Primeira Tarde - O Jogo dos Reis.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ação para Vanessa:

Casimir levantou os olhos e suspirou. Ao olha-la, os lábios dele franziram e Daniella não sabia se era um movimento labial de anuência, de zombaria, de interesse ou de cansaço. Estendeu as mãos para os lados, num gesto absolutamente sincero.

- E o que queria que eu dissesse? – perguntou com um tom de voz tão calmo que quase beirava a indiferença. - Disse o que você me pediu para que eu contasse. Sobre a mensagem, o cavaleiro francês e que a cabeça dele numa bandeja de prata valia três meses de trégua.

Limitou-se a deixar que as sobrancelhas arqueassem.

- Ele ficou decepcionado, claro. Pensou que valeria um pouco mais.

Casimir já não sorriu; ela via que ele estava muito preocupado, muito sério, eletrizado pelo nervosismo. Tinha as faces rubras, como sempre ficava quando profundamente furioso e amuado. Parecia ter a paciência à flor da pele. Enquanto falava, ele a observava atentamente.

- Depois ele quis saber sobre a menina. Quando se tem uma faca em seu pescoço, você não pensa duas vezes em dá qualquer informação adicional.

O duque tirou um lenço bordado e branco da manga, parecendo um prestidigitador que faz aparecer a bandeira do seu país e deslizou o tecido macio em seus finos lábios. Respirou fundo, e indicou com a cabeça o suposto lugar onde o Conde estava, balançando o cabelo afável e farto que roçava o pescoço.

- Deve está no estábulo.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Arqueou a sobrancelha quando o outro lhe falou sobre o Conde, balançando a cabeça negativamente. Depois de escutar tudo ela suspirou, olhando na direção do estabulo.

- Ele é mesmo um tolo. O que ele acha que poderá fazer agora?! Se eu não mantiver a sanidade desse povo vocês todos se matariam, não é?

Rosnou. Ninguem estava melhorando o seu dia em nada e aquele Conde agora lhe trazia problemas também. Ela pensou que ele iria vir brigar com ela, não pegar um cavalo e se por a sair correndo daquele lugar. Rosnou novamente, fazendo seu cavalo correr rapidamente na direção dos estábulos, seus cabelos dourados balançando ao vento.

Assim que chegou ao estábulo procurou o homem com seus olhos rubros e sua expressão de raiva bem visivel, tendo subistituido sua expressão anterior, de tristesa, por completo.

Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008

O clima era tenso, mas mesmo assim Laila acabou surpresa com as palavras de Daniell e, principalmente, com as do Barão.

A jovem ergueu o rosto timidamente, e seus olhos verdes e incrivelmente claros ainda brilhavam pelas lágrimas que ela não derramou. O próprio Conde Vladislaus nunca viu Laila verter lágrimas, por maior que fosse a dor ou o desespero. Imagine então o Barão e o Comandante...

Aparentavam ser boas pessoas, mas seu medo era que, o que quer que eles estivessem planejando, não desse certo. E ela voltasse para as mãos nojentas de Mehmet...sim, temia isso mais do que a morte.

o entanto, sua cabeça confusa também viajava na lembrança de Ezequiel. O conheceu apenas por horas, e afeiçoou-se ao garoto de forma intensa. Quase como se tivessem crescido juntos!

- Mas...senhor Barão... - ela disse num murmúrio, olhando-o fixamente depois abaixava a cabeça, envergonhada. Sse suja pelo menino estar correndo perigo por causa dela. Sim, porque ela sentia-se muito culpada - Ezequiel corre perigo...não é justo...eu vim desse mundo insano, mas ele não! Sofreria muito mais que eu.

Torceu um pouco da bainha de sua manta, suspirando. Tirando aquele tecido que cobria seu corpo, com um capuz para protegê-la do sol intenso, as vestes de Laila eram quase todas diferentes das que ela chegou cidade. Uma blusa que ficou enorme, mas que ela deu um jeito, com pequenos rasgos e nós; uma calça, que ela amarrou com uma tira rasgada da camisa. E a manta, que escondia isso. Naquele momento, com aquelas vestes, não parecia mais a quase-mulher extremamenteutora Harém, que o Conde conheceu. Era só a Laila. Só uma criança.

Ao ouvir as novas palavras de Daniell, ela apenas confirmou com a cabeça, seu corpo tremendo ligeiramente e um caroço engraçado apertando sua garganta. Não deixaria Ezequiel sofrer, por ele e pelo Barão Heitor. Lembraria-se sempre do nome de quem tanto a estimou, sem ligar para seu corpo. Heitor.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ação para Vanessa:

O sol se punha e o estábulo já estava escuro. Quando Daniella chegou ao estábulo, Vladislaus não se virou para olhá-la, mas continuou a preparar o cavalo, colocando-lhe a sela. O cavalo batia seus cascos nervosamente contra a terra do estábulo, como se estranhando a presença do Conde.

Ele olhava para o animal de maneira suave, contemplativa, acariciando a crina. Então inclinou o corpo para frente e sussurrou alguma coisa na orelha do animal, que magicamente pareceu acalmar-se. Somente uma parte do rosto do Conde era iluminado pelo Sol, deixando a outra face mergulhada pelo lado sombrio.

Respirou fundo e se virou, estudando-a com a testa franzida. Percebia que Daniella estava irritada, o que lhe trouxe um certo divertimento. Mesmo Daniella demonstrando uma expressão de raiva, Vladislaus não se deixou intimidar minimamente.

O Conde fez uma rápida reverência, lançou-lhe um sorriso imóvel e vazio e levantou as sobrancelhas, como se dissesse para ela falar.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Daniella olhou para o Conde quando o viu acariciar seu cavalo enquanto tentava acalmá-lo. Viu que ele parecia sorrir com sua irritação balançou a cabeça negativamente. Descendo de seu cavalo, ficando a frente da saida do estábuilo.

Com tudo aquilo que ela estava passando, Daniella estava com tanta coisa para cuidar e ninguem parecia perceber que só estavm aumentando a pressão sobre a garota, ou simplesmente não ligavam. Seus cabelos loiros escorriam por seus ombros e costas, sua roupa um pouco suja pela areia daquele lugar.

- O que você pensa planejar?

Disse séria, cruzando os braços. Não estava a fim de brincar agora que estavam tão proximos da proxima batalha.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ação para Marys:

Observou Daniell sair da tenda. O barão sentiu impelido de ir atrás, mas não fez. Embora o chamassem, não achou sábio interferir entre o Comandante e o Conde. Aquele dia estava sendo bastante agitado desde que Daniell apareceu com o Conde e a jovem Laila, de rosto muito bonito e escuro, com grandes e belos olhos verdes. Ela tinha escapado de um Inferno e queriam que ela voltasse. Sentiu a irritação aumentando, mas controlou-se.

- Bárbaros. – resmungou.

Ele virou a cabeça para a jovem e olhou para ela, ouvindo suas palavras. Enrijeceu o corpo. A idéia de que Ezequiel poderia está sofrendo lhe trouxe uma dor ainda maior do que imaginava sentir. Por instante, teve medo que ela tivesse razão. O Barão, dito como Heitor, balançou a cabeça.

- Eu sei. – disse ele, tristemente. - Você é uma moça boa, Laila. Entretanto, é só uma menina delicada, embora muito corajosa e esperta. Ezequiel é um menino com um espírito de um homem e alma de um anjo. Ele já salvou a minha vida muitas vezes, sei que ele saberá se cuidar. Preciso acreditar.

Ele olhou para o teto, buscando fôlego.

- Daniell saberá ministrar isso. Tenho certeza que seja o que o comandante planejar fazer, ele não fará nenhum mal a você.

No intimo, o Barão tentava se convencer disso. Embora Daniell fosse um excelente comandante, sabia que a situação era delicada. O menino não era um simples escudeiro. Era alguém da família real. Aquilo complicava ainda mais a situação tanto para Daniell, quanto para o destino incerto da bonita garota Laila. A menina também não era qualquer criança fugitiva do palácio. O Conde tinha trazido uma favorecida.

Tentou respirar fundo, mas o cheiro de morte infestava o ar.

- Se você saber rezar, minha querida, reze. Mesmo se for para Allah. Peça-lhe para que Ele proteja você e, se possível, para que proteja Ezequiel.

Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008

Após as primeiras palavras do Barão, o silêncio perdurou por alguns minutos. Laila não suportava a idéia de Ezequiel estar sofrendo por causa dela, e abraçava o próprio corpo, tentando reconfortar-se. Inútil. Olhou uma vez mais para bondoso homem, que a tratou como uma filha, mesmo sem conhecê-la direito. E ele viu, cristalino como água de uma cachoeira, o que Laila estava pensando: entregar-se. Afinal, se todoa acreditavam que ela havia sido raptada, então o Sultão também acreditava pismente nisso.

Ao menos ela rezava para que ele acreditasse.

O tímido sorriso, porém ainda agoniado e triste, apareceu em Laila. Ela chegou um pouco mais perto do Barão e, para a surpresa dele, o abraçou carinhosamente. Quase como se pedisse socorro. Mas, para ela, era uma despedida:

- Obrigada, senhor Heitor. Sempre vou me lembrar do senhor e de Ezequiel. Allah trará fortunas para os dois.

E levantou-se da cama, indo ao chão, ficando de joelhos e recostando a testa no solo. Como ele pediu, começcava a orar para Allah.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ação para Vanessa:

O Conde montou no cavalo com a agilidade de um homem jovem que era.

- Você virá comigo. Pensava em ver Heitor, mas você pode ser uma peça ainda mais fundamental. Eu lhe explicarei tudo pelo caminho. A cidade poderá ficar muito bem nas mãos do Duque por instantes. Enquanto esta cidade for à única forma de proteção à vida dele, Casimir cuidará como seu bem mais precioso.

Atravessou a distância que os separava, parando o cavalo ao lado dela. Olhou-a com certa simpatia.

- Então, garoto? – perguntou numa voz baixa e suave. - Posso contar com você?

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

(Off: Marys, você já pode postar no tópico Segunda Noite ^^)

Ação para Marys:

Viu com certo assombro o que se passava na mente da jovem. Quando ela o abraçou, sentiu que suas suspeitas estavam corretas. Uma onda de ansiedade correu por dentro do homem. Ele a abraçou, com a força de um urso, mas com a delicadeza de um beija-flor.

- Laila. Seja o que acontecer, não pense em se entregar. O que está acontecendo não tem nada haver com você. Ezequiel não iria querer que isso acontecesse. Nem eu, embora meu maior desejo neste instante fosse tê-lo em meus braços novamente. Ter aquele menino aqui de volta. Mas não através de sacrifícios, nem vindo de você. Prometa-me, Laila, que não vai tentar nada. Manter-se-á aqui, em segurança, até essa batalha acabar.

Ele beijou-lhe a testa e a observou por um instante começar a orar para um Deus, a quem eles combatiam tão fervorosamente contra seus fieis. Suavemente, ele se retirou da tenda, permitindo que ela continuasse a cultuá-lo em paz.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela o olhou por um tempo, analizando sua expressão como se quisesse saber o que ele estava planejando. Não Parecia confiante que ele iria fazer algo que fosse fucionar.

- O que você prentende fazer?... A batalha será em pouco tempo.

Escutou-o falar sobre o Duque, respirando fundo. Não entendia o que se passava na cabeça daquele homem, muito menos se sentia convidada a acreditar que ele possuia boas intenções ou que estava querendo o bem de um jovem que ele mau percebia a importancia.

- Dependendo do que pretende fazer, pode. Mas será que posso confiar em seu jugamento nesse momento?

Perguntou, séria. Uma de suas mãos estava a segurar as redias de seu cavalo branco e a outra a repousar sobre o cabo de sua espada.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ação para Vanessa:

No instante que ela terminou, havia um pequeno sorriso indulgente contraído nos lábios de Vladislaus. Ele parecia já esperar por aquilo.

- E eu posso confiar em seu julgamento? Eu soube do menino. Soube do menino que você mandou direto para a emboscada. Seu sentimento de culpa me preocupa, Daniell. Um homem com sentimento de culpa pode absolutamente tudo.

A voz do Conde era gentil, mas tinha um tom de censura.

- Eu coloquei uma menina muçulmana em apuros, e assim você fez com um garoto cristão.

Ele se debruçou na direção dela, sentado na sela.

- Quando você e eu nos tornamos carrascos de anjos inocentes, Daniell?

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela escutou as palavras de Vladislaus e sentiu com se tivesse comido algo que não tivesse lhe caido bem. Rosnou baixo quando ele perguntou, suspirando e subindo em seu cavalo e o olhando séria.

- E o que você pretende fazer?

Ela o olhava ainda com a raiva transparecendo sua face delicada, os olhos vermelhos fitando os olhos azuis do homem a sua frente. Ela esperava não ser o que ela certamente imaginava que ele queria.

Admin Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008

Ação para Vanessa:

O Conde olhou para a jovem de pele macia e o rosto rosado e abriu um suave sorriso.

- Eu acho que você já sabe o que pretendo fazer. Mas não posso fazer isso sozinho. Preciso de um acompanhante rápido e esperto como uma raposa.

O cavalo dele trotou mais a frente, quase saindo do estábulo, enquanto a olhava nos olhos.

- Vamos, eu explico pelo caminho. Seus homens que você tão bem me dispôs estão nos aguardando.

Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 34

Ela olhou o Conde por um tempo, depois balançando a cabeça negativamente. Suspirou, arrumando seu cavalo e o deixando na posição para partirem.

- Então vamos.

Esperou que ele liderasse o caminho para o acampamento inimigo.

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