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| Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições | |
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Autor | Mensagem |
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Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Ter Fev 10, 2009 3:38 pm | |
| - Se é assim que desejas, comandante... mas prometo que estarei pronto quando chegar a hora.
Ao ouvir a determinação do comandante, Hassan fez um gesto de respeito e sentiu-se aliviado. Não teria que lutar contra muitos de seus irmãos que estavam defendendo enganosamente o nome de Mehmet, embora acreditassem piamente que aquele era seu dever. Enquanto estava sendo levado para a tenda dos feridos, ele pôde notar Laila, finalmente. Seus olhos verdes eram inconfundíveis. Finalmente, tinha encontrado seu pote de ouro, mas o momento de ir até ela teria de esperar. Os mouros forçavam a entrada e a cidade estava um caos. Ele sabia que bastava que ele pressentisse o pior para que ele mesmo conseguisse disparar, agarrar Laila e fugir. Era especialista em sair de situações difíceis, mas não podia arriscá-la agora. Não ainda. Ele ainda estava em certa evidência, e sair de cena era tudo o que lhe importava agora. Sim, a glória de ser apenas mais um anônimo ferido. Era o que ele queria. Então, ele viu que Ari estava sendo escoltado e que tanto Ari quanto Laila trocaram olhares, notando a reação de Ari ao baixar o rosto. Parecia envergonhado, mas por quê? Por que ele teria vergonha dela, se acabara de contribuir para salvá-la de um destino terrível? Os olhos verdes de Ari também mostravam tristeza. Verdes como os de Laila. Que estranha coincidência. Era muito raro na estirpe muçulmana algum indivíduo ter olhos verdes, quanto mais dois, e tão próximos. Porém, ao adentrar a tenda, Hassan ocupou-se de preocupações maiores. Acompanhou atentamente o tratamento do Conde. Seria do agrado de Hassan que o Conde permanecesse mais algum tempo desacordado, já que Vladislaus era o único que, em uma remota hipótese, poderia reconhecê-lo. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Ter Fev 10, 2009 4:41 pm | |
| Daniella escutou o estrondo nos portões e olhou na direção destes, escutando o relampago, ficando mais sério, mas antes de que toda sua seriedade fosse colocada a fora viu o sorriso amargo do Duque Cassimir. Sorriu de canto e então escutou-o começar a falar.
Escutou o relatório do homem e concordou com a cabeça. Bom saber que tudo seguia corretamente, então eles poderiam conseguir vencer, ainda mais com o exercito reforçado pelas tropas do rei. Escutou a voz do homem da nobresa e o olhou, lembrando-se das palavras de Ezequiel sobre o homem e controlando sua surpresa para somente a surpresa em ver o Rei, curvando-se levemente quando ele ele se aproximou mais, mostrando respeito ao mesmo.
Percebeu a visivel semelhança entre o Rei e o jovem escudeiro e um desejo interno vinha, pedia para que o jovem não sofresse da mesma doença daquele homem. Ela queria garantir que o menino chegasse ao reinado com saude.
- Espero que ele não queria que se vá tão cedo, Senhor.
Falou com respeito e aquela seria a primeira vez que Cassimir via a jovem submissa a alguem, parecia até um pouco diferente, o tom mais feminino saia da jovem naquela hora. Voltou a olhar as muralhas, como se calculasse o tempo maximo que teriam para 'descansar' antes da batalha corpo a corpo começar.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:47 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Fev 11, 2009 4:08 am | |
| (OFF.: Ah, valeu vovuska u,u muito obrigada mesmo XD você é uma fadinha de bondade ò,o)
Laila abaixou a cabeça assim que ouviu a pergunta do Barão. Mexeu as próprias mãos uma nas outras, subitamente achando as unhas bem interessantes. Depois, falou num tom de voz alto o suficiente para Heitor e o Rei ouvirem:
- Ele é o Daroga...chefe da guarda real do Sultão Mehmet. Por favor, senhor Heitor, não deixe que o machuquem! - a garota parecia um tanto mais agoniada. Ergueu o rosto, e seus olhos demonstravam toda a ansiedade que ela manteve presa por algum tempo - Ele...ele não é como os outros. Ele respeita todas no harém. Inclusive a mim. Por favor, eu seria eternamente grata se não o machucassem.
Por fim calou-se, voltando a olhar para as próprias mãos. No entanto, sua atenção foi novamente tomada pelo pedido de Heitor, e ela ficou vermelha de vergonha. Não foi tão fantástica assim cuidando dos ferimentos do homem, nem eram tão profundos. Ela só teve medo que doessem demais, considerava o Barão como um pai. Então, como uma filha, ela obedeceu, mas sem deixar de protestar. Laila sabia exatamente o que o mais velho queria: afastá-la da visão de uma batalha sangrenta.
Resmungando, ela andou até a tenda onde viu os feridos serem colocados. Porém, a cada nova investida dos muçulmanos, seus olhos fechavam-se e seu corpo encolhia-se ligeiramente, pelo susto aos sons altíssimos. E assim, chegou à tenda onde Jean, Vladislaus e outros feridos estavam. Suspirou cansada e preocupada ao ver o Conde naquele estado, mas ele estava sendo cuidado. O soldado não. Procurou pela tenda, e achou uma pequena bacia, panos limpos e água. Chegou perto do homem, sentando-se na ponta da cama para não incomodá-lo muito, falando devagar o suficiente, para tentar ser entendida:
- O senhor pode me mostrar seus machucados? O Barão pediu para cuidar dos feridos, e eu vim. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Fev 11, 2009 7:28 am | |
| (Off: Obrigada netuskinha ^-^ Ah, moço e netuskinha podem jogar entre si.)
Ação para Vanessa:
O rei fitou no rosto delicado de Daniella e seus olhos pareceram sorrir ao escutar a voz gentil. Casimir analisou a cena com interesse. Pela primeira vez, tinha visto a arrogância de Daniella esmorecer. Guilherme fechou os olhos e ficou imóvel, parecendo estar em paz.
- Obrigado pelos votos, comandante Daniell.
Seus olhos abriram-se fitando os dela atrás do véu.
- Recebi um cavaleiro seu em meu acampamento. Infelizmente, ele chegou desacordado e levou algumas horas para que recobrasse a consciência e nos contasse o que tinha acontecido. Espero que nossa chegada aqui, embora tardia, ainda seja de alguma valia aos seus planos.
O soberano puxou as rédeas do cavalo, virando-se de costas a ela e a Casimir. Então a fitou por cima do ombro.
- Gostaria de conversar com você em minha tenda, assim que a batalha terminar, se for de seu desejo.
Esporeou o cavalo, afastando-se. O braço de Guilherme ergueu.
- Senhores, um momento de sua atenção. Sei que vocês estão cansados e que muitos desejam voltar a seus lares e a sua família. Que alguns de vocês nem ao menos puderam conhecer seus filhos nascidos enquanto batalhavam aqui, contra as forças invasoras do Império Otomano. Mas a Europa nunca vai se esquecer de cada filho que se sacrificou nas defesas de suas idolatradas terras.
E num tom mais urgente e autoritário, complementou:
- Hoje, peço para que essa batalha seja realizada pensando no futuro. Em nome do futuro de seus filhos, em nome do futuro da Europa e em nome de Deus!
Um grito selvagem subiu entre os homens cristãos.
- Seja feita a vontade de Deus! – o rei gritou.
Os homens seguiram do mesmo grito.
O jovem rei galopou em direção aos portões, enquanto seus cavaleiros o acompanhavam.
- Que Deus nos ajude. – Casimir resmungou com deboche audível para Daniella. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Fev 11, 2009 12:58 pm | |
| Ela levantou a cabeça e voltou a sua posição imponente de Comandante daquele exercito, escutando as palavras do Rei, balançando a cabeça negativamente.
- Vossa chegada a esta batalha certamente é um aviso divino de que conseguiremos uma vitória completa nesta batalha, por mais dificil que ela pareça.
Escutou o seu pedido e então concordou com a cabeça, novamente submissa as palavras do Rei.
- Como queira, Majestade.
Ficou quieta e calada quando o Rei se pós a falar com os guerreiros, ficando a olhá-lo e a reação dos soldados as suas palavras. E então o observou ir para junto da batalha, escutando as palavras de Cassimir. Sorriu um pouco sarcastica.
- Com certeza ele já está nos ajudando. Mas não dependa somente dele para salvar sua pele quando os sarracenos entrarem na cidade.
Riu-se, depois indo ocupar seu lugar de direito e começando a dar ordens taticas para seus soldados. Enquanto tivessem chance para se organizar, era isso que fariam. Quando as portas se quebrasse não teriam mais tempo para nada alem de lutar, matar ou morrer.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:48 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Fev 11, 2009 7:13 pm | |
| Hassan mal podia acreditar em sua sorte. Laila vinha cuidar de seus ferimentos. Assim que ela chegou perto dele, ele se inclinou lentamente, próximo a ela, para falar-lhe em sussurros, em árabe.
- Que Allah seja abençoado, pois eu a encontrei. Eu a encontrei a tempo de protegê-la das mãos de Mehmet. Laila, estive procurando-a há algum tempo.
Então, removendo o elmo de malha, Hassan mostrou melhor seu rosto, continuando a conversar com ela.
- Desculpe abordá-la assim, dessa maneira, mas não há mais tempo. O exército de Mehmet está à porta dos cristãos e, se eles entrarem, será o fim. Você sabe, Laila, que eles são muitos. Não há como contê-los. Todos os cristãos daqui estão preparados para morrer por seu Deus, mas não é o que quero para nós dois. Confie em mim, dê-me alguns minutos, e eu lhe explicarei tudo.
Ele manteve o olhar sereno, quase que implorando para que ela prestasse mais atenção ao que ele dizia.
- Por favor, acredite em mim: não estou a serviço de Mehmet. Enganei os homens dele, me fingi de prisioneiro cristão e até protegi a vida de Ezequiel... para poder estar aqui, vendo você. E como me alegra saber que está viva e bem. O meu nome é Hassan, e eu venho para ajudá-la. Só peço que me escute atentamente. Por favor, não fuja nem me delate, só me escute. Preciso de você para testemunhar contra Mehmet!
Desta vez, seu olhar ganhou contornos de aflição. Ele estava seriamente ferido e parecia sentir muita dor, mas não gemia nem a expressava de forma direta. Seu corpo por vezes tremia, o que dava sinais indiretos da dor que sentia. | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qui Fev 12, 2009 4:24 am | |
| Quando Laila já preparava as coisas que encontrou para tratar dos ferimentos do soldado, qual não foi sua surpresa ao escutar palavras em árabe vindas da boca dele. Louvando a Allah! Falando de Mehmet!
Hassan percebeu que ela ficou quieta, uma estátua que respirava, por exatos três segundos. Tempo para o medo instalar-se nela. Largou a bacia com as coisas e andou para trás, terminando por tropeçar e cair sentada. Laila era realmente atrapalhada quando ficava assustada, e isso chegava a ser cômico, por alguns instantes.
Ela continuou afastando-se dele, até abraçar as próprias pernas e olhá-lo quase que com horror. Devia imaginar...devia ter a vaga noção de que Mehmet seria imundo daquela forma!
Seu corpo ainda tremia de pavor quando a explicação de Hassan começou a fazer sentido para ela. Hassan...já tinha ouvido aquele nome! O Sultão falou dele, aliás, muitos haviam falado nele! Um nome famoso!
- Espere...Hassan? Hassan Saladino? - ela disse num murmúrio de voz, lentamente erguendo o rosto. O susto foi tal que nem mesmo chorar ela conseguiu. - Você é o Hassan Saladino?
Franziu a testa, depois levantando-se lentamente. Voltou e pegar a pequena bacia com água e panos, molhando enfim um tos tecidos e depois fazendo o homem deitar-se novamente:
- Não se levante. Você ainda está machucado...e eu imaginava o famoso Hassan Saladino com um pouco mais de altura. - ela chegou a rir, mas depois ficou séria, olhando-o fixamente e falando num tom de voz que somente ele ouviria - Vou ter todo o prazer de testemunhar contra o Sultão. Mas já matei um homem. Um acidente, porém...aconteceu.
Chegou-se um pouco mais perto, o olhar claro como água cristalina recaindo sobre Hassan:
- Se estiver mentindo, vai ser o primeiro que matarei com muito gosto. Agora...vamos, me mostre seus machucados.
Uma menina ainda. Hassan percebia isso. Quase da mesma idade que Ezequiel. Mas aquele tipo de vida tinha talhado uma grande mágoa em Laila, crescida em meio ao que ela chama de "Inferno vestido de Paraíso". | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qui Fev 12, 2009 11:27 am | |
| Ação para Vanessa:
O duque a fitou com um olhar duro.
- Não quando sua cabeça continuar valendo a preço de ouro, Daniell. – Casimir respondeu e sorriu felino.
Então esporeou o cavalo e se aproximou dos homens de seu batalhão. Ela sabia o que Casimir queria dizer. Ela era o alvo principal, e não ele.
Mehmet compareceu para assistir ao combate. Cercado por seus vassalos, ele recebeu o árabe que tinha sido poupado por Hassan durante a emboscada. Saber das notícias deixou o soberano bastante descontente. Vladislaus tinha feito um ataque relâmpago contra o exército muçulmano o que rendeu um bom estrago. Daniell tinha libertado o menino Ezequiel que antes seria trocado por Laila. E, por fim, o falecimento de Said, além de Ari no poder dos cristãos.
Entretanto, Hassan tinha conseguido se infiltrar na cidade. Se ele fizesse o combinado, era só uma questão de tempo para tudo retornar aos seus eixos.
Ainda empolgados com as palavras do rei, os cristãos gritavam. Era um grito tão aterrorizador, que poderia criar um efeito negativo no psicológico dos inimigos. A cada batida no portão, a tensão aumentava. As catapultas ainda eram atiradas, até que Casimir deu ordens de cessarem os ataques. De nada mais adiantaria os ataques a longo alcance quando os sarracenos estivessem dentro da cidade.
Subitamente, os portões começaram a ceder. Os cristãos se aglomeraram rapidamente na entrada e abateram os primeiros sarracenos que tentavam entrar. Daniella podia perceber que Vladislaus estava certo. Sem os aríetes para destruírem as muralhas, o único modo acessível era a estreita passagem dos portões. Os sarracenos só poderiam entrar de quatro a cinco pessoas, acabando por encontrar um número superior de cristãos na linha de frente.
Essa vantagem durou por algum tempo, até que os primeiros cristãos, cansados do duelo, foram abatidos. Então veio o segundo batalhão de cristãos, mas o numero de sarracenos no interior da cidade começou a ficar maior. Em pouco tempo, a batalha já se formava na cidade em grandes proporções.
O rei esporeou o cavalo para frente. Ele desferiu um tremendo golpe de espada na cabeça de um dos adversários, derrubando-o do cavalo e continuou a avançar para lutar na linha de frente sem aparente temor. Daniella sabia o porquê. Ele estava condenado à morte desde a uma idade tenra e se Deus fosse benevolente com ele, morreria em batalha e não por uma doença incurável.
O Barão também lutava com ferocidade ao lado do jovem rei. Embora tivesse o braço contundido pela batalha anterior, conseguia manejar bem sua espada, golpeando os adversários para abrir caminho. | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qui Fev 12, 2009 6:22 pm | |
| - Não, Laila, não estou mentindo... mas não temos muito tempo. Precisamos fugir daqui agora. A cidade será invadida a qualquer momento, se já não estiver sendo. Escute todos esses barulhos de morte e ódio... não é isso que busco para a minha vida. Não faz sentido lutar para defender minha crença se eu tiver que traí-la no processo, e é o que tanto cristãos quanto muçulmanos estão fazendo!
Apesar de fraco, ele sentou-se, tomando as mãos de Laila e olhando-a profundamente. Ela podia sentir o vigor e a fé do sufi. Suas palavras e seu olhar inspiravam confiança, como se tudo fosse possível.
- Já esquadrinhei esta cidade antes, e sei que há uma saída. Um refúgio para as mulheres e as crianças, no caso de a cidade ser tomada. Tomando por base o local de entrada, posso me orientar para a direção desta saída... mas temos que sair logo. A única localidade que não conheço aqui é o estábulo. Guie-me até lá, para podermos escapar. Pretendo levá-la até a fronteira com a Romênia. Lá, sei que há um vilarejo, onde posso me abastecer com suprimentos para levá-la até Meca. E será em Meca o seu testemunho contra Mehmet. O Islã precisa ouvir os crimes praticados por ele e, como tenho que ser imparcial, precisarei que você diga-lhes o motivo que lhe instigou a fugir dele, uma vez que a ele você estava prometida.
Hassan faz uma menção de se levantar, realmente acreditando que Laila concordaria com essa idéia simplesmente por ela ser absolutamente sensata. Seu cenho franziu quando começou a ouvir um clamor de batalha ressoar distante. | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Sex Fev 13, 2009 2:53 am | |
| Laila sentia que, apesar de tudo, apesar dos motivos que Hassan tinha para mentir...ele era sincero. E isso a deixou chocada. Seu olhar baixou para as mãos, achando-as bem interessantes. Suspirou cansada, e quase concordava com ele...
Até ouvir que precisavam sair dali. Naquele mesmo momento.
O olhar ergueu-se na hora, e ela levantou-se bruscamente. negou com a cabeça algumas vezes e, percebendo que provavelmente chamaria a atenção, agaixou-se, fingindo que pegava algo caído no chão. E, nessa oportunidade, voltou a falar, quase trincando os dentes:
- Eu...eu não posso! Não é justo deixá-los aqui, eles me ajudaram quando eu precisei! O senhor Heitor, e Ezequiel!...E...E...e o Conde Vladislaus.
Ela falou o último nome com a voz mais baixa que o normal. Voltou a pender a cabeça, mas antes, Hassan pôde notar a vergonha e a timidez no rosto da garota. Sentou-se mais uma vez, seu corpo tremendo ligeiramente:
- Não posso ir sem eles...seria covardia de minha parte. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Sex Fev 13, 2009 10:12 am | |
| (off: Esqueci de responder ontem aeeee xD)
Ela escutou o comentário do duque e riu da mais pura verdade, ainda olhou com os olhos rubros demonstrando sarcasmo. Parecia estar se divertindo com aquela conversa. Daniell era um homem muito estranho aos olhos dos outros, pois parecia, naquele momento, não se importar com a morte que provavelmente estava a tocar em seus ombros finos. Se ela morresse e fosse descoberta como mulher, sua alma alcançaria a paz eterna, com toda a certeza.
- Veja pelo lado bom, vão me reconhecer caso minha cabeça role, mas a sua eu não tenho tanta certeza. (OUTCH xD)
Daniella cavalgava de um lado para o outro sobre seu cavalo branco, dando ordens e mandando que tomassem cuidado. Apesar da satisfação que teria se morresse naquele momento, ainda assim preferia que seu exercito saisse vitorioso para que trouxesse mais um beijo da dama vitória sobre os seus lábios e deixasse seu gosto adocicado.
Ela ficou observando e preparando-se para as proximas batalhas assim que os portões cederam. Lembrava-se das palavras de Vladislaus e pareceu satisfeita, assim como o fato de que suas extrategias estavam dando certo até aquele momento.
Tudo aquilo, contra o psicologico inimigo, deveria estar causando um grande estrago, enquanto fazia com que os soldados aliados ganhassem mais força. Não importa o numero se a estrategia é boa.
Daniella olhou o Rei e pareceu ficar admirada com aquela reação. Muitos homens nobres, mesmo que estivessem naquela condição, prefeririam ficar escondidos e deixar seus soldados morrerem para o proteger. Sorriu de canto, retirando sua espada da bainha mais uma vez.
- Belderiver não irá deixar uma só alma que a tocar, viva.
Falou como um aviso e seus olhos vermelhos pareceram brilhar e logo ela também avançou para a batalha que era travada por sua causa. Enquanto ela matava os muçulmanos ela parecia sorrir com sarcasmo ainda maior.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:50 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Sáb Fev 14, 2009 6:58 am | |
| - Laila, não seja ingênua... o conde está muito ferido, e não terá vigor para escapar conosco. Mesmo que tivesse, você acha que ele concordaria em vir conosco, sabendo que terá de deixar você partir comigo? Além disso, será que ele concordará em deixar seus compatriotas para trás e ser declarado um covarde? E o barão? Achas que um nobre deixará a batalha para fugir com uma refugiada? E Ezequiel, que também é um nobre? Não, Laila. Eles não fazem parte do nosso mundo. Levá-los conosco seria um erro, e você sabe disso. Não deixe que seus sentimentos interfiram no julgamento. Eles são cristãos, não fazem parte de nosso mundo, de nossa crença, de nossa vida! Estou lutando por um Islã mais justo, não por posses de terra, como eles! A maioria dos muçulmanos luta por Allah, mas a maioria dos líderes muçulmanos, não. Acontece o mesmo aos cristãos, embora existam pessoas altruístas em ambos os lados. A diferença, Laila, é que todos os que estão lá fora vertendo sangue consideram esta uma batalha necessária. Eu, não. E se demorarmos demais aqui e os de nosso povo terminarem de invadir a cidade, corremos o risco de ser fitados por Mehmet. Aí sim, não teremos descanso! Seremos perseguidos e só com um milagre de Allah conseguiremos chegar a Meca. Não sabes o quanto me dói deixar Ezequiel para trás... me afeiçoei àquela criança. Ele tem um coração puro e misericordioso... e nunca vou esquecê-lo. Mas, primeiramente, não posso esquecer quem sou, de onde venho e qual a minha missão. Se não conseguirmos fugir daqui em segurança, então todo o sofrimento pelo qual eu e você passamos não terá feito sentido.
Hassan mostra o terço dado por Ezequiel, enrolado em sua mão, para comprovar suas palavras. Sua face gentil de repente parecia transtornada, como se fosse um peso muito grande ter que dizer o que havia dito, mas tudo era a mais pura verdade. Por vezes, ele tinha que fazer o que era correto, mesmo que envolvesse sacrifícios e, na maioria das vezes, ele mesmo era o "sacrificado" para que tudo ocorresse como Allah designava. Ao dizer isso, Hassan levantou-se, firmando a perna e esquecendo momentaneamente da dor. Ele sentiu que conseguiria correr, ao menos até conseguir encontrar uma montaria. Começou a dar alguns passos lentos em direção à saída, como se estivesse testando sua perna e, ao mesmo tempo, esperava que Laila o seguisse. | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Dom Fev 15, 2009 6:12 am | |
| Apesar de todo o medo de deixar quem a ajudou ali, não podia negar que Hassan tinha razão: se ficassem na cidade, uma hora ou outra o Sultão os acharia, e aí seria o fim dela e de Hassan. Já estava começando a levantar-se para acompanhar Hassan, quando ouviu-o dizer uma frase que em nada a agradou.
Ela andou em passos firmes até o homem e, num ato ousado, segurou-lhe um dos braços com a maior força que conseguiu, falando entre os dentese olhando-o diretamente:
- Eles podem não fazer parte da sua vida. Mas fazem da minha. Quando eu implorei por ajuda, quando eu quis sair do Palácio do Sultão, ninguém me ajudou. Tive de fazê-lo por conta própria. Por que, agora que estou fora do Inferno, rapidamente desejam me ajudar?!
Ela só não gritou porque menteve algum controle sobre si. Largou o braço de Hassan e virou-se de costas, abraçando o próprio corpo. Passou uma das mãos rapidamente pelos olhos, parecendo secá-los. Laila já sofreu demais, e não estava disposta a tolerar nem mais um minuto como escrava. Queria ser livre, como quando ainda morava com os pais...engraçado; não se lembrava deles de forma alguma, por mais que tentasse.
Ao virar-se novamente para o sufi, viu-o mostrar o terço que Ezequiel deu a ele. Ficou surpresa, mordendo um dos lábios. Falou num fio de voz, abaixando a cabeça:
- Ele é mais novo que eu...Allah! Ele não devia estar aqui, devia estar na casa dele, com a família dele! Temso que tirá-lo daqui, e...e...Ari.
Disse o último nome com um desespero claro. Sua voz chegou a falhar. Mirou a entrada da tenda, para onde Hassan já se encaminhava e seguia-o quase sem perceber:
- Temos que levar Ari também! Não quero que ele se machuque, ele...eu não sei, eu gosto dele! | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Dom Fev 15, 2009 10:16 am | |
| Hassan apenas manteve-se com o rosto endurecido, sabendo que não havia muito o que fazer a respeito da afeição de Laila aos cristãos. Somente o tempo diria a ela quem estava certo.
- Você implorou às pessas erradas, Laila. Se tivesse recorrido a mim, certamente eu teria lhe ajudado. Ninguém "deseja" te ajudar. Eu não fui mandado aqui para isso. Se eu executasse a missão de Mehmet, certamente você já estaria nas mãos dele de novo. Eu vim lhe ajudar porque percebi quem Mehmet é. E não fique enraivecida, pois não lhe falei nada mais que a verdade. Por mais que tente lutar contra isso, Laila, você sabe que o fato de apenas três ou quatro cristãos gostarem de você e te protegerem, por pena ou por bondade, não é o suficiente para que todo o restante evite o preconceito que sentirão e nutrirão por você. Será que você conseguiria ser feliz com eles dessa maneira?
Hassan contraiu o rosto em uma expressão de dor quando lembrou novamente de Ezequiel. Nisso Laila tinha razão. Mas como poderiam levá-lo junto? Ele sofreria o mesmo que Laila sofreria com os cristãos se fosse levado até seu povo.
- Laila, não podemos levar Ezequiel conosco. Pense: não temos como levá-lo até seu povo. Não sabemos onde ele reside, nem conseguiríamos atravessar as terras cristãs ilesos. Quanto a Ari... apenas me leve até onde ele está preso. Também não quero que meu compatriota seja uma vítima de Mehmet e concordo em levar ele conosco.
Hassan começou a sair mais rapidamente, para evitar que ainda estivesse ali quando Vladislaus acordasse. Percebendo que Laila o seguia, já olhava para todos os lados, evitando ser muito percebido e, ao mesmo tempo, procurando o local de cárcere de Ari. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Dom Fev 15, 2009 10:47 am | |
| (Off: Vá, desculpe-me o atraso. Esses dias não deu para acessar a internet ó.ò)
Ação para Vanessa:
- De certo. – o duque respondeu. – Eles vão achá-lo mais interessante, Daniell. Muito mais interessante.
E foi com isso que o duque deu por encerrada aquela conversa. Daniella podia temer aquele comentário. Talvez, o duque queria insinuar que já soubesse de sua feminilidade. Ou, simplesmente, era apenas mais um comentário provocativo.
Seja como for, Daniella partia para o combate. Conforme Daniella girava sua espada, sangue árabe jorrava. Muitos que a encontravam em seu caminho, tinham os olhos surpresos, segundos antes de serem transpassados pela lâmina cristã.
Um dos árabes, aproveitando-se de que Daniella estava ocupada com seus compatriotas, desembainhou a cimitarra e avançou contra ela. Certo de que não tinha sido avistado por Daniella, em um movimento silencioso e rápido, ergueu a cimitarra para desferir o golpe. Daniella podia pressentir o perigo iminente, segundos antes de a cimitarra já ter descido como um relâmpago reluzente.
Se Daniella não estivesse usando um elmo, certamente o habilidoso árabe, ter-lhe-ia partido o crânio em dois. O elmo amorteceu e desviou o golpe violento. Antes de ir ao chão, ela podia sentir seu próprio sangue escorrer da cabeça e tingir de vermelho o rosto.
Casimir, que não havia tirado os olhos dela desde o inicio da batalha, imediatamente veio interceder, brandindo sua espada. Ele ergueu a espada para aparar a cimitarra que descia para golpear fatalmente a cabeça de Daniella.
Um estrondo metálico deu início ao duelo. Pelos modos como Casimir lutava, não parecia um homem de força bruta como Heitor, nem um campeão como Daniella, mas sim um homem ágil como uma gazela, um grande conhecedor da esgrima. O árabe lutava e se movia muito bem, ganhando vantagem sobre o duque. Em pouco tempo de luta, ele feriu Casimir seriamente no ombro.
Suor e sangue fluíam do rosto do nobre. Sentia que seu braço estava incapacitado para manter um combate por mais tempo. A espada era pesada demais para um ombro ferido e seu braço esquerdo não era tão habilidoso.
Um outro árabe veio na direção dele e o duque girou o corpo, se colocando atrás do novo adversário e o fazendo de escudo. O árabe fincou a cimitarra no corpo de seu compatriota. Surpreso, acabou descendo a guarda, momento propicio para Casimir investir um forte golpe contra a cavidade do maxiliar. Ouviu-se os ossos do árabe esmigalharem, e o homem caiu no chão se retorcendo, o sangue correndo de suas narinas e olhos. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Dom Fev 15, 2009 5:33 pm | |
| Ação para Aloisio e Marys:
Vladislaus tinha febre alta, o rosto pálido úmido de suor e volta e meia entrava em delírio. Conservava uma das mãos ao peito, outra a pender da cama.
Os cirurgiões, com os meios disponíveis na época, haviam removido a flecha da palma da mão do Conde, aproveitando seu estado de inconsciência. Vladislaus não gemeu ou despertou de seu sono, apenas estremeceu na cama, antes do corpo relaxar novamente.
Pouco tempo mais tarde, o médico voltou a analisá-lo. Observou Jean e Laila conversarem, mas não pode escutar o que falavam. Puxou a cortina, para que eles não viessem atrapalhar, mas a cortina ficou entreaberta.
Enquanto analisava a mão que estava gravemente inchada, o médico cogitou a outro em sussurros que era melhor amputar a mão direita, alegando ser aquela uma inflamação aguda que o levaria a óbito. Mas o colega negou. Achava melhor que esperassem para ver algum quadro de melhora, antes de tomarem alguma medida drástica.
Então o médico se afastou, enquanto o outro não saia do lado da cama, passando compressas frias na testa do ferido, na tentativa de fazer a febre baixar. Quando o serviço terminou, ele também se retirou.
As luzes de velas espalhas na tenda iluminavam seu rosto, que embranquecia e estava duro como nunca. Mesmo debaixo de mantas alvas, o corpo dele tremia de calafrios ocasionados de febre. Uma febre forte, capaz de descascar a pele dos lábios entreabertos. Quando Laila estava se retirando da tenda, ela podia escutar seu nome ser balbuciado pela voz de Vladislaus. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Seg Fev 16, 2009 4:11 pm | |
| Preferiu não pensar naquilo no momento. Cassimir não poderia saber que ela era uma mulher a não ser que tivesse visto algo nela, e não era isso que lhe preocupava no momento. Precisava continuar sua missão até onde conseguisse, de preferencia, sobreviver e voltar para casa.
A proxima coisa que sentiu foi o golpe acertando o topo de sua cabeça e sangue começando a escorrer por seu rosto por dentro do elmo, sagrado elmo este. Ela perdeu o equilibrio e caiu, somente conseguindo levantar sua espada para aparar a cimitarra inimiga, mas nãoo foi preciso.
Para o seu espanto, Cassimir havia vindo protegê-la. Ela olhou a cena e pela primeira vez não sabia se agradecia ao homem. Mas um sentimento veio maior de tudo com aquilo, a humilhação que ela sentia naquele momento. Não era como se um homem estivesse protegendo outro dentro de uma batalha, mas ela se sentiu como a dama indefesa daquelas histórias antigas, gregas, que deveriam ser salvas por alguem.
Não foi para aquilo que Daniella havia se juntado, e preferia morrer em combate a ter que sentir aquilo agora. Se levantou enquanto observava a luta dos dois e então viu o homem que a protegeu ser ferido no ombro.
Daniella observou-o por mais algum tempo e depois viu que mesmo ferido, o homem conseguiu vencer a pequena luta. Sorriu um pouco.
- Vladislaus me disse que você achava que eu tinha sete vidas, se ainda as tenho é por que você acabou de gastar uma das suas.
Riu levemente, voltando a batalhar. Precisava ganhar aquela batalha custe o que custar. Iria começara a usar suas armadilhas.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:51 pm, editado 1 vez(es) | |
| | | Laila Al Hashid Zawari
Mensagens : 83 Data de inscrição : 10/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Dom Mar 01, 2009 3:02 pm | |
| O mais doloroso era que Hassan tinha razão. O que fez laila abaixar a cabeça, cansada de brigar, cansada de fugir. Só queria sossegar, e longe de Mehmet. Ela se tremeu um pouco, e parecia estar prestes a chorar. Mas manteve-se firme.
Hassan pôde ver que ela retirava algo do pulso: um pequeno bracelete. Não era uma jóia cara, mas sim uma lembrança de sua família. Era estranho: por mais que os detestasse, queria manter alguma ligação com eles. O retirou ao ouvir o Conde pronunciar-lhe o nome.
Ela ficou estática por alguns segundos, e deois regressou os passos, ficando à beira da cama de Vladislaus. Viu sua mão tão ferida, ressentindo-se e estranhamente sentindo-se culpada por isso. Beijou-a com o máximo de cuidado, depois deixando o bracelete em volta da mão sem ferimentos do homem. Falava-lhe ao pé do ouvido, mesmo com ele adormecido:
- Me perdoe, habbib. Não posso ficar, ou todo nosso esforço será em vão. Talvez, com a minha partida, Mehmet deixe vocês em paz. Um dia poderemos nos ver de novo.
E, num ato quase insano, beijou-lhe a testa com carinho. Logo em seguida virou-se para Hassan, que via até certa frieza no olhar da magoada odalisca:
- Não sei para onde levaram Ari, mas sei onde estão os cavalos. - falava enquanto encobria a cabeça com o velho pano, para as sombras disfarçarem também os olhos esmeraldinos da pequena beldade - Vou pegá-los e você busca Ari. | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Seg Mar 02, 2009 6:09 pm | |
| Hassan pressentiu que deveria confiar um pouco na odalisca, e não reagiu quando ela deteve os passos e voltou até Vladislaus. No entanto, olhou a cena com desaprovação. Realmente, Vladislaus era um homem admirável. Tão admirável que conseguira seduzir a odalisca, e Hassan sentia como se estivesse prestes a separá-la de seu amante, tal o carinho com que ela o tratava. Chegou a sentir-se um pouco incomodado, já que Vladislaus nada fizera para fugir com ela - ela o libertou - e Hassan tinha passado por todo tipo de infortúnio para estar ali. Enfim, resignou-se e suspirou ao ver o olhar frio da odalisca. Limitou-se a respondê-la.
- Está bem, Laila. Espere-me com os cavalos na saída da cidade pela retaguarda. Dali poderemos fugir. Não seja capturada, ou tudo acabará. Se os cristãos fizerem muitas perguntas, apenas diga-lhes que Casimir solicitou todos os cavalos que pudessem ter, pois muitos estavam morrendo. E caso perguntem o que você faz na retaguarda da cidade, diga que recebeu ordens para preparar a fuga do rei.
Ele fez um grave gesto de respeito e segurou carinhosamente a cabeça de Laila entre suas mãos, enquanto olhava em seus olhos.
- Que o grande Allah te proteja.
E dizendo isso, Hassan começou a andar o mais rápido que podia, mas mancava ainda, mesmo que seu andar deficiente estivesse disfarçado em seu passo rápido. Sem perder tempo, pediu informações sobre o local do cárcere de Ari, dizendo que ele seria necessário e que precisava vê-lo. Os homens, cansados e temerosos, não ofereceram muita resistência e logo Hassan já avistava o local do cárcere de Ari. Entrar poderia ser um problema. Ele, então, cumprimentou aqueles que estavam de guarda e falou, em francês.
- Senhores, eu peço que me deixem passar. Meu nome é Jean Devereaux, sou um cavaleiro de Marselha e tenho ordens para visitar o prisioneiro Ari. Em nome de Deus, eu peço permissão para vê-lo, pois a hora urge e o sangue já banha as sendas cristãs. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Mar 04, 2009 9:23 am | |
| Ação para Vanessa:
Após o difícil combate, o duque soltou a espada. Seu antebraço vibrava, e o formigamento se espalhara pelos dedos também. O duque abriu e fechou as mãos várias vezes, estremecendo ao fazê-lo. Seu braço não parecia muito ruim. A malha de ferro debaixo do manto branco tinha ajudado a amortecer o golpe da cimitarra. Mas a dor era algo a ser considerado.
Ouviu uma voz. Casimir dirigiu os olhos para onde vinha à voz e a primeira coisa que viu foi Daniella, que tinha acabado de se levantar do chão. Com um sorriso, nem um pouco surpreso com o que ela acabara de dizer, respondeu com um bufo.
- Muito divertido. Parece que a pancada em sua cabeça não mudou seu senso de humor. Eu tinha esperanças que você não pudesse mais falar.
Olhou para ela por um momento em silêncio e então estendeu a mão, tocando na ferida que ela tinha no começo da cabeça. A mesma mão que ela tinha se negado a apertar. A mão firme que agora tinha salvado a sua vida.
- É... acredito que o elmo foi de pouca ajuda. A sua cabeça dura foi quem aparou o ataque.
Ela podia ver os olhos claros dele subitamente arregalarem. O duque a tocou no peito e a empurrou com força para longe dele. Com o braço ferido e a guarda baixa, foi o erro que poderia lhe custar a última chance de viver. O emir se aproximou à cavalo e girou a espada, passando no meio de Daniell e Casimir. O golpe era para o duque, que foi acertado em cheio, caindo duramente no chão.
Casimir sentiu uma súbita certeza de que ia morrer nessa posição, com o lado esquerdo e o braço direito berrando de dor. Sentia a dormência a lhe invadir gradualmente o organismo à medida que o coração batalhava para bombear sangue para todas as partes do corpo estirado de bruços sobre o chão.
Ele levantou a cabeça, a roupa empapada de sangue, escutando o trotar manso do cavalo do emir. O árabe voltava para terminar o serviço inacabado. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Mar 04, 2009 11:31 am | |
| Ação para Marys:
Os dedos de Vladislaus se abriram para receber o bracelete dela. Ele parecia debilitado, sofrendo muito por uma febre aguda que agora vinha para cobrar a dívida. Seria melhor se ele morresse rapidamente, e tudo indicava ser isso mesmo o que ia acontecer.
No momento que ela falou ao pé do ouvido dele, o rosto de Vladislaus ensombreceu-se, persistindo uma expressão grave, preocupada. Suas pálpebras tremularam brevemente, ainda fechadas. Mas ele não despertou, como se estivesse preso na fronteira que separa a consciência da inconsciência.
Ao ser beijado na testa, ela podia escutá-lo suspirar languidamente em seu ouvido, como se ela afugentasse seus pesadelos e lhe desse novamente o sopro da vida. Num momento mágico, o corpo dele parou de tremer e ele virou lentamente a cabeça, descansando-a no travesseiro improvisado, como se não sentisse mais qualquer fome, sede, frio ou medo.
Ela podia sentir com seus próprios lábios o quanto à pele dele estava quente, embora a mão que ela há pouco tinha também beijado estivesse fria.
Agora, os fios dos cabelos escuros prendiam-lhe novamente sobre a testa. Com os olhos do diabo fechados, como Hanna tinha antes os denominado, ele parecia mais um anjo ou somente um homem. Na cabeceira, alguém tinha posto um rosário.
Quando ela finalmente se afastou da cama e se aproximou de Hassan, a chama da vela se extinguiu. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Mar 04, 2009 1:06 pm | |
| Ação para Aloisio:
Ari inspirou o aroma que inundava a tenda. Não era doce, porém esse perfume. Não era de flores silvestres que acercavam o palácio, nem dos doces feitos na cozinha, nem de especiarias. Era o aroma pungente de sangue e pó. O cheiro de tempos sombrios.
As vozes abafadas do lado de fora da tenda despertaram os impulsos nervosos por todo o corpo dele. Então ouviu os passos de alguém se aproximando.
Ari ergueu os olhos e viu Hassan adentrando na tenda. Sentiu o estômago amargar. Desejava saber o que exatamente Hassan estava fazendo ali naquele momento. Talvez, usar o momento de caos para assassinar o único homem que poderia por ventura estragar seus planos. Ou, simplesmente saber o porque Ari tinha atraído a atenção dos cristãos para a pequena caravana de árabes e assassinado Said.
Os dois árabes nunca tiveram se conhecido mais intimamente, embora Ari soubesse da grande fé que Hassan possuía, além de ser um bom homem. Mas Ari não era ingênuo em ser ludibriado por aparências. Lembrava-se bem da história do lobo em pele de cordeiro.
O chefe da guarda tinha as mãos algemadas e postas atrás do espaldar alto da cadeira, onde ele estava sentado. O suor brotava acima do lábio superior e sobre as sobrancelhas grisalhas. Sentia seu corpo inteiro dormente. Mas ele expressava segurança e calma no semblante. Trazia ainda os olhos fixos no jovem sufi, que parecia agora mais uma imagem tremeluzente aos olhos fatigados do homem que serviu por muitos anos a família real. | |
| | | Hassan Kabuk Saladino
Mensagens : 75 Data de inscrição : 10/01/2009
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qua Mar 04, 2009 7:51 pm | |
| Hassan se aproximou o bastante de Ari para anular qualquer possibilidade de a conversação dos dois ser ouvida, pois ia se comunicar através de sussurros. Ele chegou próximo a Ari, se agachou e pôs as duas mãos sobre o joelho direito do daroga, num gesto de humildade, antes de começar a falar, em árabe.
- Allah o felicite, grande daroga. Se eu tivesse metade da tua coragem e uma ínfima parcela da tua sabedoria, já teria percebido quem era Mehmet muito antes e não seria necessário que te oferecesses a este sacrifício. Saibas tu que minha mão não vem aqui para trazer a morte, mas a liberdade. Minha missão de outrora perdera o sentido, pois descobri eu que aquele a quem eu julgava dever respeito havia desrespeitado aquele a quem todos devem respeito. Vim para levá-lo comigo, e com Laila, para longe desta guerra sem sentido, para um refúgio temporário antes de buscarmos o santo refúgio, em Meca, onde Laila testemunhará contra Mehmet e ele perderá o apoio do Islã. Eu o levaria de qualquer maneira, Ari, mas Laila reforçou a minha vontade ao pedir que o levasse. Este homem, Mehmet, não é virtuoso, e não deixarei que ele faça a passagem sem que ninguém saiba disso!
Ele se levantou, foi até as costas da cadeira e pacientemente afrouxou, por força ou por jeito, o espaldar da cadeira, de forma a retirá-la por cima e deixar as mãos de Ari passíveis de serem trazidas até a frente de seu corpo, libertando-o, enquanto tentava fazer o mínimo de barulho possível. Então, usou sua Falcione para fazer um rasgo quase inaudível no tecido grosso da tenda, de forma que os dois pudessem abrir caminho. Ele então começou a abrir a passagem, procurando sair e torcendo para que ninguém estivesse reparando neles.
- Venha, Ari. Vamos embora desta cidade condenada. Não faz mais sentido participar desta guerra, uma vez que não haverá vencedores. | |
| | | Conde Vladislaus Tepes Admin
Mensagens : 255 Data de inscrição : 08/12/2008
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qui Mar 05, 2009 10:36 am | |
| Ação para Aloisio:
Perplexo, Ari viu o jovem sufi curvar-se com elegância e toca-lhe o joelho. Um filete de sangue escorria de um pequeno corte no rosto de Ari, que estava manchado de cinza por pó e sujeira. Ari e Hassan entreolharam-se calmamente e, naquela fração de segundo, Ari compreendeu que tudo que Hassan dizia era verdade. De súbito, seu rosto iluminou-se. Laila... Laila tinha pedido para que o levassem. A menina estava preocupada com ele. Suas sobrancelhas estavam erguidas, os lábios repuxados num sorriso pesaroso. Ficou a meditar que uma vida passada por perseguições a ladrões e assassinos, além de privar pela segurança da realeza, tinha sido particularmente deprimente.
- Não, Hassan. Você é muito mais sábio e corajoso do que eu. Precisei levar anos e sacrificar muitas pessoas a quem eu amei, para tomar essa decisão hoje. Mais de trinta anos e me pergunto se realmente estou preparado para colher os frutos que eu plantei. – disse ele numa voz profunda e lúgubre. - Seu plano é bom, mas é infrutífero. É a palavra de uma mulher denunciando seu marido que é um soberano. Não somente um soberano, mas uma das figuras mais importantes do Império Otomano. Você sabe que nosso povo não costuma dá ouvidos as palavras e aos desejos de uma mulher. Laila somente se mostrará uma esposa que fugiu de suas responsabilidades. Uma mulher que fugiu com um homem. E não qualquer homem, mas sim um inimigo político do Islã. Acha que eles ignorariam estes fatos? Não, Hassan... Nós ainda continuamos com as mãos atadas.
O daroga se silenciou, percebendo que Hassan agora estava bastante ocupado trabalhando sobre o espaldar da cadeira. Quando se viu livre do obstáculo que o mantinha aprisionado ali, deu um longo suspiro de reconhecimento.
- Muito agradecido, Hassan. Muito agradecido não só pelo que você está fazendo por mim.
Só quando viu Hassan ficar de pé e encaminhar para o buraco feito na tenda, abandonou seus pensamentos e se apressou a segui-lo. Se alguém percebeu a fuga dos dois, ninguém disse nada, talvez muito ocupados pela grande batalha. | |
| | | Daniell Lourenth Suzano
Mensagens : 154 Data de inscrição : 10/12/2008 Idade : 35
| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições Qui Mar 05, 2009 11:45 am | |
| Ela olhou para Cassimir enquanto ele verificava os movimentos de seu braço atingido e respirou fundo. Ele havia a ajudado e se ele não continuasse a batalha iria ficar se sentindo como se devesse muito mais a ele do a vida, coisa que ela não parecia valorizar tanto.
Sorriu de canto quando ele comentou sobre a pancada ou sobre o elmo, rindo um pouco, mas sentindo um pouco de dor quando ele lhe tocou o ferimento.
- Ainda bem, imagine se minha cabeça fosse tão fraca quanto a sua?
Sorriu de canto, mas ele provavelmente não conseguiria ver, já que não teve muito tempo já que ele somente a empurrou para o lado. Quase perdeu o equilibrio e só teve tempo de ver o emir voltar para finalizar seu trabalho.
Rosnou, esperando o melhor momento para poder proteger Cassimir e matar aquele homem, usando sua agilidade para poder garantir que o homem pelo menos perderia a movimentação de seu braço, estendendo Belderiver em direção ao coração daquele homem, já que os sarracenos não se utilizavam de nenhuma armadura como ela e povo europeu.
Última edição por Daniell Lourenth Suzano em Sex Jul 24, 2009 12:51 pm, editado 1 vez(es) | |
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| Assunto: Re: Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições | |
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| | | | Segunda Noite - Noite de Sangue e Traições | |
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