhor, que voltarei para defender a palavra de Deus com a minha espada.

Mentia. Mas mentia de forma tão convincente que ele mesmo se surpreenderia. A intenção de Hassan era levar Laila a Meca. Se houvesse algo contra o sultão, a própria Laila deveria testemunhar aos sufis, e os religiosos julgariam o mérito da questão. Ele tinha certeza de que existiam homens virtuosos o bastante para fazer um bom julgamento do caso, e com sorte a odalisca poderia tentar recomeçar sua vida longe de Mehmet. Hassan queria garantir isso. Sentia que fazia parte de sua missão de vida. Ele sabia, também, que não poderia mais voltar às terras de Mehmet. Como ele servia ao Islã e não ao sultão propriamente, encontrar outro patrono não seria problema. Ao ver a abertura da tenda, Hassan levantou-se e olhou para o céu, como fizera o príncipe. Porém, mesmo fingindo que estava admirando o céu azul, o que não deixava de ser verdade, seu objetivo era outro: avistar Yago.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyDom Jan 25, 2009 11:13 am

Ele se levantou, observando as conversas sobre jogos. Pretendia sair quando começaram a falar sobre a familia Tepes, ficando a escutar sem se mostrar muito interessada. A verdade que ela já sabia da maioria das coisas que ele contava sobre o Conde Dracul.

Porem uma parte a pegou de surpresa. Quando falaram que ela seria a suposta esposa do irmão mais novo de Vladislaus, Mircea. Aquilo nem ela mesma sabia. Sabia somente que seu pai planejava algo com a familia dos Tepes, mas não imaginava que já havia boatos sobre seu casamento.

Se era algo assim, seria melhor ela continuar a ser Daniell. Não pretendia se casar com ninguem, e seu pai não a obrigaria a fazer nada.

Apesar daqueles pensamentos o semblante da jovem continuava sereno, continuando a escutar a conversa até que Estevão adentrou a tenda, seus olhos vermelhos parecendo reluzir quando ele falou que pareciam ter uma mensagem.

Foi caminhando em direção a saida.

- Prepare meus homens. Irei até eles ver qual é essa suposta mensagem.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:47 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyDom Jan 25, 2009 5:55 pm

(Off: Moço. Sinta-se livre para controlar Yago. =) )

Ação para Aloisio:

O menino fez que sim com a cabeça, aceitando suas palavras. Ezequiel realmente acreditava que Hassan lhe dizia a verdade, uma vez que, não desconfiava de que o homem com sotaque francês não fosse, na verdade, um cavaleiro francês. Mas, sim, um informante dos temidos mouros. Embora fosse uma criança inteligente e educada, ainda retinha inocência juvenil. Hassan podia ver que o medo ainda consumia o jovem, mas ele se recusava a confessá-lo.

- Você é um cristão.... – disse. - ... a quem o Senhor dá permissão para brandir uma espada. Se está em seu coração proteger a menina, não há reis que impeçam. Deus é infinita misericórdia, ele não permitiria que nada acontecesse a ela. Talvez, seja por isso que ele te enviou comigo, como um anjo e lhe sussurra essa missão.

Ezequiel viu Hassan afastar-se, olhando para cima, a contemplar o céu. O menino estava ali parado no chão, em belos trajes azul marinho, com o vento açoitando os cabelos loiros. Massageava os pulsos que lhe doíam terrivelmente por terem sido fortemente amarrados.

- Está tarde. – o menino disse com uma voz suave. – Já deve ter passado do meio-dia. A batalha deve ter acabado, ou apenas se iniciado...

Levantou a gola da capa e aproximou-se lentamente de Hassan, parando ao seu lado. Aos lados da entrada da tenda, eram vigiados por dois soldados sarracenos. Ezequiel fechou os olhos, abaixou a cabeça, e abriu os olhos devagar para se acostumar com a luz do Sol.

- Pelos movimentos do exército, parece que estão se preparando para uma próxima batalha. Se estiverem com pretensões de invadir a nossa fortaleza, certamente nos levarão com eles.

Ele olhou para Hassan.

- Eu tive a impressão que o sultão sabia de muito. Que ele só tinha a intenção de confirmar as informações. Acha que o informante deles veio conosco?
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyDom Jan 25, 2009 7:21 pm

(Off: Olá, filha. Mircea é o filho mais velho. Vladislaus é o do meio, enquanto o caçula é o Radu ^^)

Ação para Vanessa:

Daniella conhecia Mircea. Era um comandante, assim como ela era, e protetor da Romênia. Possuía um semblante sério, cabelos escuros e curtos, olhos azuis acinzentados, fisicamente mais parecido com o pai do que Vladislaus era. Durante o jantar no solar do Conde Dracul, ela lembrava de muitas vezes, ter apanhado o jovem a observando. Mas ele não havia se atrevido mais do que isso.

Vladislaus estava em estado de estupor. Havia há muito tempo que não entrava em contato com sua família, não desde o enterro de sua mãe. Um enterro que ainda assombrava suas memórias sombrias durante a noite. Piscou para conter as lágrimas, surpreso que elas ainda residiam seus olhos. De repente, ele se sentiu como um mergulhador retornando das profundezas, ao ouvir as palavras de Estevão e as ordens que Daniell e Casimir transmitiam ao jovem cavaleiro.

- Prepare meu cavalo e chame meus homens. Eu me unirei com Daniell. – o duque disse, após as palavras de Daniell.

Os homens atiraram-se para fora da tenda, caminhando com pressa para próximos dos portões, onde teriam melhor visão sobre o exército que se aproximava. Vladislaus semi-cerrou os olhos, relanceando o olhar para os portões da cidade. Através das grades, ele via o pequeno exército de sarracenos, que levantavam uma nuvem de areia por onde os cascos de seus cavalos pisavam. Seus olhos mostraram nítida surpresa ao reconhecer o homem que vinha à frente do exército.

- Ari.

- Quem? - Casimir indagou.

- Ari. - o conde repetiu com veemência. - Ele é o chefe da guarda pessoal do Sultão Mehmet. Não é comum o Sultão enviar seu homem mais confiável para esse tipo de trabalho. Deve ser algo de suma importância.

Estevão aproximou-se deles, com três escudeiros, cada um trazendo um cavalo. O duque montou em seu cavalo, mas Vladislaus recusou com um gesto de mão. Daniell sabia que ele não iria acompanhá-los, com receio dele e Laila serem descobertos.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 EmptyDom Jan 25, 2009 8:59 pm

(off: ah ta o.o')

Daniella sempre se portou como uma garota refinada e comum na frente de outros homens, quando estava vestida femininamente, é claro, e sempre recebeu olhares de outros homens, mas ela nunca deu importancia para o que esses homens pensavam sobre si. Mas pelo que parecia ele realmente teve um interesse maior nela, ou aqueles boatos não teriam começado em primeiro lugar. Suspirou.

Caminhou para fora da Tenda, esperando seu cavalo e seus soldados, escutando Vlad falar sobre o homem que estava a frente dos soldados, parecendo ficar mais interessada. Subiu em seu cavalo, esperando seus soldados se reunirem e então ordenou:

- Abram os portões!

Saiu correndo com seus homens atras, indo na direção dos sarracenos.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:48 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.   Primeira Tarde - O Jogo dos Reis. - Página 2 Empty

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