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 Primeira Noite - Preludio para o Combate

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Conde Vladislaus Tepes
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Conde Vladislaus Tepes


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MensagemAssunto: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyTer Dez 09, 2008 11:51 am

O Sol havia descido no horizonte e o calor sufocante cedia para dá lugar a fria noite. Muitos dos homens bebiam para esquecer-se que amanhã podia ser o último dia de suas miseráveis vidas. Vladislaus escutava-os fora de sua barraca, a cantarem e rirem contentes, abraçados as suas prostitutas, como uma sinfonia infernal. E ainda o Papa dizia ser esta uma empreitada santa. Um sorriso pérfido esboçou em seus lábios a este pensamento. Fora da barraca dois cavaleiros faziam à guarda noturna, os poucos que não estavam ébrios.

Vladislaus bebeu alguns goles de seu cálice de vinho, tentando aquecer seu corpo da noite fria, enquanto estudava um grande mapa apoiado por dois paus enterrados no chão de areia. O mapa mostrava a Terra Santa, marcando as áreas que os muçulmanos mantinham assédio, como também a posição dos exércitos de cruzados. Era sempre bom manter um olho não somente em seus inimigos declarados, como também em seus aliados. Principalmente nestes últimos.

O liquido rubro mais uma vez é levado em seus lábios, a bebida queimando fundo em sua garganta. Ele cruzou o braço, mantendo o cálice em uma das mãos, seus olhos analisando calculistas pontos estratégicos do mapa. Precisava traçar um plano e tinha menos de 12 horas para fazê-lo.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQui Dez 11, 2008 10:24 am

- Laila! Allah, ela não tem jeito!

Uma velha criada chamava mais uma vez. Laila era a mais nova do harém so Sultão, e uma das mais bonitas; seus olhos verdes se destacavam, despertando desejo de guardas que mantinham-se calados para não perderem a vida e a dignidade.

Laila chegou cerca de vinte minutos depois, arrumando os cabelos castanho-amendoados e passando uma forte maquiagem preta ao redor dos olhos, para dar mais destaque à cor clara deles. Roupas claras e brilhantes, contrastando com o corpo bronzeado e ainda em formação, apesar das sensuais formas que já possuía. Em sua cintura, do lado esquerdo, havia uma pequena marca, certamente feita assim que foi integrada ao Harém. Tinha a forma de uma flor transpassada por uma espada árabe:

- Ama, aqui estou. Por que me chamou tantas vezes?

Sua voz era suave e forte ao mesmo tempo. Baixa, devido a educação que recebeu do pai, camponês; deveria sempre ter respeito ao futuro esposo, a quem não gostava em absoluto. Mas...assim era a vida das mulheres do Sultão: obediência, sensualidade e servidão. A Ama logo a pegou por um dos braços, andando com ela:

- Sultão quer que dance para os homens antes da batalha derradeira. Hanna já está lá, falta você. Vá menina, ande logo!

E assim a garota foi, suspirando. Um dia...um dia sairia daquele mundo, onde era um passarinho na gaiola de ouro. Um dia seria do homem que quisesse, e não do Sultão.
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Conde Vladislaus Tepes
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQui Dez 11, 2008 12:24 pm

Ele já sentia uma leve vertigem causada pelo vinho, quando três homens o escoltaram para fora da barraca. Vladislaus fez como o Sultão tinha ordenado. Vestiu seu melhor traje, um uniforme negro militar, que as criadas tinham limpado e perfumado para a ocasião.

Adentrando no salão, homens, mulheres e eunucos se silenciaram para observarem o proeminente prisioneiro ser escoltado pelos três soldados até onde o Sultão estava sentado em almofadas de seda. Embora prisioneiro, Vladislaus não se portava como um. Ao contrário, a olhos de muitos, parecia fazer parte da realeza.

Um dos soldados deu uma coronhada na nuca de Vladislaus, que o levou bruscamente de joelhos ao chão, enquanto gemendo.

O Sultão olhou para Vladislaus, dissimulado.

- Algum problema, meu amigo? – perguntou, enquanto levando sua mão repleta de anéis para desprender uma uva do cacho.

Vladislaus calculava o que ia seguir-se, mas reconhecia que qualquer objeção da sua parte só poderia ser prejudicial. Ele apenas limpou o filete de sangue do canto de seus lábios com as costas nuas da mão. Com o sutil movimento, o anel com o emblema de um Dragão luziu em reflexo a luz do salão.

- Não, Vossa Honra.

O Sultão sorriu.

- Então, desfrute do banquete.

Vladislaus continuou com os joelhos dobrados em submissão durante uns momentos, com uma expressão de desafio no rosto. Depois, muito devagar, sentou-se sobre as almofadas, fazendo uma careta visível de dor ao sentir as picadas nas cicatrizes ainda cruas de chicote farpado em suas costas.

Mal havia se sentado e já o serviam mais um cálice de vinho. O homem estava tentando o embebedar e Vladislaus estava muito ciente disso. Mas não ligou a mínima. Depois de dias sem comer ou beber nada, o vinho era um néctar para seu corpo e sua mente.

Ele ergueu a taça ao Sultão, seus olhos azuis fitando-o ávidos.

- Longa vida, Alteza. – e esboçou um sorriso perigoso.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQui Dez 11, 2008 12:48 pm

Havia um grande portal que estava coberto por cortinas de seda. Douradas, elas cintilavam pelas velas e pelas jóias exibidas com orgulho pelo Sultão. O homem sorriu de canto e, batendo plamas três vezes, ordenou e as mais jovens de seu harém aparecessem.

As cortinas esvoaçantes abriram-se. Primeiro saiu uma menina de cabelos medianos e muito negros, Hanna. Seus olhos eram tão negros quanto pedras de ônix. Ela chegou-se perto de Vladislaus, e do nariz para baixo seu rosto estava coberto por um fino véu que não escondia seu sorriso de quem tinha 15 anos.

E então, uma das jóias do Sultão. Laila. A mais jovem do Harém, mais nova até que Hanna. Olhos tão verdes que encantavam os homens e faziam inveja às mulheres. Rosto delicado e decidido, e uma sensualidade latente. Dançando, parecia não ter ossos no corpo. Movimentos tão suaves quanto as nuvens do céu. Ela chegou perto, resvalando um lenço perfumado no rosto de Vladislaus e afagando o rosto do Sultão, mesmo que com nojo. Suas roupas eram de um verde-água quuase combinativo com os olhos. Os cabelos, uma mistura de castanho com loiro-escuro, mas totalmente naturais. O Sultão se gabava dela, dizendo que era uma das mais bonitas e uma das poucas que ainda era virgem com seu corpo delgado.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQui Dez 11, 2008 3:31 pm

Mais ao canto estava a observer um dos soldados que estavam somente esperando o momento para começarem suas cruzadas. Entre eles estava um jovem de longos cabelos loiros, lisos como fios de seda dourado, que lhe caiam livremente por seu corpo esguio.

Estava vestido em uma roupa militar negra e dourada, com vários detalhes que mostravam suas condecorações e seu alto posto. Usava uma bota negra e luvas vermelhas , suas mãos apoiadas no cabo de sua espada embanhada que vivia de detalhes, muito bela e cravada com joias. Eram um homem dito perfeito, apesar do corpo aparente fraco, mas com grande agilidade. Seu corpo havia sido zombado no passado por parecer-se com o de uma mulher, mas isso não tirava sua beleza. Fosse homem, fosse mulher, Daniell era um ser inigualavelmente belo.

Seus olhos de cor rubra fitavam as garotas dançantes sem o menor interesse. Estava lá somente seguindo ordens, caso contrário já teria se retirado. Passavam até tédio.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:33 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQui Dez 11, 2008 6:11 pm

Com o sinal do sultão para iniciar o espetáculo, era como se tivesse caído um manto de silêncio sobre o mundo. Então o silêncio deu lugar a uma melodia primitiva, que chamou a atenção de Vladislaus para quadris que deslizavam de um lado para o outro, umbigos com pequenas jóias que brilhavam na luz de vela.

Há quanto tempo não escutava música primitiva? Desde àquela fática noite que tinha visto ciganos dançarem debaixo do luar. Mas aquela dança era algo completamente diferente dos ciganos. Era quase vulgar.

Vladislaus foi surpreendido por um lenço que tinha sido lançado de forma lasciva em seu rosto, inalando o doce perfume feminino que há muito não sentia. Graças aquele sutil movimento, ela pode ver que as mãos dele estavam discretamente algemadas por debaixo das mangas de seu uniforme. O condenado tinha alguma liberdade de movimento, mas não muita para que pudesse dá a chance de lutar pela vida.

Somente agora os olhos dele vaguearam do baixo ventre dela para a sua face, olhos que escondiam uma força e um charme cigano. Então esses mesmos olhos cintilaram e ele sorriu discretamente como se estivesse apreciando em observá-la, considerando-a bonita e interessante. Ele teve o cuidado para relaxar seu corpo sobre as almofadas, o corpo apenas sustentado pelos cotovelos.

- E então, o que achou dela? Belíssima, não? – o rosto do sultão era suave, banhado pelas luzes que passavam.

Vladislaus ponderou, balançando o vinho no fundo do cálice.

- É fascinante, Alteza. – disse tão friamente quanto pode administrar, mas sentindo o fogo crescer em seu baixo ventre.

- É a minha jóia. Chama-se Laila. - e sorrindo malicioso, completou. - É virgem.

A garganta do conde inquiriu seca, seja pelo tom malicioso, seja pelo desejo que fisgava sua virilha. O sultão prosseguiu:

- Pura como uma flor de lótus. – dizia, enrolando o bigode com o dedo indicador. - Vejam que olhos, Vlad. Eles têm o poder de render um homem por mais poderoso que este for. Seja um seguidor de Deus, seja um seguidor de Allah. Imagine aquele corpo frágil embaixo do seu, Vlad. Pode imaginar algo mais aprazível do que isso?

O conde ingeriu as últimas gotas de vinho, enquanto observava a beldade dançar.

- Shingar. – Vladislaus disse num forte sotaque romeno.

- O que disse?

O conde sorriu maliciosamente a ignorância do sultão.

- O poder da beleza.

O sultão deu um sorriso.

- Está com fome, não é? Quantos dias não se alimenta, Vlad?

O prisioneiro não respondeu. O sultão fez um sinal com o punho e um servo trazia um banquete na mesa. O aroma de carne assada começava a deixar seu estômago inquieto, doendo como se tivesse aberto as covas do inferno.

Os olhos do conde fitaram aos olhos verdes da dançarina, num perigoso tango, enquanto os criados revelavam a carne de cordeiro. Não sabia o que era mais azucrinante: a fome ou o desejo.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQui Dez 11, 2008 6:44 pm

Daniell, naquele dia mais cedo, tinha levado seus cavaleiros a uma vitória memorável contra o exército turco. Em seu canto, ele podia notar agora seus homens comemorarem extasiados pela vitória e por estarem vivos mais um dia, na esperança da guerra acabar e poderem reencontrar suas esposas e filhos.

Com o cair da noite, as barracas eram tumultuadas por soldados. Muitos bebiam, enquanto jogavam cartas com moedas apostadas, cortesãs enlaçadas em seus pescoços ou sentadas em seus colos. Alguns homens, notando a presença de Daniell, interromperam sua bebedeira e elevaram seus copos para o alto e sobre os efeitos do álcool licitaram saudações. As prostitutas sorriram ao belissimo cavaleiro, na esperança que fossem escolhidas.

Mas nem tudo era um mar de flores. Daniell sabia que batalhas deixavam um rastro muito maior de destruição do que alegrias. Nem todos os homens eram felizardos de comemorarem. Suas orelhas podiam captar os gemidos macios de feridos. Cirurgiões faziam de tudo para poupar a vida destes bravos homens, trabalhando com braços e pernas dilaceradas nas batalhas.

- Milorde, aqui.

Ela então sentiu um casaco de pele drapejar em seus ombros. Virando-se, seus olhos encontram um menino, não mais que 14 anos, certamente um escudeiro e tão jovem para está em batalhas.

O menino estendeu uma garrafa de vinho para ela.

- Tome, senhor. Vai ajudá-lo a mantê-lo mais aquecido nesta fria noite.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySex Dez 12, 2008 2:23 am

Eram batidas de tambores e sons de flautas que não acabavam mais. No momento mais forte da música, Laila movia somente os quadris, parecendo ser uma estátua no resto do corpo. Um auto-controle que somente as muçulmanas, as árabes possuíam. Mais nenhuma mulher em todo o mundo era capaz daquilo.

Seus olhos, ao passarem pelo corpo do Conde, vislumbraram as algemas. Ela achava totalmente injusto - de ambas as partes, diga-se de passagem - aquela guerra. Tudo por um punhado de Terra e uma mesma divindade, que eles, os ãrabes, chamavam de Allah, e os "esbranquiçados", como ela própria os denominava, falavam que era Deus.

Os olhos dos dois encontravam-se, mas num movimento discreto, tão discreto que dificilmente o Sultão veria. Ao fim da dança, ela ajoelhou-se no chão, fazendo uma espécie de "ponte" com o próprio corpo. A esmeralda em seu umbigo subia e descia rapidamente pelo cansaço da garota. Para cima, para baixo, para cima, para baixo...Vladislaus poderia imaginar estes mesmos ofegos da jovem porém numa cama e com ele a cansando de outra forma.

Haviam aplausos. Laila levantou-se, abaixando levemente a cabeça e segurando a mão de Hanna, que também agradecia a ovação. Então elas sentam-se ao lado das outras mulheres, prontas para desfrutarem do delicioso banquete e do ótimo vinho.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySex Dez 12, 2008 7:18 am

Cada movimento do corpo da jovem mais que compensou a sua falta de refinaria naquela noite. Vladislaus umedeceu os lábios com a ponta da língua, enquanto imaginava possuir de modo animalesco aquela menina. Ele fechou os olhos por um momento e descascou as camadas de seda que revestiam o corpo moreno e quente. O que tinha embaixo daqueles tecidos, mais um reino a explorar?

Vladislaus abriu os lábios, a boca crescendo seca quando inquiria às fantasias mais lascivas, desvendando cada fibra de sua luxúria lentamente. Ele poderia imaginar como se sentiria se a tocasse. Alheio a estes pensamentos, Vladislaus não desconfiava que o sultão estava tendo estes mesmos pensamentos.

Aplausos ressonaram no salão, despertando-o de seus devaneios. As mãos dele também bateram palmas, os olhos fechados em Laila.

Hanna senta-se a mesa, ao lado de sua melhor amiga. A morena tinha os olhos cravados nas duas celebridades daquela noite, principalmente no arrebatador prisioneiro. Via com fascínio como o nobre e a realeza dialogavam como se fossem amigos de longa data, a maneira como o conde argumentava com seus modos refinados e como seus olhos refletiam na luz de vela, enquanto o sultão limitava-se a sorrir e ponderava em voz baixa.

Mas estavam longe de serem amigos. Os árabes não se preocupavam com os cristãos e nem os cristãos com eles. Era rivalidade política remota, e nada mais.

- O cristão é formoso. Viu os olhos dele? Que olhos eram aqueles, Allah? – uma das meninas na mesa disse, rindo extrovertida.

Hanna sorriu, os olhos dela finalmente desviando da mesa da realeza.

- São olhos do diabo.

Outra menina, uma ruiva, parecia escandalizada.

- Não diga algo assim, Hanna!

A morena deu de ombros.

- Mas é verdade. São olhos que queimam como as chamas do Inferno. – disse Hanna, com um sorriso. – Dizem que ele é mau. Muito mau. Ouvi dizerem que ele serve alguém muito mais além que seu Deus. Talvez ele sirva os dois lados da mesma moeda.

E tocando no braço de Laila, sorriu maliciosamente.

- Mas a nossa amiga aqui deve saber qual é a sensação de ter aqueles olhos percorrendo por toda fibra de seu corpo, não é verdade? Afinal, ele não tirou os olhos de você.

- Não se animem. – intrometeu-se a loira, enquanto cortava um pedaço da carne de cordeiro. – O homem está condenado. Ouvi os eunucos sussurrarem pelo harém que amanhã, ao meio-dia, o sultão ordenará sua decapitação e o resto do corpo será enviado para o pai dele.

As meninas olharam surpresas uma para as outras e em silêncio começaram a fazer sua refeição.
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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySáb Dez 13, 2008 4:48 am

O banquete era algo aprazível, uma das únicas coisas que Laila gostava naquele antro. Junto com a dança. Ah, adorava dançar! Mover-se e seduzir os homens sem nem ao menos precisar tocá-los é um poder inimaginável que toda muçulmana possuía.

Naquele momento, porém, ela tocava na comida, sem ingerí-la. Pensava no belo presioneiro e no poder que ele exerceu sobre ela. Só de olhá-lo e de perceber o belo corpo que possuía, na elegância em suas vestes e no olhar sensual e penetrante, a garota corava furiosamente, recuperando o fôlego depois de uma sessão exaustiva de dança dos véus.

Sua distração foi abalada com os comentários de Hanna. Sorriu sem graça, sendo alvo de risadinhas das outras meninas também. Tinha sorte de ter Hanna como amiga, já que ela era a mais nova antes de Laila chegar. Gostava de Hanna como gostava da irmã que faleceu ainda criança.

- Lançou o mesmo olhar para nós duas. Você também é digna dos mais absolutos desejos, Hanna!

Ela ria, escondendo o rosto. Forte, decidida, atrevida. Mas Laila também era tímida demais. Seus sorrisos desapareceram quando a menina loira, cujo nome era Zaira, comentou sobre as fofocas dos eunucos. Não pôde deixar de lançar um olhar complacente e quase desesperado ao prisioneiro-nobre. Tinha de fazer algo. O Sultão já estava no topo de sua arrogância, e era hora de acabar com isso. Ela mesma soltaria Conde Vladislaus.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySáb Dez 13, 2008 9:43 am

Hanna sorriu, ficando ainda mais linda sob à luz das velas que criavam um véu suave de claridade atrás dela. Seus seios apareciam bem sob os tecidos negros e os maravilhosos pés descalços com unhas pintadas e pequenos anéis eram definitivamente perturbadores.

- Não tenha dúvida disso, mas foi até você aparecer. - disse Hanna com um sorriso malicioso nos lábios. – Quem pode competir com estas esmeraldas embutidas em seus olhos?

Então sibilou para as meninas, levando o dedo indicador aos lábios.

Silêncio. O prisioneiro está olhando para cá. – sussurrou, os olhos brilhando em diversão.

Laila sentia uma onda de violentos arrepios. A jovem tinha a vaga impressão de que o conde que estava do lado oposto do salão as observava intensamente com àqueles olhos falaciosos.

As meninas deram risadinhas deliciadas. Hanna riu, a face esbelta corada pelo vinho e pelo cansaço da dança. Então começaram a bater papo, enquanto provavam do molho, das carnes e das bebidas.

A refeição parecia transcorrer sem menores perturbações. As cortinas pesadas das janelas da frente do salão estavam balançando, e o candelabro majestoso no teto tinha começado a mexer. A música da pequena orquestra ainda estava presente no salão, tinindo fraquinha.

O castrado aproximou-se da mesa, posicionando-se ao lado de Laila. Ele inclinou o corpo delicado para frente, sussurrando próximo ao seu ouvido.

- Acompanhe-me. O sultão pede a sua presença para aliciar a atmosfera durante sua refeição com o convidado.

Lentamente os olhos de Hanna buscaram os dela, desconfiada.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySáb Dez 13, 2008 3:57 pm

Caminhando pela aldeia, o cavaleiro tremeu a cabeça à vista de alguns edifícios queimados. Se o povo desejasse voltar as suas casas, haveria muito que reconstruir, pensou. A guerra era cruel para todos, independente de serem cristãos ou sarracenos.

Mas eram os camponeses quem mais sofriam com os conflitos. Eram eles que ficavam sem seus lares, enquanto os nobres apossavam de territórios otomanos.

Seus olhos fitaram a outro edifício semi-destruído, um que se destacava entre os outros por ser majestoso. Com o cenho franzido, estudou-o, vendo com surpresa que se tratava de uma igreja. Ou melhor, o que havia restado da igreja. Adentrou com cautela, incerto sobre a condição do edifício.

Havia archotes acesos em toda a parte, e no meio da igreja, estilhaços do que antes eram bancos de madeira. O cavaleiro carranqueou. Ele tinha ouvido falar de igrejas roubadas por estes bárbaros chamados de sarracenos, mas ver um lugar santo em tais condições o fez se sentir bravo e debilitado. Era um cavaleiro santo, alguém que lutava em nome de Deus.

Deus jamais deveria permitir que seu santuário fosse profanado.

Havia algo no altar, uma das poucas coisas que não foram saqueadas pelos invasores. Seus passos o levaram até a mesa. Uma mão foi estendida para tocar na face de porcelana da Virgem Maria. Suspirou, percebendo compadecido que o lado direito do rosto da bela Virgem estava quebrado. Disse uma suave prece.

- Christian. – o arcebispo exclamou.

- Eminência... – o jovem murmurou, sem se voltar ao arcebispo. Sentia enraivecido por dentro. – Por que eles fizeram isso à casa de Deus? Os sarracenos não têm nenhuma clemência?

O arcebispo calou-se por um bom tempo, suas feições não apresentando nada além de complacência. E então falou em tom cortês.

- Eles sendo pagãos, por que teriam clemência?

- Ainda está errado aos olhos de Deus! – Christian exclamou, sua voz reverbando pelos quatro cantos.

O arcebispo pareceu assustado como se tivesse escutado os berros dos anjos. Então prosseguiu:

- Você sempre foi puro de coração, jovem Christian. Um dos poucos nobres que realmente serve a Deus, e não a um sonho vazio de promessas de terras e poder.

Christian desceu as escadas do altar, se aproximando da santidade.

- Eminência. – disse ele, enquanto segurava apertado o braço do ancião. – há muito, muito tempo, eu não me confesso.

O arcebispo olhou para o jovem, entendendo o que ele queria dizer. Balançou a cabeça, consentindo.

- O confessionário foi uma das poucas coisas que se manteve em pé. Vá. Eu o encontro em cinco minutos.

Ele apanhou a mão da santidade e beijou seu anel.

- Sua benção...
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyDom Dez 14, 2008 3:16 am

Por que Hanna dizia aquelas coisas? Também era uma jovem belíssima, e Laila sentia-se até encabulada perto dela. Jovem, muito jovem, o corpo ainda desabrochaa para o mundo, apesar de já ter formas sensuaise tentadoras. Mas Hanna...ela parecia já ter nascido para conquistar os homens mais afoitos ou os mais devotos.

A morena ficou cheia de vergonha, suas faces coradas quando a amiga falou-lhe dos olhos. Abaixou lentamente o rosto, provando um pouco das carnes e cereais deliciosos das plantações do Sultão.

Então todas ficaram em silêncio. O prosioneiro as olhava, mas Laila sentia que ele olhava somente para ela. Toda sua pele ficou arrepiada e a jovem fechou os olhos lentamente, deixando escapar um longo suspiro. Não um suspiro de cansaço, porém um suspiro...de desejo. Desejo?? Ela nunca sentiu isso na vida! Era pecaminoso! Se Sultão descobrisse, seria açoitada até a morte!...E ese era mais um dos motivos para querer fugir de sua prisão de luxo. Tnha tudo: as melhores roupas, as melhores refeições, criadas para atender aos caprichos dela e de todas as jovens. Contudo, Laila sabia que o preço era seu corpo. Sua dignidade. Por que o pai a prometeu ao Sultão quando nasceu??

Seus pensamentos tristees e revoltosos foram bruscamente interrompidos. Um dos eunucos chegava-se perto, falando baixo e somente Hanna e Laila poderiam ouvir. A mais joem olhou a mais velha com temor e tanta desconfiança quanto a amiga, mas levantou-se para acompanhar o castrado até a companhia do prisioneiro e do Sultão.

Suas roupas esvoaçavam, e elas pareciam não ter qualquer peso. Assim como a dona. Laila praticamente flutuava, pois foi ensinada a andar assim: o Sultão gostava das mais sensuais, e das mais silenciosas ao andar. Seus seios redondos e ainda não tão grandes eram escondidos somente pelo fino tecido das vestes de seda. Os pequenos pés pousaram logo à frente do Sultão, e ela pendeu suavemente a cabeça, os longos, pesados e ondulados cabelos, enfeitados por uma fina corrente de ouro, escondiam suavemente o rosto forte e delicado:

- Aqui estou, Habbib. Deseja minha presença convosco esta noite?

Ao terminar de falar, um novo suspiro, porém mais discreto. Se o homem descobrisse...não gostaria de imaginar os castigos que sofreria.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyDom Dez 14, 2008 10:11 am

Os olhos do conde estavam lívidos quando a observou se aproximar, embriagado pelo consumo excessivo de vinho em um estômago que há duas semanas não se alimentava. Mas ele ainda emanava poder, apesar da extrema palidez de sua pele. A posição em que ele estava deitado nas almofadas, era uma visão extremamente lasciva. Tinha as pernas ligeiramente afastadas, o corpo sustentado apenas pelos cotovelos, numa posição completamente relaxada e indigna.

Ouvindo a voz da concubina, soube de imediato que não passava de uma criança cheia de aflição e segredos, todos os quais ela encobria com imensa perfeição por trás de modos graciosos e de um belo semblante. As jovens eram vendidas ou cedidas para o sultão ainda crianças como escravas. Vladislaus sabia que aquela menina era tão prisioneira naquele palácio quanto ele era, embora por meios diferentes.

Contudo, não eram somente meninas que o sultão extravasava seus anseios mais lúdicos. Havia rumores que o sultão apreciava deitar-se com meninos. Radu, o irmão caçula de Vlad, tinha sido liberto de sua prisão após ter ido para o leito de sua Majestade.

- Venha, minha jóia... – o sultão estendeu a mão para ela e a encaminhou para acomodá-la em seu colo.

O conde observou como a mão do sultão passeava pela coxa exposta de Laila, como se aliciasse a uma criança. Ele teve a vontade de pegar uma faca e amputar aqueles dedinhos...

- Laila, este é...

- Conde Vladislaus Tepes.

Os olhos do conde cravaram neste instante nos olhos esmeraldas, num jogo perigoso de sedução. Sua voz era algo divino de escutar. Um barítono que passava uma sensação constante de perigo, sempre muito calma e ponderada, as vezes àspera, como o mar. O sultão parecia não observar.

- Conde Vladislaus é um proeminente inimigo de nosso império. – continuou, levando uma uva aos lábios esbeltos da menina. - Matou muitos de nosso sangue, sem a mínima piedade.

- Não sou inimigo dos sarracenos. – o conde declarou, levando o cálice aos lábios. – O Papa o é. O que faço, é impedir que o islã invada terras que não lhe pertence.

O sultão levou mais uma uva aos lábios generosos da menina.

- Seu pai não aceitou a minha generosa oferta por sua liberdade. Seu tempo está se esgotando, Vlad, assim como a minha paciência. Laila, sirva-nos mais vinho. O convidado está sedento, e assim sou eu. Hoje me servirá durante o jantar... – e completou num tom desejoso no ouvido da garota. - ...e na cama.

Vladislaus carranqueou, como se seus ouvidos aguçados tivessem captado o menor dos sussurros, ou seus olhos analíticos percebido a língua do sultão lambiscar a orelha dela.

- Coma algo, Vlad. Não permaneça em cerimônia. Posso ouvir seu estômago roncar daqui.

O prisioneiro fez um gesto para apanhar um pedaço de carne de cordeiro, quando um gorila árabe segurou as correntes de Vlad, detendo-o. O conde olhou para o árabe, confessando em silêncio que aquele insulto a sua pessoa seria vingado de modo totalmente irrevogável. O árabe deu de ombros para a ameaça com uma desdenhosa indiferença.

- Que falta de prudência a minha, Vlad! – o sultão disse, sorrindo. – O meu serviçal esqueceu de temperar a carne.

E num gesto de pulso, o serviçal se aproximou da mesa e começou a borrifar uma substância branca sobre o cordeiro que parecia ser sal. Os instintos de Laila diziam ser outra coisa mais nocivo: veneno.
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Daniell Lourenth Suzano

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyDom Dez 14, 2008 10:00 pm

Olhou as cortesãs com seus olhos vermelho e sabia que somente isso as faziam ficar mais largadas, querendo levá-lo a cama, balançando a cabeça negativamente. Mesmo que elas tentassem, aquele homem não era mesmo um homem e assim não seria encantado pelas belas curvas que elas possuiam ou por seus olháres luxuriosos. Ficou somente a observá-los até que sentiu algo pesado ser colocado sobre seus ombros. Olhou para o lado, vendo o jovem escudeiro e sorrindo levemente. Pegou a taça, tornando um gole, como para que se acalmar e comemorar sua vitória.

- Obrigado, criança. Agradeço por seus cuidados.

Sorriu levemente, apesar de ficar um pouco chocado em ver alguem novo assim naquele lugar de guerras e orgia. Não que ele fosse muito velho, possuia somente 17 anos, mas mesmo assim lutava para que crianças não tivessem que vir para aquelas guerras.

- Vá se divertir um pouco e pare de se preocupar comigo. Agora é momento de farra.

Riu levemente, voltando a beber. Lembrava-se que logo que se casasse não teria mais aquela liberdade. Apesar de ter que suportar homens suados e blafemadores, eles conversavam com ele com dignidade e não lhe atreviam a tocar, já que todos diziam-se homens de Deus e nunca tocariam outro homem.

Casar-se era um problema, na verdade. Sendo uma mulher, seu pai diria com quem deveria se casar, mas não era isso que queria para si. Queria casar-se com alguem que gostasse, queria alguem com quem pudesse sorrir e segredar, não um homem que lhe comandaria a vida e lhe faria uma mulher inutil.

As vezes olhava aquelas cortesãs e imaginava como era ser livre e escolher quem queria na cama, porem lembrava-se que eram cortesãs, e graças a isso não escolhiam pela aparencia ou indole, mas por seu dinheiro disponivel, e logo afastou aqueles pensamentos pecaminosos de sua mente.

Caminhou para fora daquele festival de orgias, de cabeça baixa. Estava cansando-se. Nunca poderia viver com a pessoa que amava, já que seu pai nunca o escolheria e ele somente o via como homem, ou pelo menos era isso que pensava Daniella.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:34 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySeg Dez 15, 2008 8:57 am

A garota, timida e com asco, sentou-se no colo do Sultão. Os toques dele a faziam sentir mistos de vários sentimentos: medo de tornar-se definitivamente a escravinha sexual do Soberano; asco por cada toque que ele ministrava na pele dela; decisão nos planos de ir embora daquela prisão cheia de luxos e ouros.

Ela mirou os belos olhos do Conde, tão bonitos quanto os dela. Ficou em silêncio por alguns minutos, o coração disparado. A sedução e o desejos eram tão óbvios que quase poderiam ser tocados. Chegou a suspirar, levando uma das mãos a um dos braços e um tímido sorriso surgia no belo rosto.

Ergueu-se imediatamente quando o Sultão pediu mais vinho, enchendo novas taás e as colocando nas mãos do sultão e de Vladislaus, que pôde ver claramente as curvas delicadas dos seios empinados, porém ainda em formação. Ao ouvir as últimas palavras do Sultão, todo seu corpo gelou; aquela noite?? Não queria, não podia! Não desejava ser de um asqueroso como ele! Tentou argumentar, falando com a voz baixa:

- Habbib, não serei capaz de satisfazê-lo esta noite. É quase chegada a época de eu usar o véu nos cabelos, como bens sabes. Sabes de tudo o que acontece nos corpos de suas prediletas, não é?

Sorria complacente, demonstrando saber esconder bem seus sentimentos. E então viu os movimentos mais bruscos do guarda e do Conde. Seu rosto empalideceu, pois sabia que nenhum sal era tão fino quanto aquela subtância, e só podia ser uma coisa: arsênico. O pior de todos os venenos existentes no mundo árabe. Olhou rapidamente para o Conde e, "sem querer", ao comer mais uma uva ofertada pelo sultão, perdeu o equilíbrio, caindo com a jarra de vinho e enxarcando a refeição colocada para Vladislaus. Sua expressão foi de choro e ela ajoelhou-se:

- Realeza, perdoe-me! Acabei por tropeçar num dos tapetes no chão! Por favor, não me castigue!
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySeg Dez 15, 2008 4:45 pm

Os homens continuaram as suas festividades, bebendo e conversando uns com os outros, falando sobre as guerras, aparentemente intermináveis, ou das saudades que sentiam pelos seus filhos e esposas deixadas há quilômetros de distância do acampamento.

O pai de Daniella dizia ser um homem à antiga. Tentava convencê-la de que se preocupava que a sua filha fosse envelhecer sozinha, sem marido, sem filhos. E toda mulher precisava de um marido. Porém, Daniella sabia que existia algo muito mais obscuro por detrás das falsas boas intenções de seu pai. Certa vez, tinha feito questão que sua filha o acompanhasse durante um jantar na casa da família Tepes. O tempo todo ela sabia que havia algum segredo, alguma coisa sinistra sobre aquele jantar. Dava para notar no silêncio de seu pai e no seu jeito distraído durante toda a refeição.

O escudeiro inspirou fundo, abanando a cabeça e lançou um olhar agradável.

- Eles acham que sou jovem demais para fazer parte das festividades, milorde.

O jovem vestia uma capa comprida de veludo azul escuro, quase negro, surrada pelo uso e pela chuva. A brancura de seu rosto era de marfim e seus cabelos louro-escuros pareciam quase marrons alcançando a altura dos ombros, revoltos e salpicados. As sobrancelhas loiras franzidas marcavam seus grandes olhos azuis e o sorriso de um anjo.

Ele observou o nobre afastar-se, enquanto fechava a capa sobre o próprio corpo. A noite estava úmida e muito escura; um leve nevoeiro já sobressaia sobre o acampamento. No pico mais alto do acampamento, o estandarte de uma cruz vermelha tremulava, símbolo de equilíbrio e harmonia. Símbolo de posse cristã.

Uma belíssima mulher alta, de cabelos ondulados e loiros, seios fartos, aproximou-se ao lado de Daniell.

- Pede para o menino divertir-se, mas também não está celebrando com os outros. O senhor deve estar cansado. Posso oferta-lhe uma bela massagem, ao qual você sonhará com o nirvana.

Ela levantou a saia, revelando uma vistosa e branca coxa. Sua pele, de uma textura de porcelana, parecia ser sedosa e suave ao toque de um homem.

Ali havia um contraste. Uma criança e uma prostituta. Um anjo e um caído.

A prostituta virou-se para o menino que os observava.

- O que tenho aqui não é para menores, garoto. Quando você crescer um pouco mais, talvez eu aceite fazer outras partes suas crescerem em minhas mãos.

E numa atitude maldosa e brincalhona, tentou morder a orelha do garoto. O menino recuou bruscamente, como se não quisesse ou suportasse a idéia de ser tocado por ela. A mulher deu uma risadinha.

- Fora daqui, seu pestinha.

A moça loura passou sensualmente a mão pelo queixo pálido de Daniell, pressionando seu corpo contra o dele com seu peso tênue. Passou então os braços macios em volta de seu pescoço, suas pernas sinuosas pressionando as pernas do comandante, prendendo-lhe, os lábios próximos ao dele, sem, contudo, tocá-los. Encostava os lábios úmidos em seu ouvido, dizendo no mais suave dos sussurros femininos.

- Vou fazer um acordo. Para outros homens eu cobraria sessenta. Mas para um comandante poderoso e bonito como você, faço por trinta. Não vai arrepender-se. – ela prometeu, a língua lambiscando-lhe a orelha.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptySeg Dez 15, 2008 5:59 pm

A lembrança ainda lhe trazia duvidas. Seu pai nunca foi ser generoso, muito menos verdadeiro com ela. Sabia que ele estava a planejar algo, provavelmente um casamento com um dos membros daquela familia. Balançou a cabela negativamente, massageando as temporas enquanto pensava. Olhou o jovem garoto, sorrindo enquanto escutava suas palavras.

- Deveras és novo, concordo que não seja seu lugar as comemorações, mas és novo também para vir nessa guerra, coisa que veio de qualquer modo. Deverias argumentar com ele sobre o assunto.

Voltou a caminhar e observou a bela mulher, sabendo o que viria a seguir. Era obvio que nenhuma daquelas belas garotas deixariam-na sair sem que levasse uma para o quarto e comemorasse com seu corpo, mas aquilo nunca seria possivel, a não ser que tomasse preferencia por pessoas do mesmo sexo, coisa que ela não possuia.

Escutou-a falar sobre seu pedido para o belo garoto e somente riu levemente, olhando-a levantar sua saia para que pudesse ver a pele perfeita da garota. Balançou a cabeça, olhando-a nos olhos com os seus vermelhos.

- Infelizmente para um lider, tempo de diversão é o que menos me sobra. No momento, a unica diversão que pretendo ter serão os de meus dedos envoltos em uma pena, escrevendo relatórios para meus superiores sobre minhas vitórias, bela dama.

Olhou a criança que os observava, vendo que a prostituta procurava brincar com as emoções infantis e a luxúria crescente dentro daquele pequeno rapaz, balançando novamente a cabeça.

Logo ela voltou sua atenção para si, voltando a provocá-o, agora com seu corpo, e agradecia aos avisos de seus servos de usar objetos que impediriam de perceberem que não possuia o sexo masculino, e seu alto-controle para que não se desesperasse e parecesse suspeito perante aquela mulher que a tocava sedenta por algo que ela não poderia dar.

- Desculpe-me, dama da noite, mas infelizmente terei de recusar sua bela oferta. - Passou os dedos pelo rosto delicado da loira, sorrindo de canto. - Como disse, tenho muito o que fazer essa noite, e provavelmente as proximas. Mas acredito que qualquer um dos cavalheiros dentro daquela tenda estará mais do que feliz em aceitar qualquer oferta que pedi-los.

Sorriu levemente, olhando-a com intencidade com seus olhos vermelhos, depois a afastando de seu corpo. Já estava acostumada a aquele tipo de ações. Virou-se olhando para o garoto.

- Venha comigo então, jovem escudeiro. Acredito que posso me utilizar de sua companhia durante algumas horas.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:36 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyTer Dez 16, 2008 3:01 pm

A idéia de corromper Laila não deixou a mente do sultão desde que tinha fitado naqueles olhos esmeraldas. Ver os movimentos de seus quadris a balançarem enquanto dançava, encheu-o de uma lasciva inimaginável. O sultão não era homem completamente destituído de beleza. Possuía altura mediana, os cabelos negros crespos e olhos azuis protuberantes. Muitas concubinas que foram levadas a sua cama, diziam que o sultão era um homem suave e amoroso; outras afirmavam que era um selvagem.

- Sim, minha pequena. O que diz, é verdade. – o sultão respondeu num fio de voz. – Mas não estou conseguindo resistir ao desejo de possuí-la, de niná-la em meus braços. Vá, sirva-nos vinho, graciosa.

O conde observou a serva trazer o vinho e as taças douradas numa bandeja de prata. Quando ela se inclinou para servir vinho, os olhos do conde observaram os seios pontudos, sentindo o aroma almiscarado que exalava da pele fresca e feminina. O desejo que já emergia por dentro de suas calças estava ficando dificil de controlar. Com delicadeza, envolveu a mão delicada da mulher com seus dedos antes de toma-lhe a taça. O eunuco vestido de tafetá amarelo dos pés à cabeça, moveu-se inquieto, percebendo a troca de olhares e desejos entre o prisioneiro e a bela moça do harém.

O eunuco luziu para a odalisca. O conde era um homem condenado que morreria olhando ou não para uma das escravas do sultão. Mas Laila se ainda quisesse viver, não deveria dá aos desfrutes carnais, muito menos flertar com um inimigo bastante fluente.

Vladislaus pastou os dedos pela beira da taça, olhando para a carne de cordeiro com indiferença. O conde deu outro gole no vinho e pousou o copo vazio sobre a mesa.

- Você não mataria um prisioneiro como eu, sem ter um último banquete digno de um conde.

O sultão sorriu.

- Brilhante, Vlad. Só espero que não leve isso para o lado pessoal.

Neste instante, Laila fingiu tropeçar no carpete, estragando a refeição de Vladislaus. Sentadas nas almofadas, todas as meninas do harém soltaram dissonantes alaridos e se olharam com um ar sombrio em seus semblantes. O conde olhou-a intensamente e sorriu, com os lábios já quase sem cor.

- Uma pena, vossa Honra. Carne de cordeiro sempre foi meu prato favorito. – o conde disse com sarcasmo, fingindo lamentar o fato.

O gorila árabe, que minutos antes tinha se desentendido com o conde, aproximou-se da odalisca. A altura do homem era impressionante. Era um homem grande, com rosto escanhoado e um longo turbante vermelho na cabeça. Tinha uma vara na mão, ao qual ergueu para açoitá-la. O eunuco se interpusera entre Laila e o árabe, tentando abrandar a raiva do sultão e de seu guarda-costas com lamúrias. Seu rosto era muito branco e a cabeça raspada, molhada de suor. Ele se prostrou aos pés do sultão, num ato proscrito de autodegradação, os lábios vindo descansar contra pés calçados com chinelos de veludo verde.

- Sou o vosso mais humilde servo. – lamuriou o eunuco. – Perdoe-me, oh Honorável. Fui eu quem estendeu o tapete e não percebi que havia deixado uma ondulação mesmo que leve, mas o suficiente para que os pés de sua concubina pudessem tropeçar. Eu também rogo seu perdão, Conde Vladislaus. Providenciarei para que tragam uma nova refeição.

O sultão levantou-se lentamente de suas almofadas, aproximando-se da jovem.

- Eu sei, minha jovem. – disse o sultão, em tom carinhoso. Afagou-lhe o cabelo sedoso da mesma forma que fazia a seus animais de estimação. – Não se perturbe. Eu sei. – Ele ergueu o queixo dela com dois dedos. - Você está sob meus cuidados.

E virando-se ao eunuco, proclamou:

- E quanto a você, Bardas, vinte e cinco chibatadas.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQua Dez 17, 2008 2:03 am

Nada do que o sultão disse a agradou. E, daquela vez, não estava mentindo; sentindo-se estranha nos últimos dias, pedoiu conselhos à Ama e à Hanna, sua amiga mais velha. Ao contar os sintomas, as duas chegaram a um veredicto: logo Laila seria uma mulher, pronta para gerar uma criança. Mas, naquele momento, ainda era uma jovem muito sensual.

- Entendo os desejos masculinos, Vossa Honra... - ela diz, num sussurro que somente o Sultão e o Conde poderiam ouvir - Mas é um momento especial para toda mulher. No meu caso, jovem. Se quer ter filhos perfeitos, como você, seria prudente respeitar esta época...

Ela ainda tenta argumentar, seu tom de voz suave e bastante lascivo, enquanto passou uma das mãos pela bochecha direita do Nobre:

- E, além do mais, seria um Haran. Allah não perite atos carnais na época preciosa da mulher.

Com esta última frase, ela vai pegar mais vinho. Ao voltar, deu louvores a Allah por seu plano ter dado certo; Conde Vladislaus não comeria mais o veneno de aparência apetitosa. Mas nem tudo foram flores, já que um dos capamgas do Sultão ja disparava com sua chibata contra Laila. Tudo o que ela fez foi fechar os olhos com força, ficando ajoelhada e apenas esperando seu castigo...que não veio.

Abriu os olhos surpresa ao ouviras palavras do eunuco e ver sua posição. Não! Não era culpa dele, ele ia se machucar! A jovem sentiu as carícias do Sultão em seus cabelos, negando com a cabeça algumas vezes e segurando uma das mãos de Bardas e, de modo até desafiador, olhava diretamente para o Sultão:

- Não o machuque!...Habbib...por favor, ele nos ajuda tanto! Ele nos ajuda com as roupas, os jóias! Nos entende nos nossos momentos de maior temor...de maior saudades que sentimos de nossos familiares! Foi ele! Ele que decorou pessoalmente este lindíssimo salão para o banquete de hoje, eu vi tudo, escondida! Passou a noite e trabalhar, está exausto...uma falha, depois de tantos anos de perfeição, não merece castigo tão severo.

Ainda olhava fixamente. Laila havia cometido dois erros: um, olhar e desafiar o Sultão, mesmo que de forma discreta. Dois, revelar que saiu à noite, e ainda por cima escondida. Mas ela mandava para o fogo do inferno. O Conde estava a salvo. E era isso o que importava.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQua Dez 17, 2008 7:48 am

O jovem sorriu suavemente com um pequeno brilho nos olhos.

- Já sou um homem, muito embora na pele de um garoto, milorde. E meu mestre precisa de mim. Não posso abandoná-lo, e eu não tenho medo de batalhas.

Seus olhos azuis contemplaram os movimentos da cortesã com o comandante. Um perfume gritante emanava de cada poro da bela prostituta. Seu hálito e os olhos vermelhos, inchados, denotavam que estava embriagada.

- Mesmo grandes lideres precisam de descanso, às vezes, milorde. Quinze... quinze moedas e uma promessa de uma noite memorável.

Ela tocou com as pontas dos dedos nos lábios finos de Daniell.

- Até Deus entende que seus homens precisam de um pouco de diversão.

Quando ele afagou-lhe o rosto e a encarou nos olhos, ela ficou totalmente calada por um tempo. Suspirou de forma lasciva, inclinando a cabeça para descansar na mão do homem.

- Há outros homens, sim, comandante. Ávidos por companhia. Mas não homens poderosos, bonitos e educados como o senhor.

Girou a cabeça, olhando com raiva para a tenda.

- São um bando de burguesinhos, canalhas. Mas eu nunca vi milorde na companhia de alguém. Nunca se sente só?

Quando Daniell voltou-se ao menino, a prostituta pareceu séria, como se a bebedeira tivesse se esvaído e lhe dado um momento de lucidez.

- Oh, desculpe-me, milorde. Eu não sabia que gostava de... meninos.

Daniell sentiu as mãos dela desprendendo-se de seu corpo, e então, que ela afastava. Ela soltou a bainha do vestido, que ia até os tornozelos e caminhou como uma princesa descalça no chão frio. Deu um sorriso para o menino. Abraçou seu pescoço e encostou a cabeça em seu ombro.

- Deu sorte, garoto. Parece que alguém aqui vai perder a inocência hoje à noite. – piscou o olho ao dizer isso e deu uma boa risada.

Seu rosto adquiriu um brilho corado e os olhos do jovem arregalaram, a luz dos archotes iluminando-os e deixando-os mais inocentes.

- Pare.

A prostituta estourou numa gargalhada espantadíssima. Era uma delícia vê-lo tão surpreso.

- Ele disse horas. Mas não dou nem cinco minutos para que você goze na mão dele, garoto.

- Pare com isso.

- Garoto, você é bonitinho. Mas eu não quero concorrentes aqui.

- Vá embora. Espero que morra de bebedeira.

O menino a observou se afastar por cima de seu ombro, como se analisasse o suave caminhar e o doce balanço do corpo feminino.

Ele tremeu, enrolando-se na capa de veludo escuro, deixando que ela provesse a quentura que seu corpo necessitava. Ele se virou e olhou para seu superior, com um rubor vivo em suas faces. Ele parecia mesmo pensar se o comandante tinha afeições por meninos.

O escudeiro engoliu em seco, abaixando os olhos em submissão. Balançou a cabeça afirmativamente, aceitando acompanha-lo.

- Será um prazer servi-lo, milorde. – disse numa voz insegura.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQua Dez 17, 2008 8:45 am

- Deus entederá, bela dama, mas não minha conciencia. Alem disso, acredite, divirto-me com desafios mentais.

Ela riu levemente, voltando a escutá-la, escutando seu comentário sobre nunca sentir-se só e então riu novamente. Seus olhos rubros por alguns centimetros de pele que a garota possuia expostos para si naquele momento.

-Sinto-me, como qualquer homem, mas eu ainda possuo prioridades, e minhas prioridades carnáis estão em ultima opção.

Sorriu, depois vendo que a prostituta não gostou de ser trocada por um garotinho e logo começou a blasfemar. Não que ela, Daniella, não gostasse de homens, mas no momento era Daniell, e Daniell não gostava de nada. Ela somente ficou a observar o pequeno show que a mulher da vida dava para ela e o jovem escudeiro, vendo que ela plantava incertezas na cabeça do garoto. Balançou a cabeça negativamente, vendo a discução se formar.

- Parem os dois de discutir. - Olhou a prostituta, sorrindo de canto. - Desculpe-me se eu tenho preferencia por trabalho a alguma coisa mais carnal, mas não irá jogar seu veneno em uma criança.

Viu-a se afastar, vendo que depois o menino se aproximou dela, temeroso. Um pouco do veneno sim havia caido sobre aquela criança. Suspirou, voltando a caminhar.

-Somente quero que me acompanhe até minha tenda. Estou cansado e não quero mais interrupições como aconteceu a pouco. - Falou sério, mas demostrava um pouco do sorriso nos lábios.

Agora que haviam se afastado, o rosto do comandante estava mais suave, como o de uma garota, os olhos um pouco perdidos em pensamentos. Era estranho, talvez estivesse relaxando de mais na frente do garoto e não percebia que os movimentos de seu corpo logo começavam a parecerem-se com os de um corpo feminino, até mesmo seu rosto androgeno parecia o de uma garota.

Assim que chegaram a tenda que dormiria, olhou-o, voltando a compostura masculina, sorrindo para o jovem.

-Agradeço pela companhia e peço desculpas se lhe fiz pensar que agiria como um pedophilo. Espero que descanse essa noite.

Adentrou a tenda e acreditou que logo o menino o deixaria em paz, então começando a tirar sua roupa e deixando a mostra as ataduras que envolviam seu corpo e mantinham seus seios escondidos da percepição de outro cavalheiros.


Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:37 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQua Dez 17, 2008 1:33 pm

Os sons das chibatadas ecoaram pela sala e seguiu-se um longo silêncio entre as odaliscas que antes conversavam calorosamente. O eunuco, ajoelhado sobre o tapete, choramingava a cada chibatada. Seu corpo sangrava. A pele se dilacerava.

O conde franziu o cenho, assistindo de camarote o homem ser açoitado.

- Tenha pena de mim, oh Honorável. – o eunuco suplicava humildemente, a testa transpirando aos pés da realeza. – Tenha pena de mim, por favor. Não se zangue comigo. Estou fraco e exausto.

Vladislaus sabia que a hierarquia imperial era escrupulosamente respeitada. E o que Laila estava fazendo a seguir, fugia todas as regras. Ninguém era dado o direito de desafiar a Sombra de Deus, quanto mais uma mulher e uma escrava.

Aconchegou-se nas almofadas, passando a observar com intensidade os olhos da moça. Eram olhos que mostravam um desafio vivo.

O sultão segurou o queixo de Laila num misto de aspereza e carinho. A menina tinha ferido a honra do soberano em muitos aspectos, principalmente ao fazê-lo lembrar que as leis de Allah estavam acima das dele e de suas vontades de desvirgina-la.

- Você tem um rosto bonito e maneiras agradáveis, Laila. Pode ser. Vou reconsiderar sobre o que me pede. - virou-se para o carrasco, as mãos atrás das costas. - Aumente para trinta e cinco chibatadas. Pense nisso, menina. Na próxima vez que preferir desprezar minha lei e me desafiar.

E com essas palavras, o carrasco continuou a chicotear o eunuco, mas desta vez, acertando também Laila que estava próxima do homem.

- Você vê, Vlad, que tenho que lidar com a incompetência deste infeliz. Nem manter as minhas concubinas longe de assuntos que lhes são proibidos, ele consegue. Ele sabe muito bem que não são permitidas as mulheres deixarem meu harém. Punição é uma forma educativa.

O conde sorriu e se levantou das almofadas. Deu meia volta sobre o gorila árabe, sobressaindo-se sobre ele. Seus olhos azuis refletiram ameaça e perigo. O sultão não se moveu para detê-lo, ao contrário, parecia encantado, como um espectador ávido em saber o que Vladislaus faria a seguir.

O árabe pausou na nona chicotada e encarou os olhos do prisioneiro. Vladislaus deslizou a mão pela bainha presa à cintura do sarraceno com um movimento lento, quase sobrenatural. O árabe estava paralisado, como se os olhos do conde tivessem o hipnotizado da mesma forma que um indiano faz a uma serpente.

Ele sacou a cimitarra do árabe com ambas as mãos e golpeou-o fundo em seu pescoço, provocando uma saraivada de gritos desesperados das meninas. A cabeça do árabe rolou imediatamente no chão. O corpo sem a cabeça, convulsionava de pé, até cair de joelhos.

- Punição é uma forma educativa, vossa Honra. – disse com escárnio, virando-se ao sultão.

Vários guardas seguravam as correntes presas aos punhos do prisioneiro e, embora excedidos em número, o conde estava os dando uma briga saudável.

Ele fez uma manobra no ar como se tivesse criado asas, pousando as botas perfeitamente sobre a mesa das meninas do harém. As odaliscas gritaram, encolhidas nas almofadas que antes lhe serviram como assentos. Ele tinha uma respiração toda particular, seu corpo parecia ser uma pluma leve prestes a voar a cada movimento, desviando dos golpes de espadas dos guardas ou atacando.

O conde, naquele instante, parecia um demônio.

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Laila Al Hashid Zawari

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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQua Dez 17, 2008 4:22 pm

A cada nova chibatada, Laila fechava os olhos. Quase sentia a dor do eunuco, e sabia que o que sentia não era sequer um décimo do sofrimento do pobre castrado.

Cerrou as orbes verdes e lindas com força, o corpo tremendo e as mãos cerrando-se com força. As lágrimas desciam, furiosas, odiando o Sultão cada dia mais.

Senmtiu o toque um tanto bruto, porém ainda cuidadoso em seu queixo. Era o Sultão mas, em seu breve delírio, ela imaginou que fosse o Conde. Quando abriu os olhos, empalideceu lentamente, ouvindo as outras palavras dele. Estava virada de costas para Bardas, por isso sentiu um estalo forte e muito dolorido em suas costas. Laila não era de entregar a dor facilmente, caiu sem fazer som. Mas as lágrimas estavam ali, presentes, e ela sentiu algo quente e viscoso descer por suas lindas e delicadas costas: sangue.

Ao ouvir as novas dores de Bardas, a garota pôs-se em cima do servo, protegendo-o com o corpo. Quem levava as chibatadas era ela. Uma, duas, três...seu rosto tremia loucamente, e as roupas rasgavam-se em suas costas, o sangue rubro empapando o tecido. Quando estava quase desfalecida, o castigo parou. Não entendeu o porquê, até ver a cena do Conde com os soldados. Laila lutava bravamente para manter a consciência, mas sua visão escurecia no momento em que Vladislaus encarnava o próprio demônio.
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Conde Vladislaus Tepes
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Conde Vladislaus Tepes


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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate EmptyQua Dez 17, 2008 4:47 pm

Quando ela disse que só queria companhia até sua tenda, pode escutar o suspiro de alivio do jovem. Suas feições ficaram mais leves, embora seus olhos ainda mostrassem nítida preocupação, como se um pedaço do veneno da prostituta ainda corresse em sua mente.

A noite estava repleta de ruídos ignóbeis, asas batendo e o grasnar rouco das aves de rapinas. O ar pesado exalava um cheiro forte de carnificina. O passeio os levaram a entrada do acampamento onde a imensa planície desértica estava toda coberta de corpos esperando serem enterrados.

Três cavaleiros trabalhavam em trazer os corpos e abrirem as covas, enquanto o padre vestido de preto recitava as últimas preces e aspergia água benta. O jovem observou um dos homens fincar a pá na terra solta e enxugar o suor da testa.

Depois de caminhar um pouco mais adiante, seguido pelo escudeiro, o jovem comandante chegou a seu destino sem nenhuma interrupção indesejada.

Com os agradecimentos e o último comentário sobre pedofilia, fez o escudeiro sentir as faces corarem. Não esperou muito antes de limpar a garganta e dizer:

- Não, milorde. Eu não pensei em nada semelhante a isso. – e sorriu.

Daniell podia perceber que o jovem era muito bonito quando sorria, com os olhos brilhantes e os dentes brancos.

- Eu conheço Ângela. É uma pobre louca, ou os homens assim dizem. Diz poder ver anjos e até mesmo conversar com eles. Ela é motivo de zombaria. Tenho piedade por ela.

Ele fez uma reverência.

- Foi um prazer acompanha-lo, milorde. Deus lhe dê o descanso dos justos.

Virou-se, saindo da tenda. Nem meio minuto, o jovem retornou para o interior da tenda, com a cabeça baixa.

- Senhor, eu...

Levantou a cabeça, o coração subitamente ansioso. Ele agarrou a frente do capote com uma das mãos, como se fosse arrancar o coração do peito. Deu um passo à frente, os olhos penetrantes observando a silhueta feminina, vendo o movimento de seu corpo delgado e de suas mãos, sentindo sua pele ser completamente enchida de uma sensação picante e um calor estranho subir-lhe pelas virilhas.

O rosto ainda era uma incógnita, pois era coberto pela roupa que ela passava agora pela cabeça. Talvez, o comandante tinha uma amante, ele pensou. Uma belíssima amante. O choque foi mais evidente quando olhou atentamente seu rosto revelado, fazendo-o entreabrir os lábios em um grito mudo.

O comandante era uma mulher! Ele recuou, acabando por esbarrar em alguns objetos sobre a mesa que caíram no chão denunciando sua indesejada presença.

Daniell notou o rapaz deixar a barraca desesperadamente.
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MensagemAssunto: Re: Primeira Noite - Preludio para o Combate   Primeira Noite - Preludio para o Combate Empty

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